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Cidade do México estuda proibir as touradas

Por Da Redação
12 abr 2012, 06h05

Asela Viar.

Cidade do México, 12 abr (EFE).- Defensores e detratores das touradas travam na capital mexicana sua última batalha, depois que uma comissão da Assembleia Legislativa da cidade aprovou uma votação sobre a proibição deste controvertido espetáculo.

‘Se o proíbem deixam sem trabalho cinco mil pessoas com emprego direto e outro número similar com emprego indireto’, argumentou o promotor da Monumental Plaza México, Juan Castañeda.

Inaugurada no dia 5 de fevereiro de 1946, esta colossal construção é o símbolo mais representativo do enraizado fervor pelas touradas no país, onde calcula-se que existem 22 escolas de toureio.

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‘A finalidade do touro de lida é estar nas corridas, se não, essa espécie desapareceria porque para obter carne já temos os animais mansos’, continuou Castañeda junto às escadarias da maior praça de touros do mundo, com capacidade para 40 mil pessoas.

Não quis nem ouvir falar que em março uma comissão da Assembleia Legislativa da Cidade do México aprovou um projeto de lei que proíbe as touradas nesta cidade, com três votos a favor e duas abstenções.

A iniciativa, que deverá ser levada ao plenário da Assembleia antes que conclua o atual período de sessões, no próximo dia 30 de abril, pretende modificar o artigo 42 da lei para a realização de espetáculos públicos.

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‘Afinal de contas, quem gostar pode vir; quem não gostar, não precisa sair de casa’, sugeriu Castañeda com tom firme, consciente que a fascinação nesta grande urbe é menor que em outras regiões do país.

Castañeda insistiu que não se trata de um espetáculo violento que possa causar problemas de agressividade em seus espectadores. ‘Até agora não houve nenhum toureiro que, por dedicar-se a isso, tenha matado alguém’, comentou.

Opinião bem diferente da responsável de ecologia do Partido Verde Ecologista do México (PVEM), Mariana Boy, que considera que, além dos maus-tratos aos animais, as touradas devem ser proibidas por suas consequências sociais e psicológicas.

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‘Está comprovado que o fato de ser espectador deste tipo de eventos insensibiliza as pessoas em termos de maus-tratos aos animais e também se tornam mais propensas a estarem em situação de maus-tratos infantil ou de gênero’, declarou.

O partido de Mariana Boy é um dos impulsores da proibição das touradas, junto a membros do Partido da Revolução Democrática (PRD) e do Partido Revolucionário Institucional (PRI); mas o tema causa tanta controvérsia que também existem divergências internas.

Durante décadas, o México foi berço do toureio espanhol, um lugar aonde chegavam jovens toureiros que por serem menores de 16 anos não podiam atuar na Espanha. Um deles, Julián López, mais conhecido como ‘El Juli’, reconhece o México como ‘sua segunda casa’.

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‘Vemos todos os dias na televisão, nos telejornais, nos desenhos uma violência brutal, não acho que, psicologicamente, uma criança ou a um adulto se torne violento por ver uma tourada’, opinou ‘El Juli’.

Segundo o toureiro, proibir este espetáculo na capital mexicana seria ‘dar as costas a anos de história, tradição, cultura e a todos os toureiros que levaram o nome do México pelo mundo’.

De uma perspectiva econômica, o matador de touro e representante de uma associação nacional da classe, Antonio Urrutia, alegou que proibir a festa aumentaria o desemprego na cidade.

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O debate sobre a proibição ou não das touradas no México não é novo, como lembrou a ex-diretora do emblemático zoológico de Chapultepec, María Elena Hoyo.

Desde os anos 70, María Elena combate as touradas pois afirma que se trata de um espetáculo ‘primitivo’ e ‘selvagem’, que só é permitido em oito países e que, segundo sua opinião, está com os dias contados.

‘Sinto que os jovens hoje em dia desprezam esse tipo de espetáculo e respondem a isso com sua ausência nas touradas. É uma tradição que já tem os dias contados, vai morrer de inanição’, previu. EFE

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