Arquiteto Paulo Mendes da Rocha é premiado com o Nobel japonês
Arquiteto capixaba já recebeu o Prêmio Pritzker, máximo reconhecimento de um arquiteto, em 2006, e o Leão de Ouro em Veneza, em maio
O arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha figura entre os agraciados nesta terça-feira com o Praemium Imperiale, considerado o “Nobel das Artes” japonês, conferido pela Academia do Japão. O violinista letão Gidon Kremer, o cineasta americano Martin Scorsese, a fotógrafa americana Cindy Sherman e a artista plástica francesa Annette Messager são os outros premiados nesta 28ª edição da recompensa concedida desde 1989 pela família imperial japonesa em áreas não visadas pelos Nobel da academia sueca.
Cada artista recebe 15 milhões de ienes (146.000 dólares ou cerca de meio milhão de reais) pelo prêmio que será entregue em 18 de outubro, em Tóquio, pelo príncipe Hitachi, irmão mais novo do imperador Akihito. Uma bolsa de estudos para um jovem artista, criada em 1997, foi concedida a uma fundação musical da Malásia, o Five Arts Center.
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Paulo Mendes da Rocha é, aos 87 anos, um dos arquitetos e urbanistas brasileiros mais reconhecidos no mundo. Nascido em Vitória, Espírito Santo, pertence à geração de arquitetura moderna. Em 2006 recebeu o Prêmio Pritzker, máximo reconhecimento de um arquiteto. Em maio deste ano, faturou o Leão de Ouro na Bienal de Arquitetura de Veneza.
Recorrendo a materiais simples como o aço e o concreto, Mendes da Rocha realizou inúmeros projetos “que contribuíram para definir a personalidade urbana de São Paulo, em particular a reforma da Pinacoteca, do Museu Brasileiro da Escultura e a nova Praça do Patriarca”.
Especialista em instalações artísticas, Annette Messager, nascida em 1943, geralmente associa imagens, desenhos, fotos e textos.
Nascida em 1954, Cindy Sherman combinou sua paixão pela fantasia e a fotografia para criar personagens imaginários. Ela se fascina pelo grotesco e os filmes de terror. “Estas fotos não são autorretratos, já que não se trata de mim. Apenas represento um papel, como faria uma atriz no palco ou nas telas”, explica.
Gidon Kremer nasceu em Riga (Letônia), em 1947, filho de violinistas profissionais e estudou em David Oistrakh, em Moscou. Trabalhou com mais de 500 diretores de orquestra, sendo seu grande mestre o austríaco Nikolaus Harnoncourt. É considerado o embaixador da música contemporânea da ex-União Soviética, formada por compositores como Alfred Schnittke, Arvo Pärt e Sofia Goubaïdoulina.
O cineasta Martin Scorsese, por sua vez, explorou em seus filmes “o lado obscuro da sociedade americana” e “as dimensões morais e religiosas da natureza humana”, afirma o júri. Nascido em 17 de novembro de 1942 em Nova York, ganhou a Palma de Ouro em Cannes, em 1976, com “Taxi Driver” e, em 2006, o Oscar de melhor diretor por “Os infiltrados”. Em 1990, Scorsese criou The Film Foundation, consagrada à restauração e preservação de filmes.
Em quase três décadas de existência, o Praemium Imperiale recompensou cerca de 140 artistas do mundo inteiro. Paulo Mendes da Rocha é o segundo brasileiro a receber esta distinção, que em 2004 foi concedida ao também arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012).