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Caravaggio e sua arte de contrastes

A maior exposição em número de obras do artista italiano já realizada na América Latina é inaugurada nesta terça-feira, em Belo Horizonte

Por Mariana Zylberkan
22 Maio 2012, 11h12

A maior exposição do pintor Michelangelo Merisi de Caravaggio (1571-1610) em número de obras já realizada na América Latina abre para o público, nesta terça-feira, em Belo Horizonte. Caravaggio, considerado o maior representante do estilo barroco, foi mestre na arte de manipular o jogo de luz e sombra, que confere um enorme grau de complexidade à sua obra. São poucos os quadros de Caravaggio que sobreviveram até os dias de hoje, 62 ao todo, e alguns deles ainda passam por avaliação de especialistas para que o período de produção e as condições em que foram realizados sejam comprovados. A obra Medusa Murtola, por exemplo, era considerada uma cópia até recentemente. Só ao fim de trabalhos que duraram 20 anos – com sofisticadas análises em infravermelho – é que sua autenticidade foi comprovada. Estudos comparativos entre Medusa Murtola e a sua segunda versão, creditada como a original por muito tempo pelos historiadores, estão entre os destaques da exposição Caravaggio e Seus Seguidores, que faz parte da programação do Momento Itália-Brasil.

A mostra reúne seis quadros originais do pintor italiano. As obras vieram da Europa em vários voos, já que, por segurança, não é permitido transportar mais de dois Caravaggios num mesmo avião. Em terra, viajaram também em duplas, com escolta armada.

Na exposição do Brasil, o espaço é preenchido por telas dos chamados “Caravaggescos”, seguidores do estilo do artista, como Artemisia Gentileschi, Bartolomeo Cavarozzi, Giovanni Baglione, Hendrick van Somer, Jusepe di Ribera, entre outros. “Vamos propor ao público uma espécie de jogo dos sete erros entre as duas versões de Medusa Murtola. A experiência é praticamente uma aula sobre o estilo único de Caravaggio”, diz o curador Fábio Magalhães.

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Fazem parte da exposição outros trabalhos consagrados de Caravaggio, como São Jerônimo que Escreve, São Francisco em Meditação e Retrato do Cardeal, além de São Januário Degolado e um dublê de São Francisco em Meditação – os dois últimos ainda são considerados um problema para os especialistas, que ainda pesquisam sua autenticidade. Anteriormente, o Brasil havia recebido duas mostras de Caravaggio. A primeira, em 1954, expôs duas obras do artista na Oca, no Parque Ibirapuera, em comemoração ao quarto centenário de São Paulo. A mais recente, A Lição de Caravaggio (lançada em 1998 no Masp), contou com apenas um quadro de sua autoria, Davi com a Cabeça de Golias.

Lado obscuro – Mais do que uma técnica que confere incrível naturalismo aos seus quadros, o jogo de luzes e sombra era usado por Caravaggio para expressar o lado obscuro do ser humano que convive lado a lado com as virtudes de cada um. “Os questionamentos de Caravaggio ainda são atuais”, diz Magalhães. O estilo do artista é reverberado por pintores contemporâneos, como Vik Muniz, Alex Fleming e Gilberto Salvador, que foram influenciados pela redescoberta da obra de Caravaggio nos anos 50 e pela grande visibilidade que ganhou em 2010, na comemoração dos 400 anos de seu nascimento, quando foram organizadas exposições inéditas em Roma e na Rússia.

Caravaggio e Seus Seguidores permanece em cartaz em Belo Horizonte até 15 de julho, quando deixa a capital mineira rumo ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). Em seguida, a exposição é montada no Museu Nacional de Belas Artes, em Buenos Aires, na Argentina.

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