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Alice Furtado faz estreia em grande estilo em Cannes

Em seu primeiro filme, ‘Sem Seu Sangue’, a diretora carioca fala de amor e luto com elementos sobrenaturais

Por Mariane Morisawa, de Cannes
24 Maio 2019, 15h48

A carioca Alice Furtado estreou em longas-metragens com o pé direito: seu primeiro filme, Sem Seu Sangue, foi exibido na Quinzena dos Realizadores, mostra paralela do Festival de Cannes. “É a melhor forma de começar, porque aqui a atenção para o filme, para o cinema, é enorme”, disse em entrevista a VEJA.

Em Sem Seu Sangue, Silvia (Luiza Kosovski) é uma adolescente apática que se apaixona por Artur (Juan Paiva), que é seu oposto e foi expulso de todos os colégios onde estudou. “O Artur é uma pessoa radical, que sofre de hemofilia e vive a vida intensamente”, explicou Paiva. Mas Artur sofre um acidente e morre, e Silvia não aceita. “Ela entra num luto que é corporal”, disse Kosovski. Preocupados, seus pais arrumam férias numa ilha, onde ela conhece André (Digão Ribeiro). “André se vê encantado pelo mistério da Silvia e conta para ela a história dos franceses que se mudaram para lá, deixando-a mais instigada a trazer o Artur de volta.”

A partir daí, o filme toma contornos de terror e incorpora elementos fantásticos – algo que foi comum neste Festival de Cannes, inclusive em produções dirigidas por mulheres. “Acho uma questão geracional”, disse Alice Furtado. “O estágio do capitalismo e o estágio da sociedade que a gente vive atualmente tem um lado muito assustador. O cinema está respondendo a isso dessa forma, trazendo essa atmosfera de pesadelo mesmo e de falta de orientação do que está acontecendo. Os monstros estão vindo um pouco para assombrar e para responder a isso que a gente está vivendo. Está todo o mundo um pouco perplexo, sozinho. Está sendo difícil para todos, para todos os países.”

A diretora disse que os anos de investimento na produção independente incentivou uma maior presença de cineastas do sexo feminino no Brasil. “Agora a gente está tendo muita dificuldade com isso, as coisas mudaram e já é outro cenário, então não sei como vai ser. Mas durante esse período houve renovação nesse sentido.” Ela considera o esforço de procurar filmes dirigidos por mulheres necessário. “As narrativas são outras. Eu já li muitos roteiros escritos por homens e sempre tem uma mulher descrita como bela, loira e tal. Essas coisas precisam mudar, não pode mais ter esse tipo de coisa. O olhar para os personagens femininos tem de ser outro.” A atriz Luiza Kosovski concorda. “O filme fala muito de desejo feminino. Para mim, considerando as cenas que a gente fez, algumas muito íntimas, foi muito importante para mim ter uma diretora mulher”, afirmou. “Ela entende o que é o desejo feminino. Eu achei essencial a Alice ser mulher para poder dirigir este filme.”

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