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Ator Willem Dafoe afirma que crise pode mudar cinema

Por Por Luciana Bruno
11 out 2011, 18h44

A indústria do cinema passa por uma crise, assim como a economia mundial, e isso deve mudar o mundo cinematográfico, afirmou nesta terça-feira o ator norte-americano Willem Dafoe, que está no Brasil para o lançamento de “Uma Mulher”, dirigido por sua esposa, a italiana Giada Colagrande, no Festival do Rio de Cinema.

“Hollywood está em crise porque é um negócio como outro qualquer. As coisas estão muito ruins e, quando isso acontece, há sempre a possibilidade de algo novo acontecer”, afirma Dafoe.

Na opinião do ator, a indústria cinematográfica precisa de “visionários” e de “mais loucura”, com obras que não tenham apenas o objetivo de conquistar bilheterias. “Precisamos manter o diálogo cultural rolando, isso está faltando, e talvez voltará”.

Dafoe, 56 anos, interpreta em “Uma Mulher” o escritor Max Oliver, cuja esposa, uma famosa dançarina de tango, acaba de morrer. A jovem Julie se apaixona por ele, e Max a convida para morarem juntos na Itália. É no cenário ensolarado do sul italiano que o “thriller psicológico” tem seu ápice, pois a menina acaba desenvolvendo uma obsessão pela ex-mulher de Max e pelo amor que tem por ele.

O ator americano elogia o jeito de sua mulher filmar, mais frio e nada realista. “Ela filma de um modo muito formal, mesmo que o conteúdo seja muito emocional e brinque com sua imaginação. Quando você trabalha com ela, quer tirar todo o excesso, qualquer gesto desnecessário, para ficar na essência”, diz.

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Dafoe criticou o que chama de “cinema naturalista”, mais afeito a representar fielmente a realidade. “O naturalismo é apenas um jeito de tornar as coisas mais fáceis de serem digeridas, mais familiares. Sou atraído pelos filmes de Giada porque são bem estranhos, não são como a vida, te levam poesia e meditação, algo que você só consegue no cinema, não na televisão”.

Apesar de ser mais conhecido por personagens de “blockbusters” como o vencedor do Oscar “Platoon”, de Oliver Stone, e “Homem-Aranha”, de Sam Raimi, Dafoe tem um histórico de atuação em filmes de arte, como em “Coração Selvagem”, de David Lynch, e “Manderlay” e “Anticristo”, de Lars Von Trier.

Sobre “Uma Mulher”, ele diz que a intenção era participar de um filme mais autoral, e não de um “produto”. “Foi bom porque não sentimos pressão para agradar, é claro que queremos que as pessoas gostem do filme, mas esperamos que haja pessoas atentas por aí que vão achá-lo bonito”.

Este é o segundo trabalho de Giada Colagrande, 36 anos, e Dafoe juntos. O anterior foi “Viúva Negra”, de 2005.

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Giada afirma que como espectadora, também prefere filmes minimalistas. “Ao contar uma história, gosto de um cinema que fique em uma dimensão diferente”. Ela cita como influências o dramaturgo alemão Bertolt Brecht, o diretor alemão Rainer Werner Fassbinder e o italiano Federico Fellini.

Sobre trabalhar com Dafoe, Giada diz que pediu colaboração para o marido, especialmente ao escrever o script em inglês, que não é sua língua natal. “Ele me ajuda quando eu peço, não é intrometido”, brinca.

O Festival do Rio acontece até 18 de outubro no Rio de Janeiro e terá a exibição de mais de 350 filmes de 60 países.

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