Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

USP suspende ‘Show Medicina’ a pedido do Ministério Público

A tradicional festa do curso foi associada por alunos, no ano passado, a supostos casos de humilhação de participantes e violação de direitos humanos

Por Da Redação
1 set 2015, 19h34

Após recomendação do Ministério Público Estadual (MPE), a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Fmusp) decidiu suspender a realização do Show Medicina, tradicional evento de estudantes do curso que ocorre em um anfiteatro da faculdade.

A festa foi denunciada por alunos da instituição no ano passado, que apontaram supostos casos de humilhação de participantes e violação de direitos humanos. “Ficou apurado que para integrar o Show Medicina os interessados passam por um ritual composto de trotes violentos e humilhantes, com forte assédio moral, sexual, além de violência física e noitadas com prostitutas”, escreveram as promotoras Beatriz Fonseca e Silvia Chakian de Toledo Santos, responsáveis pelo inquérito civil.

Leia também:

USP: reitor reclama que denúncias ‘criminalizam’ alunos

USP oficializa proibição de festas com venda de bebida alcoólica

Continua após a publicidade

Cultura de violência – O processo foi aberto depois de alunos denunciarem a festa em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) no ano passado, para apurar casos de violações de direitos humanos em universidades paulistas.

A recomendação, já enviada ao diretor da Fmusp, José Otávio Costa Auler, sugere suspensão da outorga de autorização de uso do teatro entre a Associação Cultural Show Medicina, responsável pelo evento, e a faculdade.

“A permissão de uso foi concedida sem qualquer apuração dos fatos constatados no relatório da Alesp e sem a garantia da efetiva modificação da cultura de violência praticada pelo grupo, consistente na prática de violência física, moral e sexual, bem como na imposição da submissão e humilhação àqueles que pretendem integrar a associação”, diz o texto da recomendação.

O MPE também sugere que a Fmusp instaure sindicância administrativa para apurar os fatos apontados no relatório da Alesp. Pede ainda a alteração do modelo do Show Medicina, que segundo o relatório da Alesp, exigia que os candidatos fossem homens e participassem de um “vestibular” em que sofriam humilhações físicas e morais.

Continua após a publicidade

“Tradicionalmente, somente os homens podem participar da atividade (processo criativo e apresentação), reservando­-se às mulheres a costura dos figurinos, em espaço segregado. Os homens não podem participar da costura e as mulheres estão impedidas de participar do evento”, diz o texto. O MPE solicita que as propostas sejam atendidas nos próximos 30 dias.

Denúncias – O caso do Show Medicina veio a público após a denúncia de duas estudantes que disseram ter sido estupradas em festas organizadas por alunos da Fmusp. Depois relato das alunas, feitos em uma audiência pública na Alesp, foi instaurada uma CPI que durou até março deste ano e recomendou, em seu texto final, que alunos com histórico “trotista” não pudessem participar de concursos públicos.

Com a repercussão do caso, a Fmusp reagiu: anunciou à época a criação de um Centro de Direitos Humanos, com assistência jurídica, ouvidoria, assistências psicológica e de saúde para apoiar os alunos da instituição que forem vítimas de violência. Já neste ano, um estudante de Medicina acusado de ter estuprado três alunas foi suspenso e impedido de colar grau.

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.