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ABL decreta luto de três dias por morte de João Ubaldo

Escritor era ocupante da cadeira número 34 da Academia Brasileira de Letras e morreu de embolia pulmonar nesta sexta-feira

Por Da Redação
18 jul 2014, 11h43

O presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Gerado Holanda Cavalcanti, determinou o cumprimento de luto por três dias pela morte do romancista e Acadêmico João Ubaldo Ribeiro, na madrugada desta sexta-feira, em sua casa no Rio de Janeiro. “É uma grande perda para a Academia, para o romance e o jornalismo nacionais. João Ubaldo Ribeiro deixa uma obra de excelência. Estamos todos muito chocados com a notícia”, diz Cavalcanti em comunicado oficial.

O velório acontece no Salão dos Poetas Românticos, na sede da ABL, Rio de Janeiro, a partir das 13 horas. Ubaldo foi o sétimo ocupante da cadeira número 34, eleito em 7 de outubro de 1993, na sucessão de Carlos Castello Branco e recebido em 8 de junho de 1994.

A Câmara Brasileira do Livro (CBL) também divulgou uma nota de pesar e destacou os dois prêmios Jabuti concedidos a Ubaldo, um em 1972, quando ele ganhou o prêmio de melhor autor revelação por Sargento Getúlio, e em 1985, na categoria Melhor Romance do Ano, com Viva o Povo Brasileiro. “Suas obras sempre permanecerão vivas na memória dos brasileiros”, diz o comunicado.

Amigos – O acadêmico Domício Proença Filho afirma que Ubaldo não frequentava ativamente a Academia. “Quando vinha, era uma alegria, uma festa. Vamos sentir muita saudade daquela voz de barítono”, brinca. “Ubaldo era um erudito. Tinha uma preocupação muito grande com a justiça social e a realidade do Brasil. Era um escritor voltado para a preocupação com a língua portuguesa do Brasil. Mostrava o que nós somos e como falamos. Todos os seus personagens devem estar se sentindo órfãos hoje”, diz.

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Já o letrista Abel Silva esteve com Ubaldo no domingo Tio Sam, no Leblon, onde o imortal da ABL assistiu à final da Copa do Mundo, torcendo pela Alemanha. “Ele tinha um neto alemão, filho do Bento Ribeiro. No domingo, brincou muito sobre como o neto chorava em português e alemão, estava muito bem e feliz. Perdemos um extraordinário brasileiro. Algumas pessoas são insubstituíveis, sim. João Ubaldo era uma delas”, diz

O contista Sérgio Sant’Anna, que conhecia João Ubaldo há mais de 20 anos, também destaca a simpatia deo escritor. “João Ubaldo era uma grande figura, ultimamente andava um pouco recolhido. Convivi com ele numa época em que era muito falante. Além de ser um grande escritor, era engraçado, muito inteligente, todos gostavam dele”.

TODOPROSA: Viva João Ubaldo Ribeiro (1941-2014)

Obras – Ubaldo lançou seu primeiro livro, Setembro Não Tem Sentido, em 1968. O segundo veio em 1971, o clássico Sargento Getúlio, considerado um marco do romance moderno brasileiro, que trata do universo nordestino, em especial dos sergipanos. Em seguida lançou Vila Real (1979) e Viva o Povo Brasileiro (1984).

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Entre suas obras mais famosas está também A Casa dos Budas Ditosos (1999), que se tornou um sucesso no teatro em formato de monólogo com a atriz Fernanda Torres, na pele de uma senhora de 68 anos que narra, sem pudores, suas peripécias sexuais. O último romance de Ubaldo foi O Albatroz Azul, lançado pela editora Nova Fronteira em 2009.

Além dos dois Jabutis, Ubaldo venceu em 2008 o Prêmio Camões, o mais importante da literatura em língua portuguesa. Fora do Brasil, foi laureado na Alemanha e na Suíça. Seus livros foram traduzidos em doze línguas, como o inglês, espanhol, finlandês, francês, hebraico e italiano.

ENTREVISTA: ‘Se eu ficasse rico, parava de escrever e só lia’, diz Ubaldo Ribeiro

(Com agência Estado)

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