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Dakota Johnson toma seu lugar em Hollywood: ‘É um bom tempo para mulheres no cinema’

Atriz de 'Cinquenta Tons' lança a comédia 'Como Ser Solteira' e mostra potencial para algo além da trama erótica. Ao site de VEJA, ela fala sobre a boa fase, que também inclui a solidão pós-término de namoro

Por Mariane Morisawa, de Los Angeles
5 mar 2016, 08h38

Para quem pertence à realeza de Hollywood, Dakota Johnson até que chegou de mansinho. Nascida em Austin, no Texas, ela faz parte de uma linhagem estrelada. Filha dos atores Melanie Griffith (Uma Secretária de Futuro) e Don Johnson (Miami Vice), neta de Tippi Hedren (Os Pássaros) e ex-enteada de Antonio Banderas (A Pele que Habito), ela atuou pela primeira vez aos 10 anos, em Loucos do Alabama (1999), dirigido pelo então padrasto. Fez papel de filha de sua mãe e irmã de sua irmã Stella, do casamento de Griffith e Banderas. Tudo em família.

Agora em cartaz com a comédia Como Ser Solteira, de Christian Ditter, e famosa pelo papel de Anastasia Steele na adaptação do best-seller Cinquenta Tons de Cinza, Dakota passou por um longo jejum entre o início da carreira e a fama mundial.

Após o début, até dar as caras novamente em um filme, foram dez anos, período em que fez trabalhos como modelo, terminou o ensino médio, tentou entrar na prestigiosa escola de artes Juilliard, em Nova York, e passou um tempo em uma clínica de reabilitação – seus pais já tinham enfrentado problemas com álcool e drogas.

Melanie e Don não gostaram muito de ver a filha seguindo a mesma carreira, mas no fim viram que não tinham alternativa a não ser permitir que ela fosse atriz. Durante a infância, depois da separação final do casal, que teve várias idas e vindas, Dakota costumava passar duas semanas com cada um, indo com eles onde quer que estivessem trabalhando. No rancho de seu pai, no Colorado, aprendeu a fazer fogo e a atirar. No porão da casa de sua mãe, na Califórnia, descobriu filmes de todos os tipos.

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Dakota ressurgiu como a garota que passa a noite com Sean Parker (Justin Timberlake) em A Rede Social (2000), de David Fincher, um papel minúsculo, de uma cena apenas. Mesmo assim chamou a atenção. Alternou pequenos filmes como Para Ellen (2012), de So Yong Kim, com pontas em produções maiores, como as comédias Cinco Anos de Noivado (2013), de Nicholas Stoller, e Anjos da Lei (2012), de Phil Lord e Christopher Miller. Foi protagonista numa série, Ben and Kate, que durou apenas uma temporada. Aí tudo mudou. Em 2013, foi escalada para a trama erótica de E.L. James.

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Sua escolha se deu depois de uma impressionante leitura de um monólogo do filme Persona (1966), de Ingmar Bergman, em que demonstrou um misto de fragilidade e força. A personagem é uma estudante universitária ingênua que entra num relacionamento com um adepto de sadismo, o empresário (rico e bonito, claro) Christian Grey, interpretado por Jamie Dornan. O filme estreou em fevereiro do ano passado, e a repercussão foi gigantesca, por causa das cenas de nudez e sexo. Recentemente, o diretor de fotografia da produção revelou que a atriz de 26 anos tinha uma dublê de nádegas, por causa das suas tatuagens. Ela admitiu que não curte a maioria delas, à exceção de uma frase de Aldous Huxley: “Com leveza, minha querida”. Outros papéis começaram a chegar após Cinquenta Tons, entre eles o filme Aliança do Crime, drama com Johnny Depp em que Dakota interpreta a amante do gângster protagonista.

Ao site de VEJA, em Los Angeles, fala com uma voz delicada, meio hesitante, mas é bem-humorada. Em Como Ser Solteira, é Alice, que acaba de romper com o namorado de anos e se esforça para aprender a lição do título.

Na vida real, o aprendizado também lhe foi válido. Solteira desde o término do longo namoro com o músico Matthew Hitt, da banda Drowners, no fim de 2015, a atriz de 26 anos mora em Nova York, mas garante ser bem diferente de sua personagem. “Não sou do tipo que passa a noite inteira numa boate”, diz. Na entrevista, falou de sua família, de solteirice e como é ser confundida com Anastasia. Quando entrou no quarto do hotel Redbury, em Hollywood, onde a conversa aconteceu, foi elogiada por seu perfume. Desconversou, fazendo graça: “Acho que são meus feromônios”.

Se perguntássemos como ser solteira, qual seria sua resposta? Fique solteira (risos). Vá fundo! Viva!

