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‘Amour’ conquista Palma de Ouro em Cannes

Por Anne-Christine Poujoulat
27 Maio 2012, 16h53

“Amour”, um filme sóbrio e comovente do diretor austríaco Michael Haneke sobre o acaso da vida, conquistou neste domingo a Palma de Ouro do 65º Festival de Cinema de Cannes.

Inconfundível com sua barba e cabelos brancos, sempre vestido de preto, o cineasta, que já havia recebido uma Palma de Ouro em 2007 por “A fita branca”, subiu ao palco acompanhado pelos intérpretes de seu filme, os lendários atores franceses Jean-Louis Trintignant e Emmanuele Riva.

Os octogenários atores franceses interpretam em “Amour” um casal cheio de amor e cumplicidades, que quase não precisa de palavras para se entender. Mas um dia toda essa vida desaba, quando ela fica doente.

O filme, que transcorre inteiramente em um apartamento parisiense, retrata a deterioração acarretada pela velhice, refletindo com compaixão a dor de assistir à doença de um ente querido, de observar sua lenta passagem em direção à morte.

Mas Haneke não o faz com crueldade, mas com uma sensibilidade impressionante, com um grande humanismo e uma emoção contida.

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“Quando se chega a uma certa idade, o sofrimento inevitavelmente te comove. É tudo o que queria mostrar, nada mais”, disse Haneke em uma coletiva de imprensa em Cannes, após a apresentação deste filme austero e doloroso.

O polêmico e talentoso cineasta mexicano Carlos Reygadas, cujo desconcertante filme “Post tenebras lux” deflagrou intensas reações em Cannes, ganhou o prêmio de Melhor Diretor do Festival.

O filme de Reygadas – seu quarto longa-metragem – provocou muitas reações no festival francês: vaiado nas salas, foi defendido por alguns críticos e por Thierry Frémaux, o responsável pela seleção da competição de Cannes.

“Post Tenebras Lux” – do versículo bíblico Depois das Trevas vem a luz – desconcertou, inclusive, os fãs deste realizador, que ganhou em Cannes 2007 o Prêmio do Juri com “Luz Silenciosa”, que conta uma historia de amor ambientada em uma comunidade menonita do norte do México.

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Reygadas, que nasceu na capital mexicana en 1971, ficou conhecido em Cannes em 2001, com sua obra-prima “Japão”, que apresentou na Quinzena de Realizadores e obteve uma menção especial da Câmera de Ouro.

O dinamarquês Mads Mikkelsen levou o prêmio de Melhor Ator do Festival por sua atuação em “The Hunt”, de seu compatriota Thomas Vinterberg.

Mads Mikkelsen, de 46 anos, interpreta Lucas, um homem divorciado que trabalha em um jardim de infância. Vive sozinho, mas sente ao seu lado o calor de todo um clã de amigos.

Mas seu mundo desaba após falsas acusações de uma menina, Klara, de cinco anos, nas quais todos acreditam “porque as crianças não mentem”. A partir de então começa uma caça às bruxas contra Lucas.

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Mikkelsen ficou conhecido internacionalmente em 2006, por seu papel de Le Chiffre no filme do 007 James Bond “Casino Royale”.

O prêmio de Melhor Atriz foi para as romenas Cosmina Stratan e Christina Flutur, ambas excelentes iniciantes, pelo filme “Beyond the hills”, do romeno Cristian Mungiu, ganhador da Palma de Ouro em 2007.

“Beyond the hills” é inspirado em um caso real que causou sensação na Romênia quando uma jovem faleceu após uma sessão de exorcismo em um monastério.

O filme conta a história de duas jovens romenas, Voichita e Alina, amigas de infância desde que viviam em um orfanato na época comunista.

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O britânico Ken Loach recebeu o Prêmio do Juri do Festival de Cannes por “The angel’s share”, uma comédia sobre um ex-delinquente que trata de refazer sua vida.

Ganhador da Palma de Ouro em 2006 com “The wind that shakes the barley” (O Vento que balança a cevada), o realizador, que fará 76 anos em junho, fala em seu novo filme da dificuldade dos jovens para encontrar um lugar ao Sol em uma Europa devastada pelo desemprego.

O filme conta a história de um grupo com antecedentes criminais e sem perspectiva cuja vida muda quando um deles, Robbie, é condenado a prestar serviços e descobre uma carreira no universo especial do whisky.

“Reality”, uma sátira do italiano Matteo Garrone sobre a televisão de seu país, recebeu o Grande Prêmio do Festival.

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Garrone, que já havia conquistado o Prêmio do Juri em 2008 por seu filme “Gomorra”, sobre a máfia napolitana, trabalhou em “Reality” com o ator Aniello Arena, que está preso há 20 anos.

“Reality” conta a história de um pescador, Luciano (Aniello Arena), que diverte a todos com seu talento cômico. Um dia, participa da seleção do “Big Brother” e começa a sonhar com sua presença no programa, o que significaria fama e dinheiro. A partir de então, sua vida jamais será a mesma.

O detento Aniello Arena iniciou sua carreira de ator em 2001, na prisão de Volterra, província de Pisa.

O diretor americano Benh Zeitlin ganhou a Câmera de Ouro com “Beasts of the southern wild”, um conto filosófico na Louisiana sobre uma menina de 6 anos.

O filme, que já havia conquistado o Grande Prêmio no Festival Sundance (EUA), conta a história da menina Hushpuppy, que vive com seu pai doente em uma cabana em um terreno pantanoso perto do rio Mississippi. A cada tempestade o local inunda, criando uma atmosfera apocalíptica.

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