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A veia ‘psicopata’ de Luana Piovani em ‘Dupla Identidade’

Fria, sem emoção e até sem expressão: a interpretação da atriz, no papel da psiquiatra forense Vera, causa medo em quem vê a série policial da Globo

Por Maria Carolina Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 28 nov 2014, 12h34

“Foi estrangulamento”, anuncia a legista diante do corpo de mais uma vítima do serial killer Edu (Bruno Gagliasso), o protagonista de Dupla Identidade, da Globo. E então Vera, que entrou na sala espocando o salto do sapato no chão, decreta com uma autoridade quase mórbida: “Homem branco, de 18 a 30 anos e bom preparo físico. A maneira como ele domina as vítimas exige força. Elas chegam aqui sem lesões de defesa, não conseguem nem lutar contra ele.” O jeito é frio de dar medo — mais frio que o corpo que descansa sobre a mesa da legista. Para além de mulher-legenda da série policial de Glória Perez (Caminho das Índias e Salve Jorge), é essa a marca da psiquiatra forense vivida por Luana Piovani, e ainda mais assustadora que a outra. Ela é gélida, sem emoção e sem expressão. É fruto de uma, por assim dizer, interpretação “psicopata” da atriz, para brincar um pouco com o tema da atração que mete referências americanas como CSI no liquidificador para narrar a história de um assassino em série. É como se, para compor uma personagem racional, fosse preciso antes participar do desafio do balde de gelo.

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Vera segue legendando a cena. “Tem QI elevado, emprego fixo e provavelmente uma boa posição social e um relacionamento estável.” É tanta informação, tão mastigada e tão refrigerada, que até o experiente delegado Dias (Marcello Novaes), seu parceiro nas investigações, fica tonto. “Peraí, assim você está me deixando louco.” Parece piada. Mas não é. É a deixa para Vera explicar de onde tira tantas conclusões. “Dias, a vítima é uma adolescente e se atraiu por ele”, diz com voz firme a psiquiatra forense, com quem aliás o delegado desenvolve um teretetê ao longo da série — mais um clichê importado pelo programa.

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Pior fica a situação quando Vera tem de demonstrar alguma emoção — e não consegue. Ao receber a denúncia de que o advogado Edu, que vem colaborando com as investigações, pode ser o serial killer procurado pela polícia, a psiquiatra sai correndo atrás de Dias. (A denúncia, por sinal, foi feita pela própria namorada do rapaz, personagem de Débora Falabella, que ligou diretamente para a psiquiatra, coisa não de filme, mas de série de Gloria Perez.) “Dias, eu recebi uma denúncia que procede. E envolve uma pessoa daqui de dentro”, diz Vera, tomando ar, quando nem parece que ele falta. Confira as cenas descritas nos vídeos abaixo:

https://youtube.com/watch?v=4kvTc23StLE

Mulher-legenda

A partir de 4’24”.

https://youtube.com/watch?v=NDR6e2BOIQ8

Emoção… mas onde?

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A partir de 5’20”.

​Os clichês e o didatismo das cenas legendadas são de fato pontos fracos de Dupla Identidade. Apesar de seus lugares-comuns e traços de pastiche, porém, a série policial consegue prender a atenção e vem registrando boa audiência no horário, por volta das 23h de sexta-feira. Como destaques positivos, ficam Débora Falabella, ótima como sempre no papel da menina que sofre de boderline, transtorno de personalidade que a leva a se cortar, e Bruno Gagliasso, que parece acima da média na pele do assassino psicopata — que consegue ser mais caloroso que a psiquiatra que o persegue.

(Lista de Meire Kusumoto)

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