Um ano após a descoberta do vazamento da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), os cinco acusados ainda não foram ouvidos pela Justiça. O depoimento dos réus está agendado para 12 de novembro. Estima-se que a sentença judicial saia até fevereiro.
Tema em Foco: Tudo sobre o Enem 2010
A fraude, denunciada dois dias antes da data marcada para a aplicação do Enem 2009, prejudicou cerca de 4,1 milhões de estudantes em todo o país. O cancelamento e a realização do exame em nova data consumiram 99,95 milhões de reais dos cofres públicos. O valor total gasto para o Enem ultrapassou 168 milhões de reais, mas o governo ainda tenta reaver 35 milhões de reais pagos ao consórcio Connasel pela impressão da prova. Como a quebra de contrato foi amigável, a devolução está sendo pedida por meio de processo administrativo. Se não houver acordo, o caso seguirá para a Justiça.
As provas foram furtadas da gráfica Plural, em São Paulo, onde eram impressas. Na ocasião, repórteres do jornal O Estado de S. Paulo foram procurado por dois homens, que tentaram vendê-la por 500.000 reais. A reportagem informou aos homens que o veículo não compra informações, mas pediu para marcar um encontro em um local público para que pudesse ver a prova.
Em nenhum momento os dois deram seus nomes e, por isso, foram identificados nos textos como “Informante” e “Sócio”. Ao folhear o caderno da prova, a reportagem memorizou algumas das questões e alertou o Ministério da Educação (MEC) de que o exame poderia ter vazado. A confirmação do vazamento chegou junto com a informação do cancelamento do Enem. Uma nova empresa foi contratada em caráter emergencial para organizar e aplicar o exame.
(Com Agência Estado)