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Documentário que estreia em junho refaz a trajetória meteórica dos Mamonas Assassinas

Com depoimento de famílias e produtores, filme conta os sete meses de vida da banda que reinava nos rádios e nas TVs entre 1995 e 1996

Por Rafael Lemos
26 Maio 2011, 19h18

“Não era o momento do humor, e não era o momento do rock. Era um momento de transição do vinil para o CD. Ninguém comprava nem vinil nem CD. E ainda havia a pirataria das fitas cassetes”, afirma Rick Bonadio, produtor dos Mamonas

No dia 2 de março de 1996, a colisão de um jatinho contra a Serra da Canteira interrompeu um conto de fadas moderno e impôs o luto a milhões de crianças e jovens brasileiros. Era o fim da trajetória meteórica dos Mamonas Assassinas, um grupo de cinco rapazes que precisou de apenas sete meses para conquistar o país graças a um misto de irreverência, espontaneidade e falta de pudor. Quinze anos depois, o documentário “Mamonas Pra Sempre”, que estreia nos cinemas no dia 10 de junho, leva os fãs a reviverem a contagiante alegria da banda, na mesma medida em que resgata a dor da perda de um ente querido.

É surpreendente a diversidade do acervo de imagens no documentário, se for considerado o breve período de vida do grupo. Apesar de curta, a carreira dos Mamonas Assassinas foi registrada à exaustão, seja através de lentes amadoras ou dos programas de auditório que pegavam carona no sucesso do grupo para alavancar o ibope nas tardes de domingo. Essa exposição impulsionou ainda mais os rapazes de Guarulhos, que chegavam a fazer mais de um show por dia.

A pesada rotina de apresentações era o que menos incomodava aquela garotada. Por outro lado, não se pode dizer o mesmo sobre a distância da família e dos amigos. Eis que os meninos que cantavam sobre uma tal Brasília amarela descobriram os benefícios do jatinho, um artigo de luxo destinado a ricos e famosos. Agora, era possível tocar em qualquer canto do país e voltar para casa no mesmo dia. E assim foi até o fim.

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A linha condutora do documentário é composta por depoimentos de familiares, amigos, produtores e empresários do grupo. O ‘protagonista’ dessa narrativa é o produtor Rick Bonadio, que acompanhou os rapazes desde os tempos de “Utopia” – a banda que deu origem aos Mamonas. Ele lembra que a banda explodiu a despeito de qualquer tendência mercadológica, num momento de crise da indústria fonográfica.

“Não era o momento do humor, e não era o momento do rock. Era um momento de transição do vinil para o CD. Ninguém comprava nem vinil nem CD. E ainda havia a pirataria das fitas cassetes”, afirma Bonadio.

O som era pesado, já que a leveza ficava por conta das letras e das performances bem humoradas. Disfarçado sob uma roupagem despretensiosa, o repertório remetia a temas bastante relevantes, como problemas sociais (Cabeça de Bagre II) e o preconceito a homossexuais (Robocop Gay) e nordestinos (Chopis Centis).

O fato é que, com mercado em crise ou não, os Mamonas Assassinas venderam mais de 2,5 milhões de cópias do seu único disco, entraram para a história da música brasileira e se preparavam para fazer piadas além-mar. O acidente que precipitou o fim da banda aconteceu pouco antes do embarque para Portugal, privando assim o mundo de conhecer um dos maiores fenômenos da música brasileira.

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