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Amsterdã, enfim, ganha o seu grande museu de volta

Maior museu holandês – e um dos maiores do planeta –, o Rijksmuseum reabre suas portas totalmente renovado após dez anos de reforma

Por Fernando Valeika de Barros, de Amsterdã
9 abr 2013, 16h58

Uma década depois de fechar para a mais ambiciosa reforma de sua história (e que custou o equivalente a 1 bilhão de reais), o Rijksmuseum, maior museu de Arte e História da Holanda, está em contagem regressiva para reabrir as portas ao público em Amsterdã. No próximo sábado, 13 de abril, quando a rainha Beatriz reinaugurar formalmente o maior museu da Holanda – e um dos mais importantes do planeta – o Rijks voltará a exibir seu acervo fenomenal com 800 anos de história e arte, mas agora em um prédio escrupulosamente renovado. Estarão expostas ali em caráter permanente 8.000 peças, entre as quais Vigília Noturna, o mais famoso quadro do mestre holandês Rembrandt van Rijn, que volta à sua sala original depois de uma década afastado. “Nestes dez anos, tivemos de restaurar completamente um museu que era fascinante, mas escuro, labiríntico e confuso demais para ser visitado”, disse ao site de VEJA o holandês Wim Pijbes, diretor-geral do Rijks. “Nosso objetivo foi formar um panorama da arte e da história da Holanda, da Idade Média ao século XX, dentro dos conceitos de um museu do século 21.”

Agora, as 8.000 peças estão bem organizadas em oitenta salas de exposição com iluminação de última tecnologia. Um número muito menor do que o do acervo total, que conta com quase 1 milhão de quadros, esculturas e outros objetos que ajudam a retratar a história da Holanda. “Partindo da filosofia de que menos é mais, decidimos expor apenas as peças muito relevantes”, explica Taco Dibbits, Diretor de Coleções do museu. Também reaparecerão em grande estilo outras obras de Rembrandt, como O Autorretrato e A Noiva Judia, quadros pintados por Franz Post, em Pernambuco, e telas de Vincent Van Gogh.

Não bastasse o já monumental trabalho para reconstruir um museu nacional – no qual além de quadros convivem esculturas, armas e objetos da Idade Média aos dias atuais -, os engenheiros que reformaram o Rijks tiveram de lidar com situações complexas de engenharia. Ao construir o novo Pavilhão Asiático, por exemplo, projetado a uma profundidade de dez metros da superfície, os operários se defrontaram com um terreno repleto de água. Nada mais natural numa região famosa por ter 27% de seu território situado abaixo do nível do mar. Todo esforço, porém, valeu a pena. O antigo palácio em estilo gótico-renascentista, inaugurado pelo arquiteto holandês Pierre Cuypers em 1885 para ser o mais importante museu da Holanda, está novo em folha. E mudou um bocado pelas mãos dos arquitetos Antonio Cruz e Antonio Ortiz, espanhóis, e Jean-Michel Wilmotte, francês, este último conhecido por renovar alas inteiras do Museu do Louvre, em Paris no início dos anos 2000.

Espaço – Logo na entrada, os dois antigos pavilhões foram reunidos em um único átrio com 2.250 metros quadrados, café, auditório e lojas. Um antigo espaço usado como biblioteca interna foi restaurado e aberto aos visitantes. Nada disso existia no velho Rijks. “Quando foi inaugurado há 130 anos, este prédio recebia algo como 200 mil visitantes ao ano”, explicou o arquiteto Wilmotte. “Agora, esperamos quase dez vezes mais público no mesmo período.”

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Para realçar as peças, ele experimentou vários tons nas paredes – de verde a bordô, passando pelo azul -, até chegar à conclusão de que o cinza seria ideal para os objetos do Rijks. Uma concessão foi a Sala Monumental, em que o os desenhos enfeitavam as paredes foram restaurados. “Foi tarefa para uma equipe de 87 restauradores que gastaram oito anos de trabalho e 1.700 litros de tinta na empreitada”, conta Wilmotte.

Por influência do holandês Taco Dibbits, diretor de Coleções, houve uma mudança notável no conceito de exposição do acervo: em vez de agrupar pinturas de um lado, esculturas, móveis e outros objetos de outro, a proposta de Dibbits foi reunir objetos de um mesmo período no mesmo espaço. Ao mesmo tempo em que aprecia O Autrorretrato de Rembrandt, por exemplo, o visitante poderá admirar um móvel da época que pertencia a Hermann Doomer, amigo do pintor, ou uma prataria de seu mecenas, Jan Lutman. Em outro ponto, próximo ao monumental quadro Waterloo, de Jan Willen Pieneman e que retrata a batalha em que Napoleão Bonaparte foi derrotado, estão expostas duas pistolas que pertenceram ao imperador francês. A poucos metros, um retrato dele e outro do irmão, Luis Napoleão. “Nossa ideia foi fazer com que cada época, da Idade Média ao final do século XX, fosse compreendida como um todo”, define Dibbits.

O resultado, formidável, poderá ser conferido por qualquer visitante de graça no próximo sábado, dia 13, data da reabertura. A partir de domingo, a entrada custará 15 euros.

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