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Chagall admirado como nunca, no museu Thyssen de Madri

Por Por Anna Cuenca
13 fev 2012, 18h31

Do Chagall mais famoso, povoado por camponeses, músicos e personagens de circo, ao desconhecido ilustrador de romances e fábulas, o mundo poético e colorido do artista russo se reúne em Madri numa exposição inédita.

“Pela primeira vez é representado de uma forma toral”, explica à AFP Meret Meyer, neta do pintor e vice-presidente do comitê Chagall, no museu Thyssen-Bornemisza de Madri, que acolhe a mostra de 14 de fevereiro a 20 de maio.

“Esta é a primeira exposição que o mostra de uma forma fluida, natural, na qual, junto com suas obras-primas, pode-se descobrir os elementos inovadores, a audácia do artista, com tudo se inscrevendo no mesmo percurso”, afirma.

“É raríssimo ter juntas tantas obras-primas, reunir tantos quadros procedentes de todo o mundo; é uma situação que não vai se repetir em muitos anos”, acrescentou.

Começando na Rússia natal, até a morte, em 1985, no sul da França, passando pela juventude na efervescente Paris dos anos 20 e o exílio dos anos 40, nos Estados Unidos, a mostra reúne mais de 150 telas procedentes de 30 museus e coleções privadas.

“A ideia é descobrir um universo que nada tem a ver com a pintura do século XX conhecida na Espanha”, explica à AFP o curador da exposição, o francês Jean-Louis Prat, comparando o artista russo com seus contemporâneos espanhóis, como Pablo Picasso ou Joan Miró.

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“Marc Chagall é um artista atípico” porque, embora em Paris entrou em contacto com todas as vanguardas, “desenvolveu ao longo de todo o século XX uma obra externa a todo o movimento, a todas as escolas”, assegura.

Quando Marc Chagall chegou a Paris, em 1910, o impressionismo estava no fim, acabara-se a época do fauvismo e o cubismo dava seus primeiros passos.

O artista “descobriu com júbilo todas as vanguardas, mas estas não vão influenciá-lo; vão inspirá-lo, certo, mas só um pouco, porque manteve a independência”, acrescentou Prat.

Assim, num século XX que se contentava com tons apagados, o pintor russo se converteu em acérrimo defensor das cores brilhantes, embora a chegada do fascismo, nos anos 30, provocasse um ensombrecimento passageiro de sua obra.

Para reafirmar a identidade criou um mundo habitado por personagens originários de sua cultura russa e judaica – camponeses, rabinos, músicos – que sua imaginação combinou num universo poético e onírico no qual as vacas tocam violino.

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“É o universo que ele sempre amou, a dança, a música, o circo, que faziam sonhar a criança que levava dentro de si”, explica o curador, responsável pela última grande retrospectiva que Chagall organizou em vida, em 1984, na França.

Com esta nova mostra “queríamos apresentar o Chagall amigo dos poetas”, diz sobre este artista que em 1910 fez amizade com Guillaume Apollinaire e nos anos 60 trabalhou com André Malraux.

“Os poetas se viam refletidos nele”, acrescenta, mostrando uma rara coleção de água-fortes que o pintor russo realizou nos anos 50 para ilustrar as célebres fábulas de Jean de la Fontaine.

Entre as obras menos conhecidas da exposição figuram também ilustrações em branco e preto do romance “Almas Mortas” do escritor ruso Nikolai Gogol e até da Bíblia.

Mas o caráter mais sombrio destas obras não impedem que a exposição transmita uma “mensagem de frescura” e “cheia de esperança”, afirma Meyer.

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