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Antes chamada de ‘novo Strokes’, banda The Vaccines mostra que cresceu em 2º disco

Grupo inglês lança novo trabalho, 'Come of Age', sobre a dificuldade em amadurecer. Leia entrevista com o guitarrista, Freddie Cowan

Por Carol Nogueira
30 set 2012, 10h34

A crítica musical britânica adora dar às bandas novas o título de “salvadores do rock”. O gênero realmente anda produzindo grupos fraquinhos demais para vingarem, e algumas bandas acabam recebendo mais atenção do que merece. Foi por isso que, quando os Vaccines surgiram, no fim de 2010, muita gente torceu o nariz. Considerado uma das apostas do ano passado pela emissora inglesa BBC, o quarteto pega influências do punk e do pós-punk para fazer um som sujinho, exatamente como outro grupo que ficou famoso há uns 10 anos, os nova-iorquinos The Strokes. A matemática era simples, e não demorou até que todos os jornais os comparassem aos rapazes que enlouqueceram a juventude nos anos 2000 com Last Nite.

Formado por dois amigos de infância, Freddie Cowan e o vocalista Justin Young, o grupo cita entre suas influências as mesmas que consagraram a banda americana. Esses fatores, somados a uma atitude rebelde e a garotos bonitinhos garantiu a fórmula do sucesso por alguns meses. Mas, passado o “hype”, a dúvida era se a banda iria continuar.

Quando os garotos lançaram, em março do ano passado, o seu primeiro disco, What Did You Expect From The Vaccines? (“O que você esperava do Vaccines?”), foi quase como se estivessem zombando da crítica. É claro que esperava-se mais, mas a banda parecia avisar: “Espera lá. Não somos tudo isso.” Como publicou o jornal inglês The Guardian, na época, o problema do Vaccines foi ter recebido muito mais atenção do que o seu indie retrô merecia.

A própria banda parecia duvidar que o sucesso continuaria, então, decidiu surfar na onda o máximo que pôde. Em novembro passado, o grupo tinha um show agendado no Brasil, no festival Planeta Terra, mas cancelou a apresentação assim que recebeu um convite para fazer turnê com os Arctic Monkeys, banda inglesa que recebeu tratamento similar quando surgiu, em 2006, mas que conseguiu criar um estilo próprio e hoje é atração principal de festivais que ocorrem mundo afora – fechou, por exemplo, uma das noites do Lollapalooza Brasil, em abril deste ano.

A decisão pode não ter agradado aos fãs na época, mas foi sábia: a banda conseguiu se manter relevante e acabou vindo ao país para uma apresentação solo na casa de shows paulistana Cine Joia. Hoje, a história é outra. O grupo cresceu entre os novos nomes do rock, e lança, sem tanto alarde, o seu segundo disco – que no Brasil sai pela gravadora Sony Music -, Come of Age (que em inglês é algo como “Amadurecer”). Desta vez, sem piadinhas. Segundo Cowan, o título tem um significado profundo. “Escolhemos esse nome porque é sobre a nossa luta para crescermos como pessoas e como banda. Essa fase dos 20 e poucos anos é difícil, porque as pessoas esperam que você amadureça, mas você se sente completamente perdido e esquisito”, diz o músico.

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Leia abaixo a entrevista com Freddie Cowan, guitarrista dos Vaccines.

O primeiro disco de vocês se chamava What Did You Expect From the Vaccines? (“O que você esperava do Vaccines?”), como se fosse uma apresentação da banda, e esse segundo se chama Come of Age (algo como “Amadurecer”), uma referência ao amadurecimento do grupo. Sendo assim, como você gostaria que se chamasse o terceiro álbum? Algo como “os Vaccines dominam o mundo”? Sinceramente, acho que está mais para “Os Vaccines desistem”. Escolhemos esse nome para o segundo disco porque é sobre a nossa luta para crescermos como pessoas e como banda. Essa fase dos 20 e poucos anos é difícil justamente porque as pessoas esperam que você amadureça, mas, ao mesmo tempo, você se sente completamente perdido e esquisito. Nós nos sentimos assim como banda também.

Mas vocês pensam em se separar mesmo? Ou querem continuar? Fazem planos ou vão vivendo? Vamos vivendo. Mas também nos preparamos para as coisas que vêm a seguir. Acho que isso é suficiente.

No ano passado, vocês gravaram a música Tigerblood com o Albert Hammond Jr., guitarrista dos Strokes, o que é curioso, já que, quando vocês surgiram, eram muito comparados à banda dele. Pois é. Nós somos muito fãs deles e gravar com ele foi um sonho realizado, nós nem acreditamos. Nos conhecemos por meio de amigos em comum, e ele nos convidou para dar uma passada no estúdio dele, em Nova York, na próxima vez que estivéssemos na cidade. Nunca achamos que fosse rolar, mas acabou dando certo.

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Vocês chegaram a se incomodar com essas comparações? Leem o que as pessoas escrevem sobre vocês? Não, claro que não lemos o que as pessoas escrevem sobre nós ou sobre ninguém, na verdade. Mas, no caso deles, nos sentimos lisonjeados. É um elogio. Somos bandas diferentes.

Nos próximos meses, vocês pretendem lançar singles do disco com lados B escritos e tocados por cada um dos integrantes da banda. Por quê? Tivemos essa ideia para que pudéssemos mostrar nossos trabalhos como indivíduos, e não como banda. Sentimos falta disso e achamos que podia ser uma boa saída. Achamos que, assim, os fãs vão poder conhecer melhor a gente.

No mês passado, você disse em uma entrevista que Rihanna não é uma artista de verdade, porque ela não compõe as próprias músicas. Você pensa mesmo isso? Não, quer dizer, não foi dito nesse contexto. Michael Jackson também gravava músicas de outros compositores, e ainda assim, foi um grande artista pop. Não é o que nós buscamos como banda, mas as intenções são diferentes, só isso. Acho que as pessoas podem fazer o que quiserem. Deveria ser assim, pelo menos.

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