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É fácil ser solteira? Eu adoro o tempo que passo sozinha. É quando fico mais criativa. Gosto de assistir a filmes sozinha, ler. Estar solteiro é legal, dá às pessoas a chance de descobrir quem são e do que gostam, quais são seus interesses, sem a influência de outra pessoa que esteja próxima. Mas também é legal conhecer gente, ter relacionamentos. Aí seu coração é partido e é péssimo (risos). É uma droga.

Tem algumas regras quando está solteira? Acho que estou tentando descobri-las neste momento também…

Fazer o filme foi uma exploração paralela de como ser solteira? Não, porque quando filmamos eu não estava solteira. É interessante. Não sou o tipo de pessoa que passa a noite inteira numa boate bebendo. A mensagem do filme é que tudo bem você fazer as coisas que quer, especialmente para as mulheres. Que é importante saber ficar sozinha, construir esse núcleo próprio.

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Acha que existe pressão ainda hoje para as mulheres casarem e terem filhos e serem felizes para sempre? Sua mãe a criou assim? Não, minha mãe também acha que você pode ter casamentos múltiplos (risos). E tudo bem. Ela me criou para sempre trabalhar para mim mesma, viver minha vida para mim mesma, e não para outra pessoa, especialmente para um homem. Porque, no fim das contas, isso vai levar à decepção.

Muita gente acha que estar solteira é algo a que se tem de sobreviver, em vez de curtir. O que diria para essas pessoas? Tenho certeza de que flutua bastante. Às vezes também acho que eu preciso sobreviver (risos). Mas a maior parte do tempo fico empolgada com a vida que tenho oportunidade de explorar. Especialmente as mulheres solteiras deveriam achar que têm o mundo na ponta de seus dedos. Podem fazer o que quiserem com seus cérebros. Podem ir a qualquer lugar, sem a influência de um homem.

Já usou aplicativos de relacionamentos? Eles me dão nos nervos. É um pouco como se fosse compra online. São seres humanos! E aí, você conversa por SMS? Será que você está sendo entendido? Como ajustar seu tom escrevendo? É muito bizarro para mim. Sei que é fácil, porque você não precisa ficar frente a frente com a outra pessoa e pode se apresentar da maneira como preferir. Mas não sei, me assusta.

Depois de 50 Tons de Cinza, as pessoas tiveram suposições sobre você que não eram verdadeiras? Tenho certeza de que as pessoas pensam muitas coisas sobre mim que são completamente erradas. Muitas vezes você vê alguém em um filme e acha que ele ou ela é aquela pessoa na tela. Mas não é bem assim…

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Você é a terceira geração de atrizes. Olhando para trás, o que acha que mudou para as mulheres em Hollywood e em termos de relacionamento? As mulheres da minha família sempre foram muito progressistas. Minha avó se casou algumas vezes, depois ficou solteira por anos. Está solteira agora, e é a mulher mais incrível, poderosa, inteligente, espirituosa que conheço. Ela teve experiências maravilhosas na vida e fez tudo sozinha. Com minha mãe, é a mesma coisa. Ela teve vários relacionamentos, temos uma grande família. Nesse aspecto, sempre foi um pouco fora da norma. Quando se trata de trabalho em Hollywood e papéis, minha família também é um caso peculiar. Minha avó trabalhou com Hitchcock, e ele é conhecido por suas relações tumultuadas com suas atrizes. Minha mãe também criou toda uma carreira para ela mesma. Não sei. Acho que agora a quantidade de papéis principais e interessantes para mulheres está aumentando. Não são apenas as esposas de alguém. É um bom tempo para mulheres no cinema. Não acho que teriam feito Como Ser Solteira alguns anos atrás, especialmente com mulheres que agem como as nossas personagens. Alice, minha personagem, está tendo experiências com pessoas diferentes, de uma maneira que respeita a si mesma, seu corpo, mas também é sincero, captura bem os tempos agora.

Não é mais difícil namorar e ter encontros quando se está sob o olhar público? É um pouco diferente, porque o nosso trabalho é estranho, temos de fazer coisas esquisitas. Viajamos muito, vamos parar em lugares estranhos por períodos longos. É difícil. Por isso muita gente acaba namorando dentro da indústria do entretenimento, porque é mais fácil de entender.

Acha que o filme tem uma abordagem mais moderna dos relacionamentos? Porque muitas vezes os homens são bobos ou simplesmente cafajestes. E aqui mesmo os cafajestes pelo menos são honestos. É um retrato honesto de seres humanos. Acho que não se trata de achar um vilão ou um mocinho. É sobre os relacionamentos entre pessoas.

Qual a pior coisa que aconteceu a você num encontro? Eu tive muitos relacionamentos longos, então não tive tantos encontros.

Qual a melhor coisa para se recuperar de um rompimento ou de um mau encontro? Ficar na cama por duas semanas (risos).

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