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Brasil é convidado de honra em festival de fotografia na França

Por Por Clarisse Lucas
12 jun 2012, 11h23

O 9º festival de fotografia “Povos e natureza” de La Gacilly, uma charmosa aldeia do sul da Bretanha francesa, celebra neste ano a beleza do Brasil em 19 exposições gratuitas espalhadas em suas ruas ou na natureza, assim como Robert Doisneau.

La Gacilly homenageará o Brasil até o dia 30 de setembro, já que o país “se converteu na sexta potência mundial e em 2012 recebe a cúpula das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável, 20 anos depois da histórica conferência de 1992”, explicou Cyril Drouhet, curador do festival.

“Povos e natureza” retrocede ao século XIX e às primeiras fotografias brasileiras com Marc Ferrerz, cujos cliques nos apresentam a um Brasil que ainda estava preservado do intervencionismo humano. Suas fotos mostram o Rio de Janeiro como um balneário adormecido e imortalizam a grandiosa natureza brasileira.

José Medeiros, mais próximo de nós e considerado “o Papa do fotojornalismo brasileiro”, mostra o Brasil humano, o da mistura social, com muitos retratos e cenas da vida cotidiana desde os anos 1950 até a ditadura militar que derrubou a Segunda República, em 1964.

Para ilustrar a época atual são exibidas as fotos da agência brasileira Tyba, fundada em 1991, assim como as de Julio Bittencourt, que se interessou nos marginados da urbanização.

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Um frontão de uma casa de La Gacilly, que de longe parece uma casa antiga, apresenta uma colagem da fachada do famoso edifício no número 911 da avenida Prestes Maia, um prédio de 22 andares em São Paulo que em 2006 se converteu em um dos maiores edifícios ocupados ilegalmente de toda a América Latina, com 750 famílias alojadas em condições precárias.

“A ideia consistia em mostrar a forma como nós ocupamos o espaço e as barreiras que criamos. Uma espécie de símbolo”, explica este jovem fotógrafo independente.

Atualmente, talvez em parte graças a este homem que considera a fotografia “como uma espécie de megafone para dar a palavra aos que não têm voz”, o edifício na avenida Prestes Maia está fechado e teoricamente todos os seus habitantes receberam alojamento.

Em outra rua cujas severas fachadas foram alegradas com flores, são expostas cerca de 50 fotografias inéditas do famoso fotógrafo francês Robert Doisneau.

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“Meu pai perdeu sua mãe aos oito anos. Desde o início descobriu que a vida era dura. É por isso que tirou da vida tudo o que encontrou de positivo (…). Ele não pensava que a dor fosse fotogênica. Passou toda a sua vida buscando a beleza fugitiva do instante”, afirma Francine Doisneau, uma das filhas deste fotógrafo.

Francine Doisneau e sua irmã Anne administram um fundo extraordinário de 450.000 fotos de Robert Doisneau. Em 2012 é comemorado o centenário de seu nascimento.

“Meu pai sempre se considerou um modesto fotógrafo, um artesão que ia tirar fotos nas casas de grande artistas como Picasos, Braque ou Buster Keaton”, acrescentou Francine Doisneau. “Nunca buscou o reconhecimento. Isso não o interessava”, completou.

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