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Escritor João Ubaldo Ribeiro morre ao 73 anos no Rio

Ubaldo venceu o Prêmio Camões e é autor de vários livros, entre eles 'Sargento Getúlio', 'Viva o Povo Brasileiro' e 'A Casa dos Budas Ditosos'

Por Da Redação
18 jul 2014, 07h59

O escritor, acadêmico e jornalista João Ubaldo Ribeiro morreu ao 73 anos na madrugada desta sexta-feira, em sua casa, no Rio de Janeiro. Segundo informações do jornal Bom Dia Rio, ele teve uma embolia pulmonar. O corpo será velado na Academia Brasileira de Letras (ABL), no centro do Rio, às 13 horas. Ubaldo era casado e deixa quatro filhos, entre eles o ator e ex-VJ da MTV Bento Ribeiro.

O escritor era o 7º ocupante da cadeira número 34 da ABL. Ele foi eleito em 7 de outubro de 1993, na sucessão de Carlos Castello Branco. Atualmente, era colunista dos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo, onde escrevia aos domingos.

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Trecho do discurso de posse de João Ubaldo na ABL​

Ao empossar-se nesta Casa, Carlos Castello Branco começou por manifestar saudades do primeiro Regimento Interno da Academia, o qual facultava que se tomasse posse por carta. Assim fez um dos mais eminentes brasileiros em toda a nossa História, José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, que por sinal ocupou esta mesma Cadeira que, com tanto e tão justificado orgulho, agora assumo eu. Também eu preferia, pelo menos neste caso, que ainda vigorasse o antigo Regimento, eis que sou um paradoxo ambulante: sempre me pergunto por que, me havendo feito baiano, Deus não me fez orador. Posso apenas, para vosso alívio, acenar com a promessa de brevidade, promessa também feita pelo meu ilustre antecessor imediato.

Tampouco sou homem de letras no sentido rigoroso do termo. Sou apenas um romancista, um contador de histórias, cuja modesta cultura literária foi adquirida num convívio arrebatado com os livros de Ficção, a Poesia e o Teatro. Receio que o convívio com a Teoria Literária e o Ensaio Crítico não tenha sido tão amoroso. Pelo contrário, sempre foi – e continua sendo – inconstante e esquivo, pouco entusiástico e, às vezes, indiferente. Não me gabo disso, antes me envergonho, sinto-me incompleto e frágil, ainda mais diante de tantos que aqui se encontram e que merecem, sem a menor dúvida, o galardão de homem, ou mulher, de letras.

Biografia – João Ubaldo Osório Pimentel Ribeiro nasceu em 23 de janeiro de 1941, na Ilha de Itaparica, Bahia. Cresceu em Sergipe, onde o pai atuava como professor e político, e voltou a morar em Itaparica, por sete anos. Antes passou por outras cidades como Lisboa, Rio de Janeiro e Salvador. No início dos anos 1990 mudou-se para Berlim, na Alemanha, na volta fixou residência na capital carioca.

Formado em Direito pela Universidade Federal da Bahia, Ubaldo nunca exerceu a profissão. Atuou como professor, jornalista, editor e foi colunista de diversos jornais no Brasil e no exterior, como Alemanha, Inglaterra e Portugal.

Lançou seu primeiro livro, Setembro Não Tem Sentido, em 1968. O segundo veio em 1971, o clássico Sargento Getúlio, considerado um marco do romance moderno brasileiro, que trata do universo nordestino, em especial dos sergipanos. Em seguida lançou Vila Real (1979) e Viva o Povo Brasileiro (1984).

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Entrevista: ‘Se eu ficasse rico, parava de escrever e só lia’, diz João Ubaldo Ribeiro

Entre suas obras mais famosas está também A Casa dos Budas Ditosos (1999), que se tornou um sucesso no teatro em formato de monólogo com a atriz Fernanda Torres, na pele de uma senhora de 68 anos que narra, sem pudores, suas peripécias sexuais. O último romance de Ubaldo foi O Albatroz Azul, lançado pela editora Nova Fronteira em 2009.

Ubaldo venceu em 2008 o Prêmio Camões, o mais importante da literatura em língua portuguesa. O escritor também já havia recebido dois prêmios Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1972 e 1984, respectivamente, de o Melhor Autor e Melhor Romance, por Sargento Getúlio e Viva o Povo Brasileiro. Fora do Brasil, foi laureado na Alemanha e na Suíça. Seus livros foram traduzidos em doze línguas, como o inglês, espanhol, finlandês, francês, hebraico e italiano.

TODOPROSA: Viva João Ubaldo Ribeiro (1941-2014)

(Com Estadão Conteúdo)

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