Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Deborah Colker no Cirque du Soleil: ‘Espetáculo sobre as diferenças’

Chega ao país ‘Ovo’, montagem dirigida pela coreógrafa brasileira, sobre uma comunidade de insetos que precisa lidar com um estrangeiro

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 mar 2019, 17h11 - Publicado em 7 mar 2019, 15h30

Foi no longínquo 2006 que a coreógrafa Deborah Colker, 59 anos, começou a “cozinhar”, como ela diz, o espetáculo Ovo, do Cirque du Soleil. “Chamam minha sala de criação de cozinha. Eu tenha que cozinhar meus espetáculos até encontrar o sabor do negócio”, diz a expansiva carioca. Com a montagem, que estreou em 2009 em Montreal, no Canadá, Deborah se tornou não só a primeira brasileira a dirigir uma peça da famosa companhia, como também a primeira mulher a ocupar o cargo na história da trupe.

Para isso, ela usou como ingredientes elementos da cultura nacional e de sua própria história – que, na verdade, é a de muitos brasileiros. “A trama acompanha uma mosca que chega em uma nova comunidade e causa estranhamento. É o que vemos acontecer desde que o mundo é mundo”, diz. “Meus avós são russos, logo eu sou imigrante. Tenho um neto que é uma criança especial. Estamos acostumados a encarar olhares de rejeição. De observar a reação do mundo em relação a alguém que, supostamente, não é como deveria ser. Mas como é que deveria ser, então? O que é normal?” Deborah ressalta que toda a ideia do espetáculo, que flerta com o infantil por suas muitas cores e personagens dignos de uma animação da Pixar, oferece, sem receios, a aceitação como moral da história. “É um espetáculo sobre as diferenças. Sobre respeito. Mexi com tabus para mostrar que o amor vence no final.”

A coreógrafa Deborah Colker (Iara Morselli/Estadão Conteúdo)

Apesar de ter a brasileira à frente, o espetáculo demorou dez anos para desembarcar no Brasil. Quem primeiro recebe a trupe é Belo Horizonte, a partir desta quinta-feira, 7, até o próximo dia 17, no Ginásio Mineirinho. Em seguida, a montagem passa pelo Rio de Janeiro (21 a 31 de março, na Jeunesse Arena), por Brasília (5 a 13 de abril, no Ginásio Nilson Nelson) e por São Paulo (19 de abril a 12 de maio, no Ginásio do Ibirapuera).

Para conduzir os mais de cinquenta artistas que compõem a peça, Deborah, acostumada a lidar com dançarinos, precisou se adequar às habilidades de artistas circenses. “Dançarinos e acrobatas são de universos diferentes. Cada um tem a sua linguagem”, conta. “Em comum, todos tem a arte cênica. Estão no palco e vão contar uma história com o corpo e o movimento. Cada gesto tem um significado.”

Continua após a publicidade

Apesar da ampla experiência com o mundo dos palcos, Deborah ressalta que o trabalho foi árduo, especialmente por detalhes, como se fazer ser entendida por um grupo formado por artistas dos mais diversos países — durante os ensaios, os acrobatas se reuniam em grupos ao redor de tradutores, que transmitiam os direcionamentos de Deborah.

Para além do espetáculo, a agenda da coreógrafa é frenética. Deborah, que tem no currículo eventos como a abertura das Olimpíadas do Rio 2016, fará três anos de residência no centro cultural Southbank Centre, em Londres. A experiência vai começar com a apresentação de dança O Cão sem Plumas, inspirado no poema de mesmo nome de João Cabral de Melo Neto, que, depois de uma boa temporada entre Brasil e Estados Unidos, ganha vida na Europa. Em seguida, ela lança seu próximo espetáculo, chamado Cura. “A agenda está lotada. Mas meu trabalho diário é minha companhia”, conta Deborah, que é dona de duas escolas de dança e movimento no Rio de Janeiro. “Faça chuva ou faça sol, ali é meu ninho.”

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.