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Beatriz Segall defende subsídio do governo à meia entrada para estudantes

Em depoimento à CPI que investiga a falsificação das carteirinhas, atriz, que está no ar como Odete Roitman, na reprise de Vale Tudo, criticou o desinteresse dos artistas sobre o tema

Por Rafael Lemos
21 jun 2011, 07h30

As carteirinhas de estudante movimentam uma indústria de falsificação que lesa produtores, artistas e consumidores. A classe artística, entretanto, surpreende pela inércia diante do tema e pouco empresta do seu prestígio para lutar por uma legislação mais eficiente, que coíba a falsificação e ao mesmo tempo garanta o acesso à cultura aos jovens.

O descaso da categoria ficou evidente nesta segunda-feira, durante a reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que investiga a emissão de carteiras estudantis falsas no estado. Da lista de artistas convidados, a única que fez questão de comparecer foi a atriz Beatriz Segall. Envolvida há pelo menos 10 anos com a causa, a eterna intérprete da vilã Odete Roitman queixou-se da falta de engajamento dos colegas e reivindicou uma contrapartida do estado.

“Não somos contra o benefício. A classe teatral quer ser ressarcida desse imposto que é a meia entrada. Cinquenta por cento é muito caro para nós. E essa é uma obrigação do estado. As entidades que representam a classe artística estão se mexendo muito. Mas, realmente, os atores e empresários, que não se manifestam, estão nos prejudicando. Acho que os nossos colegas deviam se manifestar” , afirmou a atriz.

O presidente da CPI, deputado Rafael Picciani (PMDB), ponderou que, antes de se pensar em subvenção do estado, é preciso ter acesso a um estudo que demonstre qual o impacto real causado pela meia-entrada. “Esse estudo agora não pode ser feito porque o impacto está sendo superdimensionado pelas falsificações”, ressaltou.

Já o presidente da Associação dos Empresários Artísticos, Ricardo Chantilly, garantiu que “não existe meia-entrada no Brasil”, já que os produtores se veem obrigados a dobrar o preço dos ingressos. Ele também destacou a necessidade de uma contrapartida do poder público.

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“Hoje, o político finge que legisla e nós fingimos que damos a meia entrada. Veja o caso do passe livre nos ônibus ou do desconto para taxistas na aquisição de automóveis. Em ambos os casos, o governo arca com esse custo. A verdade é que só na cultura isso é oferecido de maneira ampla, sem possibilidade de contrapartida”, comparou o empresário.

A CPI da Alerj, que foi aberta com o intuito de investigar esquemas de falsificação, se deparou com a necessidade de regulamentar a emissão das carteirinhas. Atualmente, pelo menos três leis estaduais versam sobre o tema, mas não equacionam a questão. A ideia da comissão agora é reunir dados para propor a criação de uma nova lei.

“No relatório final, vamos propor ao estado e ao parlamento uma forma de sanar esse problema. O nosso grande objetivo é diminuir o preço médio do ingresso. Temos todos os perfis de falsificadores. A Polícia Civil nos trouxe exemplos desde instituições que falsificam o seu próprio documento até o cidadão comum que conseguem falsificar usando apenas uma simples impressora”, destacou Picciani.

A CPI foi prorrogada por 60 dias e está prevista para terminar em setembro. Denúncias sobre casos de falsificação de carteirinhas podem ser feitas através do Alô Alerj: 0800-022-0008.

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