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As vaias que entraram para a história do Rock in Rio

Em todas as edições, plateia do festival castigou alguma atração. Desafio é equilibrar artistas com públicos tão distintos como Claudia Leite e Metallica

Por Da Redação
13 set 2011, 07h35

Escrever a história do Rock in Rio só com aplausos seria como contar a história de um campeonato só com a versão dos vencedores. As três edições brasileiras do festival, em 1985, 1991 e 2001 foram marcadas também pelas reações indignadas, iradas e, em alguns casos, mal educadas da platéia. O balanço final do super evento de música sempre foi positivo, mas ainda está para acontecer um Rock in Rio com uma distribuição de atrações capaz de evitar que tribos com diferentes gostos musicais e expectativas convivam em perfeita harmonia – algo particularmente complexo quando se tenta conjugar rock pesado, música pop e, como este ano, estrelas da música baiana.

A bandeira do Rock in Rio sempre foi a da paz, da música universal, da convivência entre todas as culturas. Mas até quem já foi alvo das vaias compreende que em um festival de rock é dificílimo agradar a gregos e troianos. Erasmo Carlos, que se prepara para subir ao palco no Rock in Rio 4, integrou o primeiro grupo de vítimas das vaias, quando em 1985 foi enxovalhado pelos metaleiros. Em entrevista ao site de VEJA, o Tremendão deu sua versão para a recepção nada calorosa. “Não tínhamos, naquela época, uma ideia tão clara de quem eram essas diferentes “tribos” que estavam surgindo. “Estávamos todos com nossas carreiras, junto aos nossos fãs e achando que todo mundo nos amava. Mas o metaleiro não queria ouvir o Tremendão cantando Sexo Frágil”, resignou-se.

A história mostrou que o público não tinha nada contra Erasmo. Na dia de abertura do Rock in Rio, em 1985, outro grande nome da música brasileira também teve de aturar vaias. Ney Matogrosso, com seu show performático, também teve problemas. Só Pepeu Gomes, com um repertório carregado nas guitarras distorcidas e uma boa dose de virtuosismo, escapou do zumbido de reprovação dos roqueiros.

Ney Matogrosso no Rock in Rio de 1985:

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Apesar da grande variedade de estilos do Rock in Rio 4 – o festival vai de Cláudia Leitte a Metallica – a programação da versão de 2011 parece mais cuidadosa, e não há contraste evidente entre as atrações. Mas ninguém está livre de um descompasso entre o show e a reação do público.

No segundo Rock in Rio, em 1991, os organizadores acreditavam que Lobão, um roqueiro brasileiro cheio de atitude, caía bem no dia do ‘metal’, que tinha também os brasileiros do Sepultura – iniciando uma carreira internacional que os transformou em banda mundialmente conhecida. O Sepultura estapeou o público com um som pesadíssimo, e ninguém que estava dentro do Maracanã no dia 23 de janeiro ficou indiferente ao som dos irmãos Cavalera. O problema é que a temperatura do show ficou tão alta que o som de Lobão, apesar das quase duas décadas de serviços prestados ao rock nacional, não teve decibéis e velocidade para saciar a multidão roqueira.

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Resultado: o show do lobo foi abortado na segunda música, com ele próprio mandando a banda parar para aplicar uma bronca no público que o vaiava. Recebeu, em troca, copos plásticos, moedas e o que mais os roqueiros rebeldes tinham à mão para lançar. Antes de deixar o palco, Lobão deixou seu recado: “Vão tomar… seus babacas”. O som foi cortado, e o cantor mandou a bateria da Mangueira – surpresa extra da apresentação – entrar no palco para fazer barulho.

Em 2001, Carlinhos Brown tentou ser mais educado. Seu show começou a perder o rumo quando cantava ‘A namorada’, mas ele se manteve saltitante. Depois de insistir que não jogava garafas – “eu só jogo amor” -, o cantor compositor, cantor e percussionista baiano mostrou que não tem sangue de barata. “Eu sou da paz. Agora, o dedinho, podem enfiar…”

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