Bruno Gagliasso chora e ameaça parar de atuar por ‘censura’ a ‘Babilônia’
Na entrega do Prêmio Contigo!, em que ganhou o troféu de Melhor Ator de Série ou Minissérie por 'Dupla Identidade', ator fez um desabafo sobre o cerco moralista à novela
Por
Da Redação
access_time
9 jun 2015, 12h40
Bruno Gagliasso chora durante premiação no Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro (VEJA.com/)
O ator Bruno Gagliasso aproveitou o troféu recebido na noite desta segunda-feira, no Prêmio Contigo!, para fazer um desabafo sobre as dificuldades enfrentadas por Babilônia. A novela das nove da Globo é o maior fracasso da história do horário, e, em um discurso unificado, autores, diretor e atores têm culpado os espectadores conservadores pelo péssimo desempenho da trama no Ibope — como se ela não fosse cheia de defeitos. Foi o mesmo que fez Gagliasso. No palco da premiação, em vez de agradecer pelo título de Melhor Ator de Série ou Minissérie conquistado por sua atuação em Dupla Identidade, o ator falou do momento difícil vivido em Babilônia, onde seu personagem, o cafetão Murilo, se regenerou em questão de dias, chorou e até ameaçou largar a profissão.
LEIA TAMBÉM:
‘Babilônia’ já está entre as piores novelas dos últimos 20 anos
Sim, o beijo gay é problema para ‘Babilônia’. Mas só um deles
Produção de ‘I Love Paraisópolis’ esquece de trocar fundo em cena
Para chegar a Babilônia, Gagliasso começou falando de América (2005), novela de Glória Perez em que vivia um homossexual e que teria o primeiro beijo gay da dramaturgia da Globo, cortado na última hora pela emissora. “Fiz uma novela chamada América e em que fiz um cara que se descobria homossexual durante a novela. Fiz essa novela com muito tesão, muito mesmo. Sou movido a isso. E nessa novela eu gravei o beijo gay no último capítulo, mas uma hora antes de a novela ir ao ar cortaram o beijo e não avisaram às pessoas do elenco. Fiquei muito triste na época. Depois vi o Mateus (Solano, o Félix de Amor à Vida) e torci tanto, sabia que era um grande passo que o Brasil ia dar, e deu”, disse Bruno Gagliasso, de troféu na mão, segundo o site da Contigo!.
Depois, prosseguiu, fazendo a ameaça de deixar de atuar se a censura continuar. “E hoje, fazendo a mesma novela que a Fernanda (Montenegro, que forma um casal lésbico com Nathalia Timberg em Babilônia), eu vi o beijo gay e não vi mais, isso me deixou muito triste. A gente tem que tomar muito cuidado, porque quem faz arte é movido a paixão, a tesão, a emoção e esse personagem com o qual ganhei o prêmio me motivou por isso, porque ele faz a diferença, transforma. Não vamos dar um passo para trás, estou muito triste, feliz pelo prêmio, mas triste por estar vivendo esse momento. Só vou continuar sendo ator se eu puder transformar e puder fazer, vamos bater o pé. O desabafo é esse. Tenho orgulho desse prêmio e quero continuar tendo orgulho do que eu faço, senão vou parar de fazer”.
O ator despertou aplaudos e gritos na plateia, formada quase inteiramente por globais.
-
1. Alice, a ex-quase-futura-prostituta
zoom_out_map
1/6
(VEJA.com/Divulgação)
Quando foi criada, a personagem de Sophie Charlotte estava destinada a se tornar acompanhante de luxo, agenciada pelo cafetão e namorado Murilo (Bruno Gagliasso). Mas Alice foi uma das primeiras personagens a ter seu futuro mudado pelo trio de autores de Babilônia, Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga, quando a audiência da novela entrou em declínio, logo nas primeiras semanas. Ela dispensou Murilo, arranjou um emprego como garçonete em um bar e se transformou em uma moça esforçada, que luta por sua independência.
-
2. Murilo, de cafetão a produtor
zoom_out_map
2/6
(TV GLOBO/Reprodução)
Bruno Gagliasso prometia com seu personagem malandro no começo da trama, quando era um agenciador de prostitutas de luxo. Uma de suas novas apostas seria Alice, que havia acabado de voltar de Dubai e se apaixonou pelo rapaz. Mas a personagem de Sophie Charlotte tomou novos rumos e acabou arrastando Murilo para um outro caminho. Interessado por Alice, Murilo já declarou que está disposto a largar a vida de cafetão para se tornar um produtor de eventos de verdade se isso o ajudar a reconquistá-la.
