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Com Ryan Gosling e Emma Stone, ‘La La Land’ é favorito ao Oscar

Os outros candidatos vão precisar se esforçar muito para derrubar a unanimidade que é o musical dirigido pelo jovem Damien Chazelle

Por Mariane Morisawa, de Toronto
Atualizado em 13 set 2016, 21h03 - Publicado em 13 set 2016, 21h03

Ninguém ainda viu os novos filmes dos veteranos Martin Scorsese, 73, vencedor de um Oscar, e Ang Lee, 61, ganhador de duas estatuetas. Mas os diretores de Silence e Billy Lynn’s Long Halftime Walk, respectivamente, vão ter de suar um bocado para bater o favorito La La Land, do jovem Damien Chazelle, 31, na corrida pelo Oscar no ano que vem. Chazelle, claro, é o diretor de Whiplash – Em Busca da Perfeição, que em 2015 concorreu a cinco prêmios no Oscar e ganhou três (ator coadjuvante para J.K. Simmons, montagem para Tom Cross e mixagem de som).

Verdade que ainda é cedo – faltam quatro meses para as indicações e cinco para a cerimônia. Mas a temporada de festivais do segundo semestre costuma ser definidora da disputa. No ano passado, Spotlight: Segredos Revelados, de Tom McCarthy, passou em Veneza e depois saiu de Toronto consagrado para levar o Oscar de melhor filme. Em 2014, Birdman, de Alejandro González Iñárritu, fez o mesmo percurso. La La Land saiu de Veneza ovacionado, com a Coppa Volpi de melhor atriz para Emma Stone. A recepção em Toronto foi igualmente calorosa, com aplausos em cena aberta em plena sessão para a imprensa, que costuma ser mais comedida em termos de reações.

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Nascido na década de 1980, Chazelle faz uma grande homenagem aos musicais hollywoodianos dos anos 1930, 1940 e 1950 e àqueles dirigidos pelo francês Jacques Demy, como Os Guarda-Chuvas do Amor (1963). A ação se passa na Los Angeles dos dias de hoje, e o pianista de jazz Sebastian (Ryan Gosling) e a aspirante a atriz Mia (Emma Stone) se conhecem num engarrafamento-monstro. Não se bicam de cara – na verdade, Sebastian chega a ser grosseiro com Mia. Mas vivem topando um com o outro, o que, em se tratando de uma cidade tão espalhada, só pode mesmo ser destino.

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La La Land é diferente do que se costuma ver no cinema de hoje, em que até as produções de super-heróis são carregadas de pessimismo. O filme desarma com seu romantismo, combinado à falta de cinismo.

Para quem treme só de ouvir falar a palavra “musical”, é bom saber que não se trata de algo na linha Os Miseráveis (2012), de Tom Hooper, ou Chicago (2002), de Rob Marshall, em que quase não há espaço para nada a não ser a cantoria. La La Land está mais na linha de um Cantando na Chuva (1952), de Stanley Donen e Gene Kelly, e conta com apenas cinco números musicais completos e bem colocados – eles são mais frequentes quando os dois estão se conhecendo e começando a se apaixonar.

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Além de ser uma grande homenagem ao cinema de antigamente, La La Land é uma carta de amor à própria cidade, frequentemente descrita como estranha, difícil, desértica, sem charme. Chazelle está disposto a desvendar a beleza de Los Angeles para quem pensa assim, sem esconder suas peculiaridades. Mais do que a cidade dos anjos, Los Angeles é a cidade dos sonhos e dos sonhadores, como Sebastian, que quer montar um clube de jazz, e Mia, que veio de outro lugar, como milhares de outros jovens, para tentar uma carreira em Hollywood. Os mesmos sonhos que unem os dois também podem separá-los ou simplesmente se desfazer, e há uma melancolia pairando no ar.

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas adora sonhadores – é só pegar os vencedores mais recentes: Spotlight: Segredos Revelados, de Tom McCarthy, sobre um jornalismo à moda antiga, e Birdman, de Alejandro González Iñárritu, sobre um ator em busca de sua integridade. La La Land também trata do assunto favorito de Hollywood: a própria Hollywood. É um filme que agrada unanimemente. Num momento de tanta divisão, não é pouca coisa.

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