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Elenco de ‘Hair’ convida o público para subir ao palco

Espetáculo que estreia nesta sexta-feira no Rio seduziu famosos como Cláudia Raia e Danielle Winits na apresentação para convidados

Por André Gomes, do Rio de Janeiro
5 nov 2010, 18h29

Para quem resolver se deixar levar pela onda de canções como Let The Sun Shine In, fica o aviso: a exemplo do que aconteceu na noite de convidados, no final, quem quiser, pode ser juntar à tribo

Os hippies que no fim dos anos 60 conquistaram o mundo com canções que pregavam paz, amor livre e surpreendiam a plateia a partir do convite a corajosas viagens lisérgicas estão de volta ao Brasil. Hair, o musical que desde 1967 reúne fãs mundo afora fez sua estreia para convidados, quarta-feira, no teatro do Oi Casa Grande. A apresentação teve final em clima de celebração, com o público sendo convidado pelo elenco a subir ao palco, fiel ao espírito libertário do musical. Vários números musicais foram saudados com calorosas palmas, coro e gritos. A estreia para o público acontece na noite desta sexta-feira, no Rio.

A energia do espetáculo contagiou o time de gente famosa que participou da ‘experiência Hair‘ ao fim da primeira encenação. “Charles e Claudio (os diretores Charles Moeller e Claudio Botelho) são realmente incríveis. Fizeram um espetáculo de qualidade internacional. A direção musical é primorosa, a direção cênica apresenta soluções belíssimas e a luz do Paulo César Medeiros é estupenda. Saí feliz do teatro”, elogiou a atriz Cláudia Raia, que já atuou em musical dirigido pela dupla: Sweet Charity.

Claudia foi uma das que subiram ao palco. Aliás, não só subiu: abraçou e beijou atores do espetáculo, acompanhada da atriz Danielle Winits. Também entusiasta de musicais – esteve na recente montagem de Hairspray – a atriz, grávida, saudou, no palco, ao lado do namorado (o ator Jonatas Faro), o ator Igor Ricklli, intérprete do assediado Berger, o ‘gostosão’ da tribo.

Desinibido, Berger, logo de cara, fica seminu – usando apenas uma tanga que cobre, mas não muito, a parte da frente. Com esse ‘figurino’, ele aborda uma espectadora na primeira fila. Claudia Gimenez, Glória Pires, Totia Meireles, Dennis Carvalho e Ingrid Guimarães foram alguns dos famosos a acompanhar, do público, a trajetória da tribo hippie e seu protesto contra a Guerra do Vietnã.

Elenco – No bonito e numeroso elenco de 30 atores, alguns se destacam. É o caso de Letícia Colin, que interpreta Jeanie, a hippie grávida, apaixonada por Claude (Hugo Bonemer). Invariavelmente ‘chapada’ devido ao uso de substâncias ilícitas, ela pouco se deixa afetar pelo desinteresse do rapaz. “Letícia é uma jovem veterana em musicais. E é genial”, atesta o diretor Claudio Botelho, responsável pela versão, para o português, das icônicas canções do musical dirigido por Charles Moeller, entre elas Aquarius, incendiada pela potente voz de Karin Hils, aplaudidíssima em cena.

“Karin é a voz do Hair. Ela inicia e fecha a noite e a gente fica pensando: num país em que cantoras de MPB brotam a todo instante, como é bom ouvir uma voz de verdade, densa, capaz de emocionar o público sem precisar tocar violão ou entoar letras sobre a vida boa no Leblon”, elogia Botelho. Ex-integrante do descartável grupo Rouge, formado no programa Popstars, do SBT, a cantora tratou de se reposicionar no mercado artístico, investindo, com êxito, em musicais como Hairspray e, agora, colhendo os louros por seu desempenho em Hair.

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O elenco de Hair
O elenco de Hair (VEJA)

Integrante do trio protagonista, o paranaense Hugo Bonemer, até então desconhecido e escolhido nos testes em que 2 mil candidatos foram ouvidos (5 mil se inscreveram) é outra grata surpresa. É carismático, tem ‘star quality’, emociona e, ainda por cima, canta bem. “Hugo faz um Claude atormentado e frágil, uma espécie de Hamlet roqueiro, que une um preparo corporal extraordinário com uma grande verdade para entregar as letras aos nossos ouvidos. Sua interpretação de The Flesh Failures – seu último número – é um soco no estômago”, acredita Botelho. Ainda no primeiro ato, é de arrepiar a performance do rapaz em Tenho Mais Vida (I Got Life, no original).

Nudez coletiva – Com texto de Gerome Ragni e James Rado e música de Galt MacDermot, o musical tem ainda, entre seus atributos para atrair o público, a célebre cena de nudez coletiva do elenco, que encerra o primeiro ato. Não é nada que vá chocar os espectadores mais conservadores. Com figurinos multicoloridos, a batida de seu poderoso rock psicodélico e o irresistível clima festivo aliado ao claro discurso contra a intolerância, Hair se impõe, mesmo passadas mais de quatro décadas de sua estreia, como um entretenimento dos mais saborosos, como provam montagens recentes na Broadway e em Londres, a despeito do discurso de detratores que o acusam de ter ficado datado para os dias de hoje.

“Estou estou muito entusiasmado com a reação do público. A gente só entende o poder de comunicação de Hair quando trabalha mesmo com a peça. Não tem idade, não tem sexo, não tem classe social. É um musical capaz de fazer todo mundo se abraçar na plateia, praticamente uma missa embalada pelo rock, onde todos celebram a vida: público e artistas”, finaliza Botelho.

Para quem resolver se deixar levar pela onda de canções como Let The Sun Shine In, fica o aviso: a exemplo do que aconteceu na noite de convidados, no final, quem quiser, pode se juntar à tribo e deixar o sol entrar.

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