-
3. Evandro, o boa-vida reformado
zoom_out_map
3/6
(Divulgação/TV Globo)
Dono da Souza Rangel, o personagem de Cassio Gabus Mendes mostrou no início da trama que era um boa-vida de carteirinha, deixando o comando da empresa nas mãos de sua mulher, Beatriz (Gloria Pires), para que pudesse passar os dias jogando golfe e saindo com amantes. Agora, o empresário deixou de ser cliente assíduo de prostitutas em nome do amor que sente por Alice e se tornou um homem de negócios sério, interessado em manter a Souza Rangel limpa sob o seu controle.
-
4. Carlos Alberto e a volta definitiva para o armário
zoom_out_map
4/6
(Divulgação/TV Globo)
O personagem de Marcos Pasquim foi concebido pelo trio de autores de Babilônia para ser um gay no armário, que ia se apaixonar por Ivan (Marcello Melo Jr.), homossexual assumido. A rejeição inicial dos espectadores ao casal lésbico Teresa (Fernanda Montenegro) e Estela (Nathalia Timberg), que trocaram um beijão logo no primeiro capítulo da novela, assustou a produção do folhetim, que resolveu mudar a orientação sexual do treinador de natação, aproveitando que ele nunca havia assumido nada. Agora, ele deve se interessar pela protagonista Regina (Camila Pitanga), mãe de sua aluna, Julia (Sabrina Nonata).
-
5. Teresa e Estela, as sumidas
zoom_out_map
5/6
(TV Globo/Reprodução)
Depois de chocar o público religioso que acompanhou o primeiro capítulo da novela ao trocar um beijo apaixonado, o casal Teresa e Estela desapareceu da novela. O tão esperado casamento entre as duas foi mostrado, mas de forma comedida, sem beijo ao final da cerimônia. Desde então, o relacionamento parece ter virado tabu na novela, que se limitou a mostrar apenas diálogos curtos entre as personagens e nenhuma outra cena apaixonada.
-
6. Beatriz, a apaixonada
zoom_out_map
6/6
(Felipe Monteiro/Gshow/TV Globo)
Logo na estreia da trama, Beatriz mostrou que era uma mulher insaciável quando o assunto era sexo. Deitou e rolou com diversos amantes e prometia ser a ninfomaníaca do folhetim. Mas nem a vilã escapou das mudanças de Babilônia: de viciada em sexo, ela passou a mulher apaixonada por Diogo (Thiago Martins). Beatriz apareceu escondida no casamento do rapaz com Gabi (Kizi Vaz) e ficou sofrendo pelos cantos ao ver o homem que amava dizer “sim” a outra mulher.
-
1. Maniqueísmo (preto x branco)
zoom_out_map
1/10
(Reprodução/VEJA)
Babilônia retoma um formato maniqueísta que representa um retrocesso se comparada às últimas novelas. Para Cintia Lopes, autora do livro A seguir, Cenas do Próximo Capítulo, Gilberto Braga retorna aos modelos de “novelão” apresentados na década de 80, em que o núcleo de personagens é caricato em excesso quando se trata de apresentar o bem versus o mal, e isso parece nao agradar ao público atual. Na trama, os personagens com maior poder aquisitivo são apresentados como trambiqueiros e interesseiros, enquanto os pobres são ingênuos e honestos. “Desde o início, definiu-se com tintas fortes quem é do bem e quem é do mal. Mas faz um tempo que o público não cai nesse clichê de que uma pessoa é 100% uma coisa. O vilão Félix, de Amor à Vida, por exemplo, foi construído com nuances e, mesmo com todas as barbaridades projetadas por ele, conseguiu conquistar e ser adorado pelo público”, compartilhou Cintia. Já Prof. Sabina Regiani diz que existia uma tendência de que os vilões assumissem a predileção dos espectadores em novelas, mas que isso não continuou em Babilônia. “Nas últimas produções que realmente marcaram o público durante a exibição, o melhor da trama era responsabilidade do vilão. Mas esse é um caminho difícil de acertar. Em Babilônia, há um exagero de personagens negativos, eles pisaram fundo nos vários estereótipos de pessoas ruins, mas o público não se identificou e sente falta de personagens fortes com os quais possam ter algum tipo de admiração”, disse.
-
2. Personagens mal construídos
zoom_out_map
2/10
(VEJA.com/Reprodução)
Antes mesmo de sua estreia, já havia um clima de grandes expectativas em torno de Babilônia, sobretudo, devido a escalação de um elenco de peso. “As pessoas realmente esperavam uma retomada por meio do embate energético entre Carminha, vilã de Adriana Esteves em Avenida Brasil e Maria de Fátima, personagem de Gloria Pires em Vale Tudo. Mas, pelo o que eu tenho assistido, não chegou nem perto disso”, compartilhou Cintia Lopes. Isso porque, para a autora, os personagens foram mal elaborados e não apresentam nada que cause empatia com os espectadores. Tal característica não se limita às vilãs. “É comum em algumas produções que os personagens se esgotem ao longo do tempo, mas em Babilônia eles são chapados desde o inicio. Em todos os núcleos da novela, não há um personagem redondo. E por redondo, espera-se profundidade e complexidade que instigue e que prenda a atenção do espectador”, analisou Claudia Braga. Para a Prof. Sabina, a construção de uma persona não é responsabilidade apenas do roteiro, mas também do ator. “O público gosta de personagens que ele entenda o contexto, mas no caso de Babilônia há várias lacunas sem explicação. Ainda, é preciso originalidade para conquistar a empatia. Essa é realmente uma receita de tentativa e erro, mas, por confiarmos tanto no Braga, que não é qualquer amador, esperamos que ele acerte de cara. Tenho esperanças de que ele se renove”.
