‘Araguaia’ vai misturar misticismo e sensualidade em pedaço do Brasil pouco explorado pelas novelas
Primeira novela das seis transmitida em HD terá Murilo Rosa, Cleo Pires e Milena Toscano envolvidos em trama amorosa. Maldição indígena conduz a história
Murilo Rosa vive um adestrador de cavalos que será cobiçado por duas belas mulheres e amaldiçoado por tradição indígena
Misticismo, sensualidade e paisagens de um Brasil ainda inexplorado – pelo menos pela dramaturgia na TV – compõem a fórmula de Araguaia, trama das 18h que estreia no dia 27 e vai suceder Escrito nas Estrelas na Globo. Os ingredientes podem não ser lá muito novos, mas será a primeira vez que amores proibidos, cavalos, vegetação exuberante, os rios – e os banhos de rio do elenco – serão exibidos em alta definição (HD) em uma novela desse horário.
O fio condutor da história escrita por Walther Negrão é a maldição indígena lançada sobre a família de Solano (Murilo Rosa). Bom neto, bom filho e apaixonado por animais, o galã vive um adestrador de cavalos que será cobiçado por duas belas mulheres. Uma delas é a arisca Manuela (Milena Toscano), que, além de ser noiva de outro homem (o empresário Vitor Vilar, vivido por Thiago Fragoso), é filha do tirano fazendeiro Max (Lima Duarte), inimigo de Solano. Com Manuela, o domador Solano experimentará a tormenta de um amor por mulher incontrolável. Mas a tensão maior para o personagem virá de Estela. Encarnada por Cleo Pires, ela carrega a parte mística da trama – ou a própria maldição.
“Essa índia é encarregada dessa maldição. Mas, aos poucos, ela vai se apaixonar pelo Solano, e ele por ela”, revela Rosa. Na apresentação oficial da novela, Cleo Pires saiu em defesa de sua personagem, que, para ela, não é exatamente uma vilã. “A Estela tem conflitos. Ela tem um segredo que conflita com o amor que ela sente pelo Solano. Eu espero que todos torçam por ela. Ela é uma mulher muito sedutora, apaixonada, que vai atrás do que quer. Isso é o que eu tenho de parecido com ela”, afirma.
A terceira paixão de Solano são os animais. E essa é, talvez, a principal identificação do ator com o personagem. Filho de um criador de cavalos, Murilo Rosa está acostumado a contracenar com os bichos. “Essa novela é muito simbólica para mim. Meu pai é criador da raça manga-larga marchador há muitos anos”, explica o ator.
Paixões entre homens e mulheres, fazendeiros e terras, todos esses e a natureza do Rio Araguaia movem o roteiro. O diretor-geral Marcos Schechtman confessa que se assustou ao chegar à região, onde elenco e produção passaram 40 dias. O que esperava ver natureza – e só natureza – num interior congelado no tempo. “Esse ciclo virtuoso econômico que o Brasil vem vivendo tem um reflexo no interior de forma avassaladora. O interior demonstra uma pujança econômica e uma força muito grandes. Isso soma-se a todo um ideário, a um imaginário que existe em relação ao Rio Araguaia que a gente não imagina”, conta Schechtman.