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Alice Braga diz que ficou ‘imunda e destruída’ em novo filme

Atriz fala dos desafios de interpretar uma mulher escondida na mata em 'El Ardor', filme dirigido pelo argentino Pablo Fendrik exibido no Festival de Cannes

Por Mariane Morisawa, de Cannes
21 Maio 2014, 16h39

Com seu primeiro longa-metragem, Cidade de Deus, Alice Braga fez sua primeira viagem a Cannes. Depois, filmou com diretores brasileiros como Sergio Machado, Fernando Meirelles e Walter Salles e também rodou produções americanas, como Eu Sou a Lenda e Elysium. Alice volta ao Festival de Cannes com El Ardor (“O Ardor”, na tradução literal), coprodução argentina, mexicana, brasileira, americana e francesa dirigida pelo argentino Pablo Fendrik, exibida em sessão especial. Ela é Vania, que mora na fronteira do Brasil com a Argentina e vê seu pai ser assassinado e seu pequeno sítio tomado por mercenários, que a sequestram. Kai (o mexicano Gael García Bernal) parte mata adentro para encontrá-la. A atriz falou com o site de VEJA:

Como surgiu esse projeto argentino?

A Vânia Catani, da Bananeira Filmes, que é coprodutora do filme, me falou sobre a história. Eu fiquei muito curiosa, porque sempre quis trabalhar na Argentina. Tenho sempre muita vontade de trabalhar na América Latina, mesmo que a gente fale outra língua. E o Gael é muito meu amigo. Quando ele me ligou, topei. Achei que poderia ser uma coisa interessante e diferente.

Quase todas as cenas foram feitas na floresta. Não parece muito confortável.

Eu fiz o filme inteiro descalça! Porque depois da morte do pai, eu perdi minhas Havaianas. E o Pablo (Fendrik, diretor do filme) falava: “Segura o chinelo porque depois você vai andar na mata”. E eu respondia: “Mas estão matando meu pai, você acha que vou ficar segurando as Havaianas”? Nunca tinha filmado numa locação assim, foi um desafio. Era difícil até chegar aos lugares. E eu estava andando descalça sobre galhos, pedras, bichos. Chegava em casa bem destruída. Imunda e destruída. Manchei a banheira do hotel de tanta sujeira! Minha unha vivia preta. Meu maior sonho era fazer manicure e pedicure. Não é uma situação confortável estar nesse ambiente, deitar no meio das aranhas, das formigas gigantes. Todo o mundo com bota, e eu descalça.

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‘El Ardor’ é um filme de aventura…

É um western, né? Um filmão de gênero! O Pablo dirigia a gente dizendo que era um western e me mandava aumentar o tom, porque era cinema de gênero. Quando assisti ao filme aqui em Cannes, vi que era cinema de gênero mesmo (risos)! Mas normalmente western não tem personagem feminina assim.

Então o fato de ser um filme de gênero muda a atuação?

Sim. Por instinto, eu fazia uma interpretação mais minimalista. Mas o Pablo sabia muito bem o que queria e dirigia milimetricamente cada ator.

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Teve alguma preparação?

Fui para a Argentina, encontrei o Pablo e o Gael, fomos até uma comunidade perto de onde a gente ia filmar. Eram pessoas com quem o Pablo já tinha contato por causa de um curta-metragem documental que fez lá. Ele queria me apresentar essas pessoas da fronteira, que vivem no meio do nada e que simplesmente sobrevivem.

O fato de você ser amiga do Gael García Bernal facilita?

Facilita até o ponto em que a gente tem crise de riso no set. Aí a coisa dificulta bastante, ainda mais neste filme, em que a gente tinha de ficar olhando no fundo dos olhos em silêncio… A gente teve muito ataque de riso, mas foi muito legal, sou muito fã dele e amiga há anos.

E a cena de sexo com ele?

Foi super tranquila. E estava chovendo: teve de ser rapidinho.

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E você está cheia de projetos, não?

Tem o filme da Mini Kerti, Muitos Homens em um Só, que ganhou vários prêmios no Cine PE. Fiz um filme na Austrália, cujo roteiro tinham me mandado havia muitos anos. O produtor do filme é irmão do meu agente. Eles contrataram o Simon Pegg (de Star Trek), que eu adoro. Foi uma experiência totalmente diferente. Chama-se Kill Me Three Times e está todo o mundo tentando me matar no filme. E acabei de rodar o novo filme do José Eduardo Belmonte, que mistura comédia e drama.

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