-
3. Mocinha chata e histérica
zoom_out_map
3/10
(Divulgação/TV Globo)
Apesar de o espectador precisar de um herói para torcer, Regina, personagem de Camila Pitanga, está longe de ser o modelo de heroína. Personagens que se apresentam como extremamente corretos, de índole inquestionável e idealizados são umas das piores coisas que a ficção pode apresentar, pelo simples fato de que é muito difícil acreditar em algo do tipo, já que no mundo real todos têm as suas falhas. “A Regina faz o papelão daquela pessoa que é boa, trabalhadora, quer crescer na vida de forma honesta e não há nada de errado nisso. O problema é a falta de nuances e isso incomoda o público que não visualiza como alguém consegue ser perfeito demais todo o tempo”, explicou Cintia. Para piorar, Regina não consegue terminar uma fala sem elevar o tom da voz com reclamações. Aquela que deveria ser o símbolo de uma mulher batalhadora, que luta pelo o que acredita, confunde tudo isso com histeria. “A Camila Pitanga é boa atriz e já teve papeis que agradaram o público. O problema é o texto, que dá o tom errado e a transforma em uma chata completa”, analisou Denise Tavares.
-
4. Elenco sub-aproveitado
zoom_out_map
4/10
(VEJA.com/Divulgação)
Atrizes já consagradas como Gloria Pires, Camila Pitanga, Adriana Esteves, Fernanda Montenegro e Nathália Timberg dividem a tela com queridinhos do momento, como Sophie Charlotte e Chay Suede. Mas já se sabe que nomes populares no elenco não são garantia de sucesso, como é visto em Babilônia. Além dos problemas de personagens mal construídos, a trama peca em não saber aproveitar e dinamizar as atuações de suas estrelas. “Glória Pires é uma grande atriz e já trabalhou diversas vezes com o Braga, mas, desta vez, ele a colocou em uma situação que não passa de uma vulgaridade”, opinou Claudia Braga. Gloria vive Beatriz, uma arquiteta que é viciada em sexo. Ela tem sede de poder e usa a sua sensualidade para conquistar o que deseja. “O maior acerto da novela é ter escalado Gloria Pires, que é imbatível na televisão”, disse Denise que acredita que somente a atriz poderá ser responsável por uma guinada na trama. Mas ela está sendo mal aproveitada e algo similar acontece com Camila Pitanga. “Dramaturgicamente, a Camila tem recursos muito mais fortes do que a Sophie Charlotte, mas continuam a deixar ela em um papel chato”, comentou a professora em relação a redefinição da personagem Alice, de Sophie, que seria uma garota de programa mas, como foi recém divulgado, a produção da Globo resolveu suavizar a trama e tentar emplacar a moça como (mais uma) mocinha cheia de princípios.
-
5. Ausência de conflitos fortes
zoom_out_map
5/10
(Divulgação/TV Globo)
A demora em deixar claro para o espectador qual é a historia central que vai ser realmente contada é um dos motivos que afasta o público. “Não dá para querer enganar o espectador. Você tem que apresentar as informações de maneira clara desde o inicio e seguir uma lógica. É o caso da fixação da Inês (Adriana Esteves) pela Beatriz (Gloria pires). Todo mundo já tinha entendido que a obsessão ia além de uma admiração ou inveja. Porque não apresentar os fatos e explicá-los?”, questionou Cintia. Para piorar, quando o grande segredo foi revelado nesta quinta-feira, não conseguiu surpreender o público que permanece confuso com a relação das vilãs. Inês sente tanto ódio de Beatriz devido a um relacionamento que ela teve com o seu pai, no passado. A trama enrolou tanto para voltar ao clichê de outra personagem que decide vingar a morte do pai e apresentou mais um conflito nada inovador.
