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Andy Serkis sobre ‘Mogli’ da Netflix: ‘Mais sombrio que o da Disney’

Diretor ainda alfinetou a concorrente: 'Precisávamos ver uma versão que fosse emocionalmente verdadeira'

Por Lucas Almeida 11 dez 2018, 12h08

Andy Serkis pode não ter um rosto muito conhecido para quem acompanha pouco os bastidores do cinema, mas conquistou o direito de ser chamado de estrela de Hollywood por sua habilidade de dar vozes e expressões a personagens marcantes feitos digitalmente, usando a técnica de captura de movimento. Foi assim que ele deu vida a César, o líder dos primatas na recente trilogia de Planeta dos Macacos, e Gollum e Smeagol, as duas personalidades do estranho ser que tenta roubar o anel em O Senhor dos Anéis — eternizando a frase “my precious” (meu precioso, em português). 

Recentemente, o ator se arriscou no papel de diretor ao conduzir o drama Uma Razão para Viver (2017) e agora Mogli: Entre Dois Mundos, disponível na Netflix. Serkis trabalha desde 2013 no filme, que esbanja efeitos especiais com animais feitos com a mesma técnica de captura de movimento que o fez famoso.

Em visita ao Brasil, onde passou pela Comic Con Experience (CCXP) no fim de semana, e falou com jornalistas na segunda-feira, Serkis deu detalhes sobre a produção e a correria na qual se lançou depois que a Disney também deu início à uma versão da mesma história, que estreou por aqui em 2016, com o nome Mogli: O Menino Lobo.

“Quando estávamos em produção, o filme da Disney foi iniciado e nós entramos em uma corrida”, conta antes de alfinetar a versão da concorrente: “Eu tinha uma visão muito clara de como queríamos contar a história, criando um mundo real, em que há perigos na floresta. Não queríamos dizer para a audiência: está tudo bem por aqui, vamos cantar uma música em um minuto e esquecer de tudo que está acontecendo. Senti que precisávamos ver uma versão que fosse emocionalmente verdadeira, mais sombria”, diz ao comparar a trama com O Livro da Selva, de Rudyard Kipling.

Não queríamos dizer para a audiência: está tudo bem por aqui, vamos cantar uma música em um minuto e esquecer de tudo que está acontecendo. Senti que precisávamos ver uma versão que fosse emocionalmente verdadeira

Andy Serkis alfineta Disney e defende sua versão de Mogli
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Apesar da corrida, o longa de Serkis estreia na Netflix mais de dois anos e meio depois do lançamento da Disney no cinema. “Quando chegou na pós-produção, vimos que não havia motivo para apressar esse processo, porque usamos uma tecnologia de captura dos movimentos faciais que exige tempo para ser desenvolvida”, explicou o diretor. “Nunca é bom ter outro filme sendo feito, que está competindo com você. Mas não é a primeira vez que isso acontece em Hollywood e provavelmente não será a última. Eu sabia que a nossa versão seria muito diferente, porque sabia que a Disney teria que fazer um filme familiar e o nosso é mais sombrio, mais assustador e mais complexo emocionalmente.”

Eu sabia que a nossa versão seria muito diferente, porque sabia que a Disney teria que fazer um filme familiar e o nosso é mais sombrio, mais assustador e mais complexo emocionalmente

Andy Serkis, sobre nova versão live-action de Mogli

O longa, que já está disponível na Netflix, conta a história de Mogli, que sobrevive ainda bebê a um ataque de animais em seu vilarejo na Índia. O menino é criado por uma alcateia, mas logo começa a questionar as suas origens.

Além das dificuldades de socialização que o protagonista sofre dentro do grupo, o longa ainda possui cenas mais sombrias com a caça dos lobos para se alimentar e a exploração da natureza pelos homens. “O filme também aborda o colonialismo, de uma forma que nenhum outro fez. Isso se dá com o fato dos homens estarem gradativamente entrando mais na floresta e caçando não para se alimentar, mas por esporte”, complementa o diretor. 

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O roteiro mais sóbrio ganha um brilho especial com o elenco estelar que compõe a produção: Christian Bale vive o pantera negra Bagheera, Cate Blanchett é a cobra Kaa e Benedict Cumberbatch é o grande tigre vilão, Shere Khan. Todos os animais são feitos em computador e possuem rostos com as feições do elenco, que gravou as cenas para a captação facial.

Agora, Serkis já trabalha em outro filme original para a Netflix: uma nova adaptação do livro A Revolução dos Bichos, publicado por George Orwell, que faz uma sátira ao governo de Stalin na Rússia. “Estamos desenvolvendo os personagens e já escolhemos grande parte do elenco. Não será uma versão sobre Stalin, mas sim uma atualizada, como se Orwell estivesse escrevendo o livro hoje”, complementou o diretor. 

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