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‘Chico Anysio foi uma instituição do humor brasileiro’, diz Renato Aragão

Comediantes e colegas de TV e palco lamentam a morte. "O Brasil ficou menos divertido. #RipChicoAnysio", postou Hélio de la Peña, do 'Casseta & Planeta'

Por Da Redação
23 mar 2012, 15h46

O humorista Chico Anysio morreu nesta sexta-feira, 23 de março, aos 80 anos. Mas seus personagens e o legado de seu humor vão permanecer. É o que dizem colegas como José Lavigne, diretor de Casseta & Planeta, Os Trapalhões e TV Pirata, para quem Chico Anysio não terá substituto.

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Jô Soares, comediante e apresentador

“Costumam dizer que ninguém é insubstituível. Chico Anysio desmente essa frase.”

Renato Aragão, de Os Trapalhões

“A notícia da morte de Chico veio como uma bomba. A gente sabia que ele estava doente, mas, para mim, ainda não era a hora de ele partir. Eu tinha certeza de que ele iria voltar e eu acredito que ele também, sei que Chico não se entregou em nenhum momento. A primeira vez que o encontrei foi em 1974, quando vim do Nordeste. Chico já era famoso por aqui e fui visitá-lo sem nem mesmo conhecê-lo. Ele ajudava todo mundo e me deu muitos conselhos, era um homem sábio. Foi um exemplo e uma instituição do humor brasileiro.”

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Cláudia Jimenez, humorista, lembrando a permanente preocupação de Chico Anysio em manter ativa a velha guarda do humor

“Perdi meu amado mestre. Mas tenho certeza que agora lá em cima, há uma rodinha. Walter D´Ávila, Costinha, Rogério Cardoso, Nádia Maria, Brandão Filho. Todos esperando por ele. Ele me inventou. Foi Chico quem me falou: ‘Pode ir, que vai rolar’. Fiz seis anos de Escolhinha. Chico não precisava trabalhar, se não quisesse. Mas dizia: ‘O que vou fazer com a velha guarda do humor? Essa gente tem que trabalhar’. E aí ele ficava batalhando para dar emprego a todo mundo. Nâo existiu no Brasil um artista maior que Chico Anysio. Era um ator que fazia comédia”.

Orlando Drummond, o Seu Peru da Escolinha do Professor Raimundo

“Desde 1949, na rádio Mayrink Veiga, fui companheiro do Chico. Ele era para mim como comediante o que o Paulo Gracindo era como ator, um guru. Desde 1983, quando entrei na Globo, participei de todos os programas do Chico Anysio. Em 1989, ele criou o Seu Peru e o deu para mim. Um outro ator ficou com vergonha de fazer o personagem porque era uma bichona. E ele gritou logo para o diretor: ‘Dá para o Drummond’. Porque ele gostava muito de uma outra bicha que eu fazia, Lúcio, o granfino. Deu no que deu. Dentre todas as minhas personagens, fiquei consagrado como Seu Peru, que já faço há 23 anos e sei que vai se eternizar graças ao Chico Anysio. Devo isso a ele. “Já estou com saudade dele. Só me resta, agora, assistir à Escolinha do Professor Raimundo no Canal Viva, todo dia, às 20h. Então, um viva para o Chico Anysio!”

Maurício Sherman, pioneiro da TV brasileira, e diretor de Zorra Total

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“Conheci o Chico quando trabalhamos juntos na rádio Guanabara, no rádio-teatro. Nossos caminhos sempre se cruzaram, primeiro na TV Tupi, TV Excelsior e depois na TV Globo. Eu sempre dirigindo o Chico, aliás, um dos primeiros programas que eu dirigi foi o dele. Sempre nos demos muito bem e admirei muito o trabalho dele, mas acima de tudo fomos amigos. É uma morte muito sentida. Os personagens dele têm história e agora estão imortalizados para a eternidade. Chico e seus 209 personagens são insubstituíveis.”

Ary Toledo

“Eu fico muito consternado, muito triste. Ele era meu amigo, parceiro de música. O Brasil perde o maior humorista de todos os tempos. É quase impossível que apareça um outro humorista nesse nível, nesse quilate. Ela deixa um legado muito difícil de ser igualado no humor brasileiro. Ele só não é o maior humorista do mundo porque nasceu no Brasil. Se nascesse nos Estados Unidos, certamente seria. O que eu posso dizer neste momento é que são profundas a minha tristeza e a minha saudade. Vamos desejar que ele esteja em um bom lugar. Ele estava sofrendo muito nos últimos dias. Eu cheguei a visitá-lo antes de ele voltar o hospital em dezembro. Tinha a impressão de que ele estava se recuperando bem, mas, agora com essa notícia, a gente chega à conclusão de que a vida nessa terra é uma passagem e cada um carrega seu fardo até o final. Ele carregou o dele muito bem.”