-
6. Falta de humor inteligente
zoom_out_map
6/10
(Divulgação/TV Globo)
O clima de Babilônia já começou pesado e até as cores escolhidas para o primeiro slogan, que foi modificado recentemente, pesavam para o lado mais sombrio da história. Apesar de personagens caricatos e exagerados, o humor presente na trama não convence e não é nada inteligente. Na realidade, o que faz rir são as gafes promovidas pelos próprios personagens. “Os vilões também se tornam queridos por seu humor e sagacidade”, diz Cintia. Não a toa as redes sociais costumam se apropriar desses personagens e criam memes com frases e gestos, como ocorreu em peso com Carminha, de Avenida Brasil , Felix, de Amor à Vida, ou o Comendador, de Império, só para citar os mais recentes. Em Babilônia, Beatriz foi a personagem eu chegou mais perto de cair nas graças do público até agora com o seu lema “Não estou disposta", mas não foi minimamente suficiente para que isso virasse piada entre os espectadores ou aumentasse os números do Ibope.
-
7. Repetição do cenário da trama
zoom_out_map
7/10
(VEJA.com/Divulgação)
Babilônia é a terceira produção consecutiva que tem o Rio de Janeiro como cenário central, logo depois de Império, Em Família e Amor à Vida. Produzir uma novela na própria capital carioca onde também estão os estúdios de filmagens barateia o custo da produção para a Globo. Contudo, o público se cansa do cenário que, apesar de maravilhoso, não convence ao provocar encontros forçados dos personagens como se o Rio fosse uma cidade bem menor do que é na realidade.
-
8. Temas controversos: beijo gay e prostituição
zoom_out_map
8/10
(VEJA.com/Reprodução)
Tratar temas controversos na sociedade como o homossexualismo e a prostituição exigem sensibilidade e não há como prever a reação do público, que diverge em um país tão grande como o Brasil. "A questão de um beijo gay logo no primeiro capítulo foi bem audacioso, mas acredito que tenha sidoum tiro no pé", dis Cintia. "Não teve tempo para que se construísse à relação das personagens e o beijo estava ali com o objetivo único de chocar. Ainda, usar a figura da Fernanda Montenegro, que é uma atriz considerada quase como um patrimônio da teledramaturgia, complica ainda mais a situação". Isso porque a sexualidade dos idosos é um tema raramente questionado e, ainda, a faixa etária reflete uma boa parte da população que acompanha a novela. Para Denise, outro problema é a falta de sintonia com o momento político pelo qual se encontra o país. "Em tempos de incertezas, as pessoas tendem a recorrer por aquilo que consideram ser sólido, e o modelo de família tradicional é um porto seguro para grande parte da população. Lidar com duas senhora homossexuais em um momento como este pode ser lido como um erro de tom e falta de percepção dramaturgicamente", argumentou. Claudia acredita que, apesar de não ter sido bem aceito por uma parcela de brasileiros, o casal lésbico é o que tem de melhor na novela. "São atrizes imponentes que ninguém discute a sexualidade, e isso que torna as cenas ainda melhores. Elas formam um casal que não caem nos estereótipos da homossexualidade, então, há uma certa hipocrisia nesta repercussão negativa. São nesses momentos em que testamos até onde a socieda aceita o que não é convencional". Sabina acredita que a novela presta um bom serviço ao retratar temais reais, como corrupção, prostituição e homossexualismo: "Em alguns capítulos, vemos que algumas personagens comentam e problematizam as condutas de outras, colocando em discussão no próprio enredo os temas sensíveis".
-
9. Concorrência SBT e Record
zoom_out_map
9/10
(Munir Chatack/Rede Record/Divulgação)
Além de todos os problemas internos, Babilônia tem que lidar com outros dois obstáculos: a novela super produzida Os Dez Mandamentos, da Record, e a familiar Carrossel, do SBT. "Os Dez Mandamentos inova nos quesitos de cenários e locações, a novela está bem produzida e o enredo é conhecido, o que garante um público cativo. A concorrência vive um momento forte, enquanto a Globo passa pelo oposto", comentou Cintia. A novela bíblica da Record bateu recorde de audiência nesta segunda-feira (6) com 14 pontos no Ibope em São Paulo. O apoio da Igreja Evangélica foi primordial neste sentido. Os fiéis iniciaram uma forte campanha nas redes sociais contra Babilônia por considerarem o seu conteúdo impróprio. Se o público busca algo ainda mais leve e de bons costumes familiares, ao contrário do que ocorre na novela das nove da Globo, outra forte concorrente é a reestreia de Carrossel. O folhetim juvenil do SBT já atingiu 13 pontos de audiência e, com conteúdo que agrada tanto aos pais quanto às crianças, tende a ser outra preocupação para a trama da Rede Globo.
-
10. Ganchos fracos
zoom_out_map
10/10
(Estevam Avellar/TV Globo)
Elemento estrutural de um folhetim, os ganchos -- pequeno suspense colocado no fim de um bloco ou de um capítulo de novela para manter o espectador cativo -- são muito fracos em Babilônia. A antecessora Império, ao contrário, sabia deixar a audiência com vontade de continuar acompanhando a trama, ciosa de que uma novela precisa para sobreviver.