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Adaptação de ‘Inferno’, de Dan Brown, é tão absurda que diverte

No terceiro filme da série, Robert Langdon retorna ao cinema com a missão de salvar a humanidade

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 out 2016, 11h11 - Publicado em 13 out 2016, 11h00

Tudo é muito intenso, rápido e barulhento em Inferno, terceiro filme da série protagonizada por Robert Langdon, o mestre da simbologia criado por Dan Brown e interpretado por Tom Hanks desde O Código Da Vinci (2006). Logo nos primeiros minutos da produção, o cineasta Ron Howard, responsável pela trilogia, empurra o espectador para cenas agonizantes com o protagonista, que se vê entre alucinações apocalípticas enquanto desperta desorientado em um hospital.

Langdon visualiza suas roupas, ensanguentadas, em um saco no canto do quarto, e tenta lidar com uma terrível dor de cabeça – sintoma sentido também pelo espectador, que acompanha câmeras tremidas e desfocadas e a obstinação de barulhos azucrinantes. Ao lado do paciente, está a médica Sienna Brooks (Felicity Jones). Ainda em meio à confusão do protagonista (e da plateia), Sienna explica rapidamente que ele levou um tiro e precisa sair logo dali, antes de um novo atentado.

Ao longo de duas horas de duração, Inferno manterá sequências do tipo, em uma emenda de acontecimentos e constantes perseguições, intercaladas por flashbacks confusos causados pela leve amnésia do personagem de Hanks. Especialista em desvendar enigmas, Langdon, agora, precisa também desvendar a si mesmo. Para começar, ele não sabe por que está em Florença, na Itália, já que, até onde se lembra, ele estava nos Estados Unidos.

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Muitos absurdos acontecem a partir daí. Langdon descobre em seu poder um mapa codificado com a pintura Mapa do Inferno, de Sandro Botticelli, obra inspirada em A Divina Comédia, de Dante Alighieri. Na ilustração, está o nome de Bertrand Zobrist (Ben Foster), um jovem bilionário com ideias bem controversas sobre sustentabilidade. Segundo o rapaz, a peste negra foi um ponto positivo na história da humanidade, uma maneira de conter o crescimento populacional e, olha só, incentivar o movimento renascentista, além de corpos mais esbeltos. Com a atual superpopulação mundial, imagina Zobrist, um novo e perigoso vírus seria um presente e tanto para a humanidade.

O especialista em semiótica sai, ao lado de sua nova parceira, em busca do esconderijo do tal vírus. Afinal, em vez de simplesmente espalhar a doença, o maluco preferiu criar um cenário especial, planejar uma infestação surpresa e desenhar um mapa do local eleito para iniciar a pandemia – se não fosse assim, filme e livro não existiriam.

Reviravoltas e cenas de ação conduzem o roteiro, que, quase no final, ganha uma pausa didática com o ator Irrfan Khan. Ele é o eleito para explicar, em poucos minutos, o que diabos está acontecendo no filme. Finalmente, a dor de cabeça de Langdon (e da plateia) termina, antes do ápice do terceiro ato.

O charmoso Tom Hanks e o aferrado Ron Howard já estão bastante habituados ao universo vislumbrado por Dan Brown. A maturidade do relacionamento do trio ajuda Inferno a ser, apesar de disparatada, uma trama ágil, que prende e, por fim, diverte. Todos os ingredientes de um bom entretenimento que acredita ser cult estão ali, desde a prateleira das livrarias até a sala de cinema mais próxima.

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