Paris, 9 abr (EFE).- O estilista belga Raf Simons foi anunciado como o novo diretor artístico da casa Christian Dior e ele já apresentará sua primeira coleção de Alta Costura em julho, revelou a marca em comunicado.
Simons, de 44 anos, será o responsável pela Alta Costura Feminina, do prêt-à-porter aos acessórios, detalhou a empresa, fechando assim a substituição do britânico John Galliano.
A casa francesa classificou Simons como ‘um dos maiores talentos da atualidade’ e garantiu que, destinado a seguir o legado do criador francês Christian Dior, o belga levará o ‘icônico estilo da casa Dior ao século 21’.
No comunicado, a Dior elogia Simons, quem aceita a nomeação com o ‘máximo respeito pela sua importante história, o incomparável acervo e o conhecimento do ofício’ da empresa.
Simons acrescenta que Christian Dior sempre foi para ele ‘o costureiro mais influente. No mundo todo, o nome de Dior simboliza o máximo em elegância e refinamento’.
O nome de Simons já soava desde o fim de 2011, quando fontes do meio nos Estados Unidos revelaram que o belga negociava para assumir a direção de arte que estava vaga desde a saída de John Galliano.
Criador das coleções de Jil Sander e de sua própria marca, o nome de Simons foi um dos cogitados para a direção de arte da influente casa parisiense, entre eles Alber Elbaz, Haider Ackermann, Ricardo Tisci e Stefano Pilati.
Nascido em 1968 em Neerpelt (Bélgica) ele vive atualmente em Antuérpia, estudou desenho industrial e de mobiliário, mas mudou sua trajetória e em 1995 quando desenhou sua primeira coleção com seu próprio nome.
Em março de 2000, ele decidiu fechar sua empresa e descansar por um tempo, chegou até mesmo a anunciar sua saída do mundo da moda, mas retornou um ano depois pelas mãos do fabricante belga Gysemans. Participou da reestruturação da companhia em 2004 e um ano depois lançou sua linha ‘Raf by Raf Simons’.
Em julho de 2005 foi nomeado diretor criativo da Jil Sanders; criou a indústria dos artigos de couro, óculos e calçados e desenhou também para a empresa Fred Perry.
Galliano foi demitido em março de 2011, após os escândalos gerados por seus comentários antissemitas ofendendo clientes de um bar perto de sua casa. Nos vídeos amadores que circularam na internet, Galliano aparecia visivelmente embriagado se dizendo fã de Adolf Hitler.
Antes de vir à tona que Simons negociava com a Dior, o apontado para suceder Galliano era o americano Marc Jacobs, estilista de outra das grandes empresas de moda de luxo controladas pela LVMH.
As últimas coleções da Dior foram assinadas por Bill Gayton, arquiteto de formação que durante os 23 anos anteriores foi o colaborador mais próximo de Galliano.
A escolha do novo diretor artístico é sumamente delicada para o gigante do luxo, pois Galliano conseguiu levar a Casa Dior ao esplendor estético e comercial durante mais de uma década, apesar do abuso de álcool, soníferos.
Em setembro, Galliano, que perante o Tribunal Correcional de Paris declarou ter aumentado seu consumo de substâncias legais a partir de 2007 e estar em processo de desintoxicação, foi condenado a pagar multa de 6 mil, que não será cobrada desde que ele se comporte bem. EFE