Paris, 7 dez (EFE).- O cartunista sírio Ali Farzat, agredido em agosto pelos serviços de segurança do regime de Bashar al Assad em Damasco, que o castigaram com especial afinco, foi agraciado nesta quarta-feira com o Prêmio Repórteres sem Fronteiras pela Liberdade de Imprensa.
Este prêmio foi concedido a Farzat pelo célebre desenhista francês Plantu, que publica uma charge diariamente na capa do jornal francês ‘Le Monde’.
Desde o início das revoltas contra o regime de Assad, o desenhista sírio e ativista pró-direitos humanos dedicou numerosas caricaturas ao ditador. Dentre elas, uma na qual aparecia tentando fugir ao lado do ex-ditador líbio Muammar Kadafi, pouco antes que homens armados o sequestrassem em sua casa dando uma surra pela qual foi internado em um hospital.
As fotografias do cartunista de 54 anos com ambas as mãos amarradas e o rosto notavelmente maltratado percorreram o mundo e provocaram a solidariedade de seus colegas na imprensa, especialmente no mundo árabe.
Esta agressão foi condenada pelos Estados Unidos, que considerou que ‘o ataque ao caricaturista político mais popular do país e um ativista de direitos humanos de longa trajetória’ foi ‘deplorável’.
Na cerimônia, realizada nesta quarta-feira em Paris e reportada na conta de Twitter da organização pela liberdade de imprensa, foi premiada também a revista birmanesa ‘Weekly Eleven’ como meio de comunicação do ano ‘por seu combate contra a censura e sua luta pela liberdade de informação’, informou a Repórteres sem Fronteiras.
Farzat e a ‘Weekly Eleven’ receberam o prêmio do jornalista iraniano Abdolreza Tajik e da rádio somali ‘Radio Shabelle’, agraciados em 2010 em com o mesmo prêmio por sua ‘coragem’ na hora de informar. EFE