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Com homenagem a Chico Science, Galo da Madrugada reúne 2 milhões de foliões em Recife

Bloco desfilou por cerca de nove horas e percorreu pelo menos seis bairros da capital pernambucana

Por Da Redação
6 fev 2016, 18h58

Haja rua para tanta gente em Recife. Uma multidão de cerca de 2 milhões de pessoas, segundo os organizadores, saiu às ruas da capital pernambucana para acompanhar o desfile do Galo da Madrugada, que já foi considerado pelo Guinness Book o maior bloco de carnaval do mundo. Com a camisa do cordão ou com fantasias, os foliões percorreram pelo menos seis bairros da capital. O frevo é o ritmo predominante, como em todo o carnaval pernambucano, mas há lugar para marchinhas de carnaval do Rio de Janeiro, o axé da Bahia e a música contemporânea do próprio Pernambuco.

Há 20 anos, o grupo dos Super Pernambucanos comparece fantasiado com capas estampadas com a bandeira de Pernambuco. O professor Marcos Barros, de 41 anos, destaca o amor pelo bloco: “Todo ano compartilhamos essa identidade que é única no mundo, só tem aqui. O Galo da Madrugada não tem definição, faz parte do sangue da gente. As festas da nossa região estão na nossa ideologia, no nosso dia a dia, e o Galo coroa a apoteose da diversão, da alegria, do amor”.

Neste ano, caranguejos foram incorporados às fantasias dos Super Pernambucanos em referência ao homenageado do Galo, o músico Chico Science, um dos fundadores do movimento cultural manguebeat. “A gente não podia deixar de reverenciar uma das maiores referências musicais do mundo, que a ‘pernambucaneidade’ não pode esquecer”, diz Marcos.

Os comerciantes da região também estão aproveitando o homenageado da vez para vender o modelo de chapéu que ficou famoso com o músico. Kleber Duarte, de 43 anos, conta que todos já esqueceram o nome correto do acessório: Salomé. Hoje só é chamado de “Chico Science” mesmo. “Esse chapéu não era usado por muita gente, compravam para fazer base de fantasia, os palhaços, caboclo de lança. Aí, com ele, se popularizou”, explica Kleber.

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A mãe de Kleber, Gerusa Gouveia, de 63 anos, afirma que vendeu alguns exemplares para o próprio Science. “Lembro como hoje. Foi num sábado à tarde, no mercado de São José. Ele disse que precisava de seis para usar com a banda dele. Depois de alguns meses vi que tinha morrido em um acidente”, recorda, fazendo referência ao dia 2 de fevereiro de 1997, quando o artista faleceu, aos 30 anos, em uma batida de carro.

A concentração do Galo da Madrugada teve início às 9 horas no Forte das Cinco Pontas. O bloco arrastou multidões até 18h30, quando se dispersou na Rua do Imperador. Um dos pontos altos do trajeto é o encontro com a estátua gigante do Galo, de quase 30 metros, na ponte Duarte Coelho. Este ano o mascote veio de óculos escuros em homenagem a Chico Science.

O cabeleireiro Jorge Ferreira, de 47 anos, que todo ano sai de vampiro, decidiu inovar em 2016. “Eu estou também de dengue e crise”, diz, mostrando uma placa grudada em um cajado vampiresco. “Qual é mais difícil de combater, a dengue ou a crise?”, pergunta o folião. O vampiro sanguinário estava acompanhado de outro bebedor de sangue. O mosquito Aedes aegypt, que transmite a dengue e o zika vírus, foi fantasia do DJ Israel Gomes, de 31 anos. “Lembrando que hoje a dengue não está picando é nada, só está brincando o carnaval. Aproveitou a folga para brincar o Galo da Madrugada e na quinta-feira volta às atividades normais”, graceja.

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(Agência Brasil)

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