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‘Corrupção é apartidária’, diz diretor de série sobre a Lava Jato

A promessa de ‘O Mecanismo’, criada pelo cineasta José Padilha para a Netflix, é incomodar a quem a carapuça servir

Por Maria Clara Vieira
Atualizado em 24 fev 2018, 09h00 - Publicado em 24 fev 2018, 09h00

Em uma delegacia da Polícia Federal, um trio de agentes – liderado por uma jovem delegada – encara um painel de fotos de políticos e empresários, todos conectados por fios que representam as nebulosas (e ilícitas) relações entre figuras que, à primeira vista, não deveriam ter muito em comum. Um olhar aprofundado sobre os envolvidos e meses de trabalho incansável acabam por revelar um esquema de corrupção sem precedentes na história do país.

A cena, que poderia facilmente ser parte do noticiário político, acontece, na verdade, em um galpão abandonado no bairro do Santo Cristo, no Centro do Rio de Janeiro, onde a série O Mecanismo, que estreia na Netflix dia 23 de março, foi rodada. Embora a produção tenha sido alardeada como um retrato da Lava Jato, os diretores Marcos Prado, Daniel Resende e Felipe Prado, responsáveis por levar a cabo a mais nova criação de José Padilha, juram que o enredo foi “levemente inspirado” na operação.

“O Padilha recebeu carta branca da Netflix para escolher qualquer tema ligado ao Brasil. A Lava Jato foi a primeira ideia dele”, conta Marcos. “Mas, como a operação já foi bastante esmiuçada, não queríamos mostrar como tudo se desencadeou. Construímos nossos próprios personagens, alguns inspirados em pessoas reais, mas exagerados e com personalidades distintas”, explica. Entre maio e setembro do ano passado, o galpão de dois andares e 12 000 metros quadrados no Centro abrigou uma delegacia da “polícia federativa” e o “ministério federal público” (batizados assim mesmo na ficção de Padilha). Algumas cenas foram filmadas ainda em Curitiba e Brasília.

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Para sustentar o drama policial que estará disponível para 190 países, a produção reuniu um elenco encabeçado pelo protagonista Selton Mello, que dá vida a um delegado aposentado que desenrola o fio da corrupção. Sua parceira na trama é a atriz paulista Carol Abras, também delegada. O papel do vilão é interpretado pelo ator Enrique Diaz (o doleiro Alberto Ibrahim). Embora haja uma clara oposição entre os personagens de Mello e Diaz – um, o herói movido por valores morais obstinado a desvendar o tenebroso esquema e o outro, que transita no mundo do crime sem peso na consciência -, os atores garantem que a história mostrará o lado humano de todos os envolvidos. “O mais interessante no Ibrahim é que ele não vê o que faz como vilania. Lida com o crime de uma maneira natural e cínica. Ao mesmo tempo, é um pai de família extremamente afetivo”, diz Diaz.

O ator Selton Mello, conhecido por ser avesso a temas políticos, confessa que teve receio de assumir o papel e chegou a pedir a opinião de Wagner Moura, protagonista de Tropa de Elite. “Pedi a ‘benção’ para ele, que me disse: ‘Vai que é sua’”, brinca. Os diretores da série têm a expectativa de que ela vai atirar para todos os lados. “Um dos desafios da série foi mostrar que como a corrupção é apartidária e não tem ideologia”, diz o diretor Daniel Rezende. Qualquer semelhança é mera coincidência.

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