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Catálogo atualiza conjunto de obras de Aleijadinho

Por Da Redação
5 out 2011, 10h02

Por AE

São Paulo – Um novo inventário das obras do mestre mineiro Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730-1814), acrescenta 61 esculturas sacras ao acervo já conhecido de criações do artista. O conjunto de 486 trabalhos é o maior já atribuído ao escultor e está reunido na nova versão de “O Aleijadinho – Catálogo Geral da Obra”, do historiador mineiro Márcio Jardim, em coautoria com o também historiador Herbert Sardinha Pinto e com o pesquisador Marcelo Coimbra. O livro será lançado no dia 21, em São Paulo.

Espera-se polêmica: alguns pesquisadores criticam o que consideram excesso de atribuições de autoria ao mestre do barroco sacro que, segundo eles, confiava parte do trabalho a auxiliares. Outros consideram que o estilo do Aleijadinho foi bastante imitado por artistas menores e muitas obras não seriam suas.

Para Jardim, que no catálogo anterior, editado em 2006, havia relacionado 425 esculturas, a polêmica é natural. “Uma das questões mais ouvidas por quem se dedica ao trabalho de historiar a vida do Aleijadinho se concentra na dúvida sobre o número de suas obras.”

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Segundo ele, os autores do novo inventário sustentam a tese de que todas as obras apresentadas até agora são efetivamente de Aleijadinho e que ainda há muitas a serem descobertas.

“A primeira razão para esse entendimento é que o artista viveu 84 anos e foi sempre obrigado a trabalhar para sustentar a si, quatro escravos e uma oficina com diversos auxiliares, não tendo outra fonte de renda”, explica Jardim. A segunda, segundo ele, é que a maior parte das obras do escultor mineiro é constituída por esculturas de pequenas dimensões – entre 20 e 40 centímetros – e de madeira leve, macia, geralmente o cedro. No tocante à autoria, o historiador lembra que, no caso do Aleijadinho, a atribuição por documento é apenas subsidiária, pois várias obras encomendadas a outros artistas foram subempreitadas a ele.

Como exemplo, ele cita os trabalhos realizados para a Ordem Terceira do Carmo, que não admitia membros não brancos – Antonio Francisco Lisboa era pardo. “Um terceiro aparecia eventualmente como contratado ou garantidor por fiança, entregando o serviço à oficina do artista”, conta. Algumas dessas transações foram documentadas e os recibos fazem parte da publicação.

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O catálogo inclui pela primeira vez o pouco conhecido acervo das coleções particulares, já que alguns desses colecionadores são avessos à publicidade. “Estamos trazendo ao conhecimento público imagens sacras esculpidas pelo Aleijadinho e preservadas pelos colecionadores privados ao longo dos dois últimos séculos”, afirma Jardim. Coube a Marcelo Coimbra, com sua experiência de antiquário, a tarefa de convencer os donos das peças a permitir que fossem descritas e fotografadas. “Muitas estavam guardadas a sete chaves e nunca foram mostradas”, contou Coimbra. Em sua atividade profissional, ele teve contatos com colecionadores de arte antiga de todo o Brasil e há mais de uma década decidiu se dedicar à obra do Aleijadinho – foi curador de várias mostras do artista.

Coimbra visitou os 20 colecionadores que possuem esculturas do mestre mineiro e constatou que 80% das obras em coleções particulares estão em São Paulo. “Muitas são esculturas de pequeno porte, feitas para oratórios domésticos.” Embora a produção mais abundante e conhecida esteja nas cidades históricas de Minas Gerais – são relacionadas obras em 18 cidades mineiras, de Ouro Preto a Belo Horizonte, passando por Mariana, Sabará, São João Del Rei, Tiradentes e Congonhas -, o catálogo traz também as peças que compõem o acervo público do artista em São Paulo, encontrado no Museu de Arte Sacra, no Museu de Arte de São Paulo e no Palácio dos Bandeirantes – uma única escultura, um São José de Botas.

Para marcar o lançamento, no dia 21, o Círculo Militar de São Paulo (Rua Abílio Soares, 1.589, Ibirapuera) vai expor 38 obras atribuídas a Aleijadinho, uma celebração prévia do bicentenário de sua morte, que transcorre em 2014. Dessas, 16 são inéditas, com destaque para um São João Batista esculpido entre 1781 e 1790, fase de maturidade plena do autor. A mostra recebe visitantes de 21 a 30 de outubro, com entrada franca. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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