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A ‘Chapeuzinho Amarelo’ de Janaina Diniz

Filha de Leila Diniz e Ruy Guerra prepara-se para transpor para o cinema a história infantil de Chico Buarque

Por Rafael Lemos
30 jul 2010, 08h19

“O livro foi escrito para todas as crianças ao redor do Chico. E eu era uma delas”

Quando tinha sete anos, Janaina Diniz Guerra leu o livro-poema Chapeuzinho Amarelo, escrito por Chico Buarque de Holanda e ilustrado pelo cartunista Ziraldo. Aos 38 anos, Janaina se prepara para transformar a fábula que marcou sua infância em filme. O projeto acaba de receber autorização para captar cerca de 500 000 reais através da Lei Rouanet. Para Janaina, que é filha da atriz Leila Diniz e do cineasta Ruy Guerra, esta é uma história de famílias amigas há décadas. Quando Leila morreu num acidente aéreo na Índia, ela era bebê. Marieta Severo tornou-se um pouco sua mãe, e ela cresceu junto com Silvia, Helena e Luísa, as filhas da atriz com Chico Buarque. A ligação afetiva com a família do autor e com o próprio livro é que levou a diretora a escrever uma adaptação para a obra.

“O livro foi escrito para todas as crianças ao redor do Chico. E eu era uma delas”, lembra a Janaina, que é até citada na dedicatória do livro. O pouco usual formato de média-metragem, entre 30 e 60 minutos, é considerado pela cineasta o mais adequado para a história. “Não sei como é isso em termos de mercado. Sempre trabalhei com curtas e longas. Mas não posso fazer nada. A história é curta para um longa e longa para um curta”, pondera.

Chapeuzinho Amarelo
Chapeuzinho Amarelo (VEJA)

A história tem como protagonista uma Chapeuzinho amedrontada por um lobo inexistente, que habita apenas sua fértil imaginação. A personagem foi inspirada em Luísa. “Não é que ela fosse medrosa, mas ele escreveu mais para ela. E eu sempre achei a personagem ótima. É uma anti-heroína. E sempre me identifiquei, porque também era muito medrosa”, conta Janaina. Segundo ela, a narrativa não agradará tanto a crianças quanto a adultos. “É uma história cheia de simbolismos. Quero que o filme estimule a imaginação. Não vai ser nada de mão beijada para o espectador. Cheguei a questionar se era para criança mesmo. Mas é sim”, conta.

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Às voltas com a produção de Quase Memória, o próximo longa-metragem do pai, baseado no livro de Carlos Heitor Cony, e com a finalização do curta-metragem em HD O Homem Parado, Janaina confessa que Chapeuzinho só entrou na agenda agora graças ao incentivo dos produtores Bruno Laet e Ian Queiroz. “Eles que falaram que eu não podia deixar esse roteiro parado, colocaram na Lei Rouanet e estão levando adiante”, afirma.

Janaina já está na estrada há um bom tempo. Ainda criança, participou de peças de teatro, novelas e filmes como atriz. Formada em cinema na Universidade Gama Filho, ela ainda fez o badalado curso de roteiro de Gabriel García Márquez na Escola de Cine e TV de San Antonio de Los Baños, em Cuba. A partir de 1992 começou a trabalhar como assistente de direção em publicidade e TV e dirigiu o curta-metragem Posta Restante (1997) e o documentário Da Terra (2005).

As múltiplas funções de atriz, produtora, roteirista e diretora são menos gosto do que necessidade. “Quando a gente quer ser dona do próprio nariz, não tem como não se dividir. Não dá para ficar esperando ser convidada para um projeto. Não cai do céu. Você tem que aprender a se produzir”, afirma, bem filha de Leila.

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