Ditador africano acompanha desfile da Beija-Flor
Enredo da escola falou sobre Guiné Equatorial e contou com patrocínio milionário do governo do país, comandado há 35 anos por Teodoro Obiang
(Atualizado em 18/02 às 18h28)
Teodoro Obiang, ditador de Guiné Equatorial, assistiu de camarote ao desfile da Beija-Flor na Sapucaí, na madrugada desta terça-feira, ao lado do filho Teodorín Obiang, vice-presidente do país. A escola de Nilópolis cantou um enredo sobre a nação africana. Segundo o jornal O Globo, a Beija-Flor recebeu 10 milhões de reais de patrocínio do governo de Guiné Equatorial.
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Dono de um estilo excêntrico, o herdeiro de Obiang é conhecido por esbanjar sua fortuna com carros e viagens e enfrenta acusações de corrupção e lavagem de dinheiro na França. Seu pai comanda com mão de ferro há 35 anos um regime acusado por órgãos internacionais de não respeitar os direitos humanos nem a liberdade de imprensa. O ditador tem uma fortuna estimada em 600 milhões de dólares, segundo a Forbes. Criticada por exaltar um país governado por um regime autoritário, a Beija-Flor se defendeu dizendo que seu desfile não falaria de “política”, apenas das belezas naturais de Guiné Equatorial.
Segundo O Globo, uma comitiva de 40 autoridades do país veio para a segunda noite de desfiles na Sapucaí – e não economizou no luxo. O grupo reservou os dois últimos andares do Copacabana Palace. Apesar da presença maciça de integrantes do governo de Guinê Equatorial na Sapucaí, a única autoridade que efetivamente desfilou foi o embaixador do país africano no Brasil, Benigno Pedro Matute Tang, que estava no sétimo e último carro da escola.