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Em homenagem, Quico lamenta a distância de Chaves

O ator Carlos Villagrán publicou no Facebook fotos e um texto que narra o último encontro entre ele e Bolaños, em 2000

Por Da Redação
4 dez 2014, 15h09
Florinda Meza, Roberto Gómez Bolaños e Carlos Villagrán no seriado 'Chaves', exibido pelo SBT
Florinda Meza, Roberto Gómez Bolaños e Carlos Villagrán no seriado ‘Chaves’, exibido pelo SBT (VEJA)

Carlos Villagrán, conhecido por dar vida ao personagem Quico no humorístico Chaves, tem usado, ao longo da semana, sua conta no Facebook para prestar homenagens ao colega Roberto Gómez Bolaños, morto na sexta-feira. Em sua última publicação, feita nesta quarta, o ator lamentou a distância do amigo, com quem cortou relações nos anos 1970, depois de ter perdido a mulher, Florinda, para ele .

No texto, Villagrán faz uma rápida introdução e explica que quem escreve o restante da homenagem é sua esposa, Becky Palacios. Junto ao texto, aparece uma montagem com fotos que mostram o último encontro entre os dois atores, em 2000, durante um evento organizado pelo canal Televisa, produtor de Chaves. Nas fotos, é possível ver também o momento em que Villagrán e Florinda, esposa de Bolaños e intérprete da personagem de mesmo nome no humorístico, se abraçam no velório do humorista.

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“Bom dia, amigos. Quem escreveu o texto abaixo foi Becky Palacios, porém resume um pouco do último momento que vivi com Chaves”, diz o início da mensagem de Villagrán. “Nestas fotos, há uma história: aquele dia em 2000, quando Carlos e Roberto puderam se abraçar e se beijar, com o grande carinho que os dois amigos tinham guardado para um momento como este. Apesar da presença de Carlos ter sido barrada, eles não podiam impedir que o carinho e a emoção de se encontrarem de novo se tornassem evidentes e palpáveis. Foi um grande momento. Muitos quiseram que isto se repetisse. Porém, não aconteceu. Mesmo assim, Chaves, Chapolin e Roberto fizeram o possível para que seus amigos Quico e Carlos acompanhassem sua despedida, que vai provocar mais risos e amor entre os anjos. E também para que sua mulher, Florinda, chegasse a Carlos com um grande abraço de amigo. Descanse em paz”, diz o texto de Becky.

A relação de Villagrán e Bolaños foi abalada quando Florinda, que namorava o intérprete de Quico, o trocou pelo protagonista do programa. Mais tarde, Villagrán deixaria a série, acusando a ex-mulher de influenciar Bolaños a diminuir o espaço de seu personagem no roteiro. Por fim, os dois humoristas travaram uma batalha pelo direito de criação de Quico. Derrotado, Villagrán alterou a grafia do nome do personagem para Kiko, como forma de continuar a vesti-lo.

Conflito semelhante envolveu a intérprete de Chiquinha, Maria Antonieta de Las Nieves, que se desentendeu com Bolaños em 1994 e travou por mais de uma década uma batalha pelos direitos de uso da personagem. As disputas nos tribunais desgastaram a relação entre Bolaños e os ex-colegas e o criador de Chaves nunca mais retomou a amizade com a dupla. “Ele não atende meus telefonemas nem meus convites. Se não quer, não posso obrigá-lo a ser meu amigo”, lamentou Maria Antonieta em entrevista ao site de VEJA em 2013.

Publicação by Carlos Villagran Eslava.

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‘Los Supergenios de la Mesa Cuadrada’

O programa de 1968 reunia os atores Rubén Aguirre (Professor Girafales), Roberto Bolaños (Doutor Chapatín), Ramón Valdés (Ingeniebrio Ramón Valdés) e María Antonieta de las Nieves (como ela mesma e apresentadora). Em tom bem-humorado, os personagens comentavam notícias do momento, intercaladas por esquetes divertidos. 

‘Chespirito – El Ciudadano Gomez’

El Ciudadano Gomez (1968) foi umas das histórias criadas por Roberto Bolaños para o programa Chespirito, em que apresentaria diversos personagens — entre eles o que dava título à atração. Foi também em Chespirito que nasceram os roteiros de Chapolin e Chaves. No episódio acima, Maria Antonieta interpreta uma vidente vigarista, que finge ver o futuro em sua bola de cristal. 

