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A Patagônia revive seus mitos e lendas em Paris

Por Por Ana María Echeverría
6 mar 2012, 14h43

A Patagônia, no extremo austral da América do Sul, vem sendo objeto de todos os tipos de mitos, narrações fabulosas e representações, imaginárias ou verdadeiras, que o museu parisiense do Quai Branly explora numa exposição que abre nesta terça-feira e vai até o dia 13 de maio.

Para reunir centenas de gravuras, desenhos, fotos, mapas e livros expostos em “Patagônia, imagens do fim do mundo”, o museu parisiense recorreu às suas coleções e às de outros museus franceses e alemães, e até às de um convento alemão, explicou a curadora, Christine Barthe.

A especialista do museu parisiense dedicado às culturas não ocidentais e o historiador e pesquisador britânico Peter Mason projetaram a mostra na forma de um percurso “alegórico e literário”, visual e sonoro, no qual o visitante perambula pelas salas, deixando-se levar pela magia de imagens e narrações.

A exposição recorda que esse território imenso e misterioso foi descrito pela primeira vez no diário do explorador e cartógrafo Antonio Pigafetta, nascido em Veneza em 1480, que acompanhou o português Fernão de Magalhães na primeira viagem de circum-navegação do mundo.

Essas crônicas “deram origem a representações imaginárias da Patagônia, como o fim do mundo onde tudo é possível”, assinalou Mason em conversa com a AFP.

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Baseando-se em suas descrições, os artistas deram rédeas solta à imaginação, produzindo imagens de animais e homens fabulosos, que revivem na mostra graças a livros antigos, como as “Grandes Viagens” de Theodore de Bry.

O percurso começa recordando a origem da palavra Patagônia, que deriva de Patagones, nome dado pelos membros da expedição de Magalhães aos indígenas quando os viram pela primeira vez, em 1520.

Magalhães, que adorava os romances de cavalaria da época, recordou um deles, “Primaléon”, que relata a captura do gigante Pantagon, ao ver o povo local que, segundo as crônicas, era constituído de pessoas grandes e fortes, com grandes pés. E os chamou Patagones.

O visitante da exposição pode ouvir episódios gravados desse romance épico publicado em Salamanca em 1512 com o título de “Segundo Libro de Palmerín”.

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O ponto de partida da mostra são esses mitos surgidos das crônicas de navegantes – o que se chama “ficção cosmográfica” -, e trabalhos de antropólogos como o chileno Martín Gusine, que entre 1918 e 1924 percorreu a Terra do Fogo e estudou as tradições e ritos de seu povo.

“Gusine foi um missionário e etnólogo e um dos poucos a observar, estudar e fotografar a cerimônia do Hain, um ritual masculino de iniciação, que pode durar até um ano”, disse Mason.

“Esta é a primeira vez em que são expostas 40 fotografias originais de Gusine”, destacou Christine Barthe.

Mason recordou que a Patagônia cativou a imaginação de escritores, como o chileno Francisco Coloane, o britânico Bruce Chatwin, além de pintores e desenhistas.

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“Eles redimensionaram o mundo, com base em sua importância para a imaginação e para a arte”, destacou. “E essa terra continua exercendo uma grande fascinação”, concluiu.

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