Em ‘O Conselheiro do Crime’, elenco salva história fraca
O filme de Ridley Scott que estreia nesta sexta-feira tem roteiro falho e às vezes não faz sentido, mas atores conseguem manter qualidade
O Conselheiro do Crime, que estreia nesta sexta-feira, é um longa repleto de estrelas – e não apenas à frente das câmeras. O filme é dirigido por Ridley Scott, de Prometheus e Gladiador, com roteiro do aclamado escritor Cormac McCarthy, autor do romance Onde os Fracos Não Têm Vez, adaptado para o cinema em 2007 pelos irmãos Ethan e Joel Coen. Mas, ao contrário do que se poderia esperar de um filme comandado por essa dupla, são os atores que salvam a história.
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Diante do roteiro por vezes falho, a boa atuação do elenco liderado por Michael Fassbender, Brad Pitt, Cameron Diaz, Penélope Cruz e Javier Bardem, ainda que um tanto estereotipada, é destaque do longa, produzido em memória a Tony Scott, irmão do diretor que se suicidou em agosto de 2012, e a Matthew Baker, um assistente de direção que também faleceu no período em que o longa estava sendo filmado.
Fassbender é o Conselheiro que dá nome ao filme – e cujo verdadeiro nome nunca é revelado -, um advogado que se envolve com o tráfico de drogas aliado ao caricato Reiner (Bardem), sempre munido de óculos de lentes coloridas e camisas com estampas extravagantes. Apesar do título que ostenta, o Conselheiro mais pede do que oferece ajuda, principalmente de Westray (Pitt), um intermediário no negócio, que, junto com Reiner, fala incansavelmente dos riscos da negociação.
Em cantos opostos estão as duas atrizes principais da história, Malkina (Cameron Diaz) e Laura (Penélope Cruz), que interpretam as companheiras de Reiner e do Conselheiro, respectivamente. Cameron convence como uma mulher pouco discreta, com roupas e acessórios vistosos, mas que é muito mais misteriosa do que parece, enquanto Penélope se impregna de candura para dar vida à doce moça que mal se dá conta das atividades ilícitas do namorado.
Apesar dos alertas virem de todos os lados, o advogado segue com o negócio e se complica quando a carga é roubada e ele é apontado como culpado. O mote clichê do crime que dá errado parece óbvio desde o começo do filme, mas o enredo ganha pontos com as cenas extremas, com direito a cabeças cortadas e corpos despejados em um lixão. São imagens que prendem a audiência e, mesmo que não garantam um Oscar a qualquer dos envolvidos na produção, podem render umas boas duas horas de distração ao público.