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‘Chapolin’

A história do herói atrapalhado e medroso nasceu em 1970, um ano antes de Chaves e sua vila. Vivido por Roberto Bolaños, Chapolin aparece sempre que alguém está em apuros e tenta resolver a situação. O mesmo grupo de atores que trabalhava em Chespirito se reveza entre diferentes papéis nas histórias que mantêm apenas o quase-herói (e quase anti-herói) como elo principal. Uma das histórias mais famosas é aquela em que Maria Antonieta de Las Nieves interpreta a Bruxa Baratuxa, que tenta fazer com que a “camponesa de coração nobre” se case com seu filho. 

‘Aquí Está la Chilindrina’

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Em 1994, a personagem Chiquinha protagonizou a série Aquí Está la Chilindrina, que contava com números musicais. A história da personagem, no entanto, é diferente da que ficou conhecida em Chaves. Chiquinha era uma garota abandonada pelos pais que foi viver em um convento e enlouqueceu o padre e as freiras do local. Dirigido por Rubén Aguirre, o Professor Girafales, o programa foi o último apoiado por Bolaños, que queria seu nome nos créditos como criador intelectual da personagem e começou, então, a brigar com Maria Antonieta de Las Nieves. 

‘Kiko e sua Turma’

O ator Carlos Villagrán, intérprete de Kiko, protagonizou o seriado ¡Ah qué Kiko! (1988), traduzido como Kiko e sua Turma pela Rede Bandeirantes, que o transmitiu no Brasil. O programa também tinha o ator Ramón Valdés, o Seu Madruga, que assim como Villagrán se desentendeu com Bolaños e deixou o elenco de Chaves. Na história, Kiko é um garoto que trabalha na venda Surpresa, de Seu Madruga. Entre Chaves e Kiko e sua Turma, Villagrán protagonizou também as séries Kiko Botones (1981), Frederrrico (1982) e Las Nuevas Aventuras de Fredericco (1983). 

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‘Que Bonita Sua Roupa’

Quem é fã do seriado sabe pelo menos cantar o refrão de Que Bonita sua Roupa, número musical exibido no episódio Uma Aula de Canto de Chaves, que é dedicado especialmente ao garoto maltrapilho que mora em um barril. “Que bonita a sua roupa / Que roupinha mucho louca / Nela é tudo remendado / Não vale nenhum centavo / Mas agrada a quem olhar”, diz a canção. 

O cão arrependido

Uma das cenas clássicas do seriado é o poema recitado por Chaves no chamado Festival da Boa Vizinhança, realizado na Vila, que deixaria Drummond e Camões com inveja. “Volta o cão arrependido / Com suas orelhas tão fartas / Com seu osso roído / E com o rabo entre as patas”, diz o personagem duas vezes. Ao ser interrompido por Seu Madruga, ele conta que os versos são repetidos outras 44 vezes.

O filme do Pelé

“Teria sido melhor ir ver o Pelé”, diz Chaves no episódio Vamos ao Cinema. O garoto acompanha os outros personagens da Vila ao cinema para assistir a um filme sugerido por eles, mas não fica nem um pouco satisfeito com a escolha e repete inúmeras vezes a frase, irritando todos ao redor. O que poucos sabem é que na versão original, do México, Chaves diz: “Teria sido melhor ir ver o filme do Chanfle”, referindo-se ao protagonista de dois filmes dirigidos por Bolaños. Mas o bordão adaptado pegou entre os brasileiros.

Já chegou o disco voador

Em outro episódio, Seu Madruga combina com Chaves para que o garoto o avise caso Seu Barriga apareça na Vila para cobrar seu aluguel atrasado, dizendo o código enigmático “Já chegou o disco voador”. O problema é que, ao mesmo tempo, Quico está à procura de seu disco voador de brinquedo e grita para a mãe, ”Já se foi o disco voador”, o que causa um nó na cabeça de Seu Madruga, que não sabe se se esconde ou se retoma a sua rotina dentro de casa.

Vendedor de churros

Entre os empregos que Chaves arrumou para conseguir alguns trocados, ou apenas um sanduíche de presunto, estava o de ajudante de vendedor de churros na banca armada por Seu Madruga. Como truque de marketing, ele entoa com uma voz aguda:  “Aqui estão os churros, olha os churros”. Mas a estratégia não funciona e ele acaba vendendo para si mesmo, imitando alguns personagens da Vila.

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