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Quer ganhar mais? Faça uma pós-graduação

Possuir o título pode aumentar os vencimentos em até 100%, aponta estudo

Por Nathalia Goulart
15 out 2010, 19h45

Aos poucos, o diploma universitário vem deixando de ser um grande diferencial no currículo profissional. Hoje, quem atua no mercado de trabalho já busca na pós-graduação uma chance de aprimoramento intelectual, ascensão profissional e, é claro, melhores salários. Possuir uma pós de fato traz vantagens financeiras: a diferença entre os vencimentos de quem possui o título e de quem detém apenas a graduação já é estimada em cerca de 100%, segundo pesquisa do economista Marcelo Neri, professora da Fundação Getúlio Vergas (FGV-SP). Por outro lado, a distância entre os que se formaram no ensino superior e os que têm apenas o ensino médio vem caindo.

O economista e especialista em educação Naércio Menezes, do Insper (antigo Ibmec-SP), explica a lógica por trás dos números: “Os diferenciais de salário refletem a relação entre a demanda por trabalhadores dos diferentes níveis educacionais e a oferta desses profissionais no mercado”. Em outras palavras: a remuneração dos pós-graduados é crescente porque a procura por eles supera o volume de profissionais com esse título disponíveis no mercado. Já com os graduados acontece o inverso: há gente de sobra.

Simplificadamente, o que acontece atualmente em relação à pós é o mesmo que ocorria há alguns anos com a língua inglesa. Quem dominava o idioma, podia se gabar de possuir um conhecimento do qual poucos dispunham. Hoje, a língua é um pré-requisito em qualquer contratação especializada. O mesmo acontece com a universidade. “Embora uma parcela significativa da população ainda não tenha acesso ao ensino superior, o diploma universitário não é diferencial. Isso só vem com a pós”, diz Beatriz Maria Braga, especialista em gestão de pessoas da FGV-SP.

José Flávio Pereira, de 27 anos, conclui neste ano um MBA executivo na Fundação instituto de Administração (FIA), em São Paulo, e já colhe os benefícios da especialização. Além do aumento de 20% no salário, recebeu uma promoção na empresa em que trabalha e já conta com a promessa de outra dentro de poucos meses – que será devidamente acompanha de incremento nos vencimentos. Depois da graduação na Universidade Mackenzie, e de uma experiência profissional de dois anos no Chile, Pereira decidiu voltar à sala de aula. “O MBA me proporcionou exatamente o que eu buscava: aprofundar meus conhecimentos e aproximar teoria e prática”, conta.

Na hora de optar pelo MBA executivo, Flávio levou em conta seu perfil e ambição profissionais. No Brasil, há dois tipos de pós-graduação: lato e stricto senso. A primeira, que inclui MBAs, é voltada a profissionais que buscam aperfeiçoamento dentro da suas áreas de atuação no mercado. Já quem opta pelo mestrado ou doutorado stricto senso, são os profissionais que desejam seguir carreira acadêmica ou integrar institutos de pesquisa.

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Esse é o caso de Natalia Tobar, de 25 anos, formada em biomedicina pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e mestranda pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “Na área em que trabalho, os melhores salários estão nas universidades e os títulos de mestre e doutor abrem as melhores portas nesse ambiente”, afirma. Para crescer profissionalmente, ela já programa o doutorado. “Pretendo realizar parte do curso no exterior, o que valoriza ainda mais o currículo profissional.”

Sair do país em busca de valorização foi o que motivou Bruna Gomes, de 24 anos, a buscar uma especialização na França. Formada em artes plásticas pela Unicamp, ela encontrou no Brasil um mercado escasso. Na Universidade Sorbonne, está em seu segundo mestrado profissional. “Penso em voltar ao Brasil dentro de alguns anos. Nesse caso, a pós, aliada à minha experiência no exterior, poderá atrair oportunidades.”

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