Bielo-russa lidera apostas para o Nobel de Literatura 2015
Vencedor do prêmio será anunciado nesta quinta-feira, às 8h (horário de Brasília)
Por enquanto, está dando a escritora e jornalista investigativa bielo-russa Svetlana Alexievich como favorita ao Prêmio Nobel de Literatura 2015, que será anunciado às 8 horas desta quinta-feira, em Estocolmo (Suécia). Ao menos, de acordo com a casa de apostas Ladbrokes, onde é seguida pelo japonês Haruki Murakami, pelo queniano Ngugi Wa Thiong’o, pelo norueguês Jon Fosse e pelos americanos Joyce Carol Oates e Philip Roth. Murakami e Roth, vale lembrar, são eternos favoritos ao prêmio.
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Outros tradicionais candidatos aparecem na lista, mas neste ano não estão bem cotados. É o caso do poeta sírio Adonis, do romancista israelense Amos Oz, do americano Cormac McCarthy e de Lobo Antunes — a esperança de Portugal voltar a ter um Nobel (Saramago, morto em 2010, o conquistou em 1998). Svetlana Alexievich é autora de uma obra de densidade política — assim como Herta Muller, outra laureada recente na disputa. Seus livros, de não-ficção, são voltados a investigar a vida no Leste Europeu antes e após o colapso da União Soviética. Seu livro mais conhecido é Voices of Chernobyl, escrito a partir de mais de 500 entrevistas com testemunhas da maior catástrofe nuclear da história.
Dois brasileiros foram indicados este ano: o poeta Ferreira Gullar e o historiador e cientista político Moniz Bandeira. Anualmente, a Academia Sueca convida instituições literárias a indicar candidatos de seus países. Em 2015, foram recebidas 259 propostas que resultaram em 198 nomes. Desses, 36 concorrem pela primeira vez.
O anúncio, apesar dos palpites dos apostadores, é sempre uma surpresa. Ganha o mais votado entre os dezoito membros da Academia. O prêmio vale cerca de 1 milhão de dólares e, claro, um espaço na galeria dos escritores mais importantes do mundo — que conta com nomes como Thomas Mann, Faulkner, Camus, Samuel Beckett, Bernard Shaw, Gabriel García Márquez e Pablo Neruda, entre tantos outros premiados desde 1901.
E vale, ainda, edições internacionais das obras mais recentes dos vencedores ou, no caso de desconhecidos, a construção de um catálogo em outros países. Em 2014, o Nobel foi entregue ao francês Patrick Modiano, que já havia sido publicado no Brasil, mas estava fora de catálogo. O anúncio coincidiu com a Feira de Frankfurt e lá mesmo a Rocco, sua primeira editora aqui, e a Record trataram de adquirir os direitos de seus títulos. Mo Yan, Nobel de 2012 e mais desconhecido, passou a ser editado em português depois do prêmio. Alice Munro, vencedora em 2013, tinha obras frescas nas livrarias brasileiras e novos livros continuaram saindo.
(Da redação com Estadão Conteúdo)