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Após controvérsia no teatro, diretor pede desculpas a Chico Buarque

Claudio Botelho usou as redes sociais para buscar redenção dos críticos e contar que tem sofrido ameaças

Por Da Redação
23 mar 2016, 13h29

O ator Claudio Botelho reativou nesta terça, 22, sua conta no Facebook para se desculpar pelo incidente de sábado, em Belo Horizonte, quando um comentário seu contra Lula e Dilma deixou irritada parte da plateia, o que interrompeu a peça Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos aos gritos de “não vai ter golpe” — slogan de ordem dos petistas para rebater as denúncias contra o partido levantadas pela operação Lava-Jato.

“Os incidentes do último sábado em Belo Horizonte durante a sessão do musical Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos são do conhecimento de todos, eu suponho. Emiti uma opinião pessoal que causou reação negativa de uma parte da plateia. Mais do que isso, o espetáculo foi interrompido e a sessão não chegou ao final”, começa o texto Botelho.

O ator e diretor afirma que, desde então, tem sido alvo de ameaças à sua integridade física no Facebook, além de telefonemas e trotes. “Desde aquele momento, apenas sofro, penso e repenso, estou muito triste. Porém minha tristeza é o que menos interessa neste momento.”

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Em seguida, Botelho dedica boa parte de seu comunicado para pedir desculpas a Chico Buarque, que proibiu o uso de suas canções na peça após o ocorrido. “Ele é o autor, o compositor, e estou trabalhando com sua obra. Desta forma, reconheço sua soberania a respeito de tudo que envolva seu nome e sua criação. O simples fato de mencionar qualquer assunto ligado a Chico (citei em entrevistas, equivocadamente, o histórico atentado à peça Roda Viva nos anos 1960, que não têm qualquer semelhança com o fato do último sábado; citei episódios de repressão pelos quais ele passou, assuntos que não são de minha alçada e que não têm qualquer ligação com o incidente de sábado passado) é inaceitável, não tenho nenhum direito de inferir, pressupor, fazer ilações com nada que se refira ao autor, seja Chico ou qualquer outro artista que me autorize a trabalhar com sua obra. Minha obrigação – por ética e respeito – é ser cuidadoso, reverente, e em nenhuma hipótese atingir a história, o pensamento, a identidade de quem me permite generosamente colocar em cena suas obras. Este é meu dever como diretor, ator, e produtor.”

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Botelho também comenta o áudio vazado, gravado sem ele perceber, enquanto discutia com uma atriz nos bastidores. “Um áudio clandestino, gravado em meu camarim, me flagra num momento de enorme nervosismo, de destempero, de raiva. Nada justifica que invadam minha privacidade, considero a gravação um ato criminoso e a divulgação dela pelas mídias sociais é uma agressão à minha intimidade. Portanto, isto está sendo tratado em esfera policial e jurídica. Mas mesmo assim, por ter sido duro, descortês, arrogante e destemperado (o momento era muito inflamado), peço desculpas a todos que ouviram aquele Claudio Botelho sem compostura. E, se atingi alguém, mesmo tendo sido violada minha privacidade, peço novamente desculpas.”

Por fim, Botelho defende o espaço do teatro como um campo de liberdade de expressão. “Ouso crer que, por mais desatroso que tenha sido o acontecimento, o teatro ainda é um espaço que pode levantar debates nacionais de extrema relevância e repercussão. O teatro é sagrado e será sempre um espaço livre, de troca de ideias e de respeito às diferenças. Assim espero e por isso torço.”

Chico – Em rápida resposta, o cantor selou a paz e aceitou as desculpas de Botelho. Segundo a assessoria de Chico, o pedido pode ser levado em consideração em um futuro pedido de uso de músicas feito por Botelho.

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(Da redação com Estadão Conteúdo)

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