Lúcio Mauro Filho, comediante da série A Grande Família

“Chico conseguia se comunicar com todas as gerações, dos 8 aos 80 anos, e por isso ele vai deixar uma cratera enorme no humor brasileiro. A importância do Chico só vai crescer daqui para frente. Infelizmente, seu lado polêmico o afastou da TV e foi uma grande pena ele ter sido colocado na geladeira. Ele até voltou depois, mas já estava com a saúde debilitada. Eu, humildemente, me incluo no legado deixado pelo Chico, ao lado de grandes talentos como Bruno Mazzeo, Heloisa Périssé e Claudia Jimenez. Seu talento era tão grandioso que até nos deixa em dúvida ao eleger o personagem mais marcante. Gosto muito do Azambuja e do Alberto Roberto, aquele galã que, no fundo, é um grande babaca. Soube pela imprensa e pedi que minha mãe avisasse o meu pai, que trabalhava com o Chico desde jovem. Ele deve estar muito abalado.”

José Santa Cruz, humorista, ator de Zorra Total e amigo de Chico Anysio há 60 anos

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“Eu trabalhei com ele em Recife, na Rádio Clube de Pernambuco, em 1950, 51, por aí. Sou amigo dele há mais de 60 anos. Mas, por incrível que pareça, trabalhamos pouco juntos nesse tempo todo. Foi um gênio da raça. Se estivesse nos Estados Unidos, o mundo estaria reverenciando Chico Anysio neste momento. O Brasil perdeu um gênio, um fenômeno, que fazia humor, novela, cinema, dublagem. Ele até pintava. Era um artista completo. A vida tem que continuar. Para nós, aqui, e para ele no céu, onde será recebido com mais irreverência e mais alegria ainda do que teve na Terra.”

Marcius Melhem, autor e protagonista do humorístico Os Caras de Pau, da Globo

“Chico Anysio foi o pai de tudo o que se faz hoje em humor. Tínhamos conversas diárias, em que aprendi muito, quando contracenei com ele em Caminho das Índias, no papel do vigarista Radesh, filho de Namit Batra, interpretado por Chico. Ele era um gênio, que elevou o humor a um outro patamar. Não há como fazer humor nesse país sem observar e se inspirar nele.”

Glória Maria

“O Chico faz parte da minha história. Fiz muitas, muitas entrevistas com ele. Mas mais marcante que as entrevistas, para mim, são aqueles textos que ele fazia no Fantástico. Eu ficava de perto vendo ele gravar, durante anos. Sem maquiagem, de cara e coração. Não era um personagem, uma caricatura. Era uma pessoa muito generosa, que sempre pensava nos outros. Lembro de conversar com ele, e de como ele sempre falava do Bruno. Me dizia: ‘Glória, o Bruno desde os 4 anos já sabe escrever, ele começou a escrever os textos dele’. Com ele, se vai um tempo da TV. Ele era representante de um período que não volta mais. A TV vai ter que se reinventar sem ele, como ele próprio se reinventava. Ele sempre me falava: quem é sábio experimenta. E Chico vivia experimentando. Era sábio, brilhante, gênio. Não só a TV, mas o Brasil perde a inteligência e a delicadeza de Chico Anysio. Existem pessoas que a gente acha que são eternas. O Chico Anysio é uma dessas pessoas.”

Arlete Salles

“Quando cheguei ao Rio, em 1964, o Chico era um sucesso na TV Rio. Eu era uma iniciante. Mas, mesmo depois de conhecê-lo por tantos anos, tinha dificuldade de falar com ele de igual para igual, de tão grandioso que é o trabalho do Chico. Era um ídolo, um mestre, que não pertencia à casta dos grandes atores, apenas. Era um gênio. Lembro dele muito charmoso, nos shows solo no teatro. Ele foi o pioneiro nesse estilo de comédia, o stand-up, que agora se espalha. Mas o palco era pequeno para ele. Era um homem do rádio, cinema, TV, passeava pela seara da música e da pintura. Uma grande frustração minha é não ter um quadro do Chico. Fui a exposições dele. Os quadros eram lindíssimos, mas eu queria ter comprado pela assinatura mesmo. A gente não deve adiar as coisas. Assim que soube que ele não estava bem, me prometi visitá-lo. Mas não pude vê-lo em vida mais uma vez.”

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Leandro Hassum, um dos muitos talentos revelados por Chico Anysio

“Perdi meu grande mestre. Juntos, interpretamos a dupla Dr. Rossetti e Dr. Logulo, dois pais de família que mantinham um caso e tentavam disfarçar a homossexualidade. Eu, como muitos, sou fruto dessa herança do Chico. A minha primeira aparição foi num programa dele, há uns 10 anos. O Brasil perdeu um grande artista e eu perdi meu grande mestre, padrinho e amigo. Sobre o lado crítico de Chico Anysio, que mirava desde a classe política até o próprio humor televisivo, vou usar uma frase do próprio: ‘Não existe humor diferente, mas sim humor engraçado e sem graça’. Mesmo nesse lado de crítica política e social, o que fazemos é tentar imitar um pouco que ele fazia.”

