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Corpo de Salvador Dalí exumado hoje para processo de paternidade

Corpo será analisado à noite, depois do fechamento do Teatro-Museu Dalí, onde está enterrado o artista

Por Da redação
Atualizado em 21 jul 2017, 10h13 - Publicado em 20 jul 2017, 09h34

A exumação do corpo de Salvador Dalí (1904-1989) para extrair amostras de DNA para um teste de paternidade apresentado por uma moradora de Figueras, no nordeste da Espanha, foi marcada para esta quinta-feira, após o fechamento do Teatro-Museu Dalí ao público.

A informação foi confirmada nesta quarta-feira pelo Tribunal Superior de Justiça da Catalunha, que detalhou que a Fundação Museu Dalí solicitou ao juizado de primeira instância número 11 de Madri, encarregado de tramitar este processo, que se modificasse o horário das diligências para não prejudicar sua atividade diária.

O juizado de Madri admitiu a petição e a transferiu ao juizado de Figueras, que fará as diligências para que se inicie a tarefa de exumação a partir das 20h (horário local, 15h de Brasília), uma vez que finalize a abertura ao público do Teatro-Museu Dalí, onde está enterrado o artista.

De acordo com a vidente Pilar Abel Martínez, 61 anos, da Catalunha, região onde o artista nasceu, sua mãe o conheceu nos anos 1950, enquanto trabalhava para uma família que frequentava os verões no pequeno enclave costeiro de Port-Lligat (Cadaqués), onde Dalí passava longas temporadas. Os dois tiveram uma relação clandestina, já que o pintor era casado com Gala, sua única esposa, com quem não teve filhos.

Pilar afirma que tentou fazer um teste de paternidade em 2007, usando cabelo e restos de pele de uma máscara mortuária que tinha conseguido do artista, morto há 28 anos, mas os resultados foram inconclusivos.

Caso prove a sua filiação, Pilar poderá reclamar ao menos 25% da herança do pintor. A família de Dalí, no entanto, poderá recorrer de uma eventual decisão favorável à vidente.

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A história, segundo Pilar

Nascida em 1956, Pilar Abel Martínez diz ter sabido do pai pela avó. A mãe de Pilar se casou com outro homem pouco depois do affaire, já grávida de Dalí. A vidente nasceu meses depois. Quando tinha oito anos, sua avó paterna lhe disse: “Sei que você não é filha do meu filho, sei que o seu pai é um grande pintor”, contou Pilar em uma entrevista concedida em março de 2015 à televisão catalã TV3. “E me disse o nome: Dalí.” Segundo ela, sua mãe confirmou a versão antes de sofrer de demência senil.

Segundo seu advogado, Enrique Blánquez, a história é mais ou menos conhecida no povoado. “Há testemunhas. Se não houvesse uma base probatória mínima, não se aprovaria essa decisão.” Ele falou especificamente de uma testemunha “que trabalhava para Dalí, e que Dalí lhe pagava para que investigasse o que a mãe de Pilar Abel fazia”.

Antes de apresentar esse processo contra o Ministério da Fazenda e a fundação — os herdeiros legítimos do artista –, Pilar tentou provar sua filiação com supostos restos contendo material genético do artista, os quais teriam sido conservados. De acordo com seu advogado, ela nunca recebeu os resultados desses testes.

Segundo a imprensa local, em 2005, a mulher denunciou sem sucesso o escritor espanhol Javier Cercas por um personagem do romance Soldados de Salamina que supostamente se assemelhava a ela. Em 2011, foi denunciada por uma cliente por uma fraude no valor de 1.000 euros.

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Genialidade e extravagância

O artista catalão Salvador Dalí morreu aos 84 anos, em 24 de janeiro de 1989, em um hospital de Figueras, depois de uma vida intensa e agitada, alimentada por suas criações geniais e por suas extravagâncias. Está enterrado no teatro-museu de Figueras, concebido por ele próprio. O lugar já recebeu mais de 1,1 milhão de visitantes em 2016.

Rico e desesperado, viveu seus últimos sete anos recluso em seu castelo de Púbol, a poucos quilômetros de Gerona, rodeado de cuidadores e ajudantes. Ele se mudou para lá para não se separar de sua esposa Gala, que morreu em 1982 e está enterrada em uma cripta especialmente preparada para ela.

Em suas últimas vontades, pediu para descansar ali, em um túmulo que tinha preparado ao lado do de sua amada. Acabou sendo enterrado em sua cidade natal. A história causa certa perplexidade entre amigos e vizinhos. “Ele amava muito sua mulher, Gala, mas a amava sem sexo e era um ‘voyeur’. Por isso, as pessoas aqui acham muito difícil que possa ter um filho. Essa mulher inventou essa história para conseguir dinheiro”, diz Lidia, que assegura ter conhecido Dalí quando criança.

(Com agência EFE)

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