O corpo de José Domingos Moraes, o sanfoneiro Dominguinhos, enterrado há dois meses no cemitério Morada da Paz, no município pernambucano de Paulista, teve novo sepultamento na tarde desta quinta-feira, 26, em Garanhuns, cidade do agreste onde nasceu. Para receber o corpo de Dominguinhos, a prefeitura de Garanhuns construiu um mausoléu com sua foto.
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O traslado ocorreu com o acompanhamento da vigilância sanitária e é resultado de uma ação judicial impetrada pelo filho mais velho, Mauro Moraes, que queria atender à vontade do pai, expressa em uma entrevista ao radialista Geraldo Freire, há dez anos. O músico disse, na ocasião, que gostaria de ser enterrado na sua cidade natal, Garanhuns.
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Depois de deixar Paulista, pela manhã, o cortejo fez uma parada no restaurante Arriégua, no Recife, que era frequentado pelo sanfoneiro. Ali, recebeu homenagem de amigos músicos.
A decisão de enterrar o corpo na região metropolitana do Recife foi tomada por sua mulher, Guadalupe, e a filha mais nova, Liv Moraes, à revelia da opinião de Mauro. Desta vez, os dois filhos participam do novo sepultamento sem desavenças.
Dominguinhos morreu no dia 23 de julho, aos 72 anos, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, depois de uma luta de seis contra um câncer. Ele foi enterrado dois dias depois no Morada da Paz.
Carreira — Discípulo de Luiz Gonzaga, José Domingos de Morais nasceu em 1941, na cidade de Garanhuns, agreste pernambucano. Lá, ele foi descoberto ainda menino pelo chamado “rei do baião”, a quem passou a acompanhar em shows pelo país e com quem teve uma relação quase de pai e filho.
Seu primeiro disco, Fim de Festa, saiu em 1964. Em 2002, o músico levou um Grammy Latino com o CD Chegando de Mansinho. Dominguinhos lançou 41 discos.
(Com Estadão Conteúdo)