André Mattos, que integrou a Escolinha do Professor Raimundo na década de 1990

“Deixa um legado para centenas de artistas que devem a ele a oportunidade de exercer sua atividade. Acho que temos que levar para a vida tudo o que ele ensinou, com muito humor.”

Marcelo Picchi, ator, acompanhou a família nos últimos três meses

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“Tive o privilégio, nesses três últimos meses, de prestar assistência religiosa, através da Igreja Messiânica. Vim diariamente ao hospital vê-lo. Pude confirmar o amor e a dedicação da (esposa) Malga por ele. Chico é uma grande referência para todos nós, artistas. Um homem inteligentíssimo, grande ator e autor, além de seu grande coração. Lutou pela vida até o fim. No final, com relativa melhora, o humor de Chico sempre veio à tona. O humor faz parte da essência dele.”

José Lavigne, diretor de Casseta & Planeta, Os Trapalhões e TV Pirata

“Eu cresci assistindo o Chico na TV e foi por isso que eu decidi trabalhar com humor. Eu acho ele um gênio e não há ninguém que possa substituí-lo. O humor dele está ligado à felicidade de uma geração inteira. Acho que o Brasil vai ficar um país mais chato e careta sem o Chico Anysio.”

Diogo Portugal, humorista

“É uma grande perda. Eu tenho 43 anos e fui muito influenciado por ele. Eram os programas que eu mais assistia, desde o Chico City. Ele sempre soube diversificar bem cada personagem. O grande talento dele, além de ter uma genialidade nos roteiros, era conseguir diferenciar um personagem do outro, eu gravei o quadro dos vampiros no Zorra Total com Chico Anysio. Foi uma experiência curta. Eu já era amigos dos filhos dele. Tive a oportunidade de conversar com ele nos bastidores e foi muito bacana. Ele gostava muito de falar sobre futebol e do humor em geral.”

Paulo Silvino, humorista, na Globonews

“Infelizmente, perdemos o maior ator comediante do mundo, de todas as eras. Não existe alguém que tenha feito no humor o que o Chico Anysio fez. Ele era completo.”

Risadaria, festival de humor, comunicado oficial

“Os idealizadores, realizadores, curadores e artistas do Risadaria lamentam a morte do humorista Chico Anysio. Neste momento, solidarizamo-nos com os familiares e com os milhões de fãs espalhados pelo Brasil. O comediante foi o grande homenageado da primeira edição do festival, em 2010.”

Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, nota de pesar

“O Brasil está triste com a morte de nosso maior humorista. É com grande pesar que transmito meus sentimentos e orações a todos os seus milhões de fãs, aos amigos e familiares.”

As homenagens no Twitter:

Luciano Huck, apresentador

“Minha admiração e respeito por Chico Anysio. Deixo meu carinho ao amigo @bmazzeo e toda a sua familia. S/ dúvida o céu está mais divertido.”

Mauricio de Sousa, desenhista

“Meu Chico Anysio se foi. Leva com ele minha admiração, meu carinho e a certeza da saudade que vou sentir de toda sua turma de personagens.”

Marcelo Adnet, comediante

“Valeu, Chico Anysio! Você fez toda a diferença! Descansa em paz e deixa sua vasta e genial carreira pra gente ver e aprender!”

Rafael Cortez, do CQC

“O que fica é a lembrança do artista genial e do ser humano generoso, que sempre me tratou bem. Descanse em paz, Chico. Força, Bruno Mazzeo e família. Chico Anysio era um Deus do humor. E ainda recebia bem e atenciosamente os aprendizes da nova geração, como noós do CQC, com nossas entrevistas.”

Felipe Andreoli, do CQC

“Chico Anysio, Bento Carneiro, Bozó, Alberto Roberto, Coalhada, Haroldo, Painho, Nazareno. Sentiremos falta de todos vocês. Valeu, Chico!”

Hélio de la Peña, do Casseta & Planeta

“O Brasil ficou menos divertido. #RipChicoAnysio”

Ceará, do Pânico na TV!

“Soube agora da triste notícia da morte do Chico Anísio. Deixo aqui minhas condolências a todos familiares e amigos. Descanse em paz, ídolo.”

Gloria Perez, novelista

“Triste, muito triste com a partida de Chico Anysio”

Susana Vieira

“Meus sentimentos a família do querido #chicoanysio. Meu coração nesse momento não consegue expressar com palavras o tamanho da minha dor!”

Bruno Gagliasso​

“#triste #mestrechico”

Luciana Gimenez , apresentadora

“Verdadeiro talento chicoAnysio RIP#”

Dira Paes

“Tive o grande prazer de atuar com o Chico Anysio e digo uma coisa. Morreu o MAIOR humorista que existiu no Brasil.”

(Com Raissa Pascoal, Rafael Lemos, Mariana Zylberkan, Carol Nogueira, Cecília Ritto e Leo Pinheiro)

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