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Quem é quem no Enem

Levantamento das características dos candidatos mostra que eles estão mais espalhados pelo país do que se pensava

Por Ana Beatriz Magno
1 out 2016, 08h31

Quem são os candidatos do Enem? Um levantamento realizado pelo Inep, órgão do Ministério da Educação responsável pela realização do exame, traça um perfil das 8,6 milhões de pessoas que se inscreveram em 2016. Além da constatação da vasta presença feminina — 60% são mulheres –, os números desfazem alguns mitos, entre eles o de que a região Sudeste, a mais escolarizada, ganha disparado das demais na quantidade de inscritos. Ela ganha, mesmo, mas por meros 200 000 alunos frente à segunda colocada, a região Nordeste.

Segundo o relatório do Inep, São Paulo, Rio, Minas e Espírito Santo somam 2,8 milhões de inscritos. Bahia e Ceará, por exemplo, têm mais candidatos que o Rio de Janeiro e o Espírito Santo. O estado com o menor registro é Roraima, com 24 031. O campeão é São Paulo, com mais de 1 milhão de pessoas em busca de uma vaga na universidade. “Para quem não vive em São Paulo, esta liderança acaba sendo meio injusta. Moradores da cidade quase sempre também prestam vestibular na USP e na Unicamp, onde as pessoas dos outros estados não concorrem. E mesmo assim fazem o Enem e disputam com candidatos de todo o país”, observa Renato Pelizzari, coordenador de vestibulares do colégio QI, do Rio de Janeiro, e integrante do site Descomplica.

A faixa etária dos candidatos é outro dado que causa impacto. A idade da maioria dos inscritos é 17 anos; mais de 250 000 têm menos de 16. “São meninos muitos novos. Estão no pico da adolescência e provavelmente não têm maturidade para enfrentar a pressão do Enem e escolher uma carreira para a vida inteira”, alerta a psicanalista e orientadora educacional Claudia Gindre. “Estes números reforçam a importância da preparação emocional, além da acadêmica”.

Outro dado divulgado pelo Inep afeta diretamente a distribuição de cotas pela cor da pele. Em 2016, 1,1 milhão de inscritos se declararam negros e 3,9 milhões, pardos. Pela lei, o número de cotas varia de estado para estado conforme a proporção de negros, pardos e indígenas na população, contabilizados pelo IBGE. As cotas integram um pacote de benefícios que também contempla os estudantes que cursaram o ensino médio em escolas públicas.

Parece complicado, mas é simples. O curso de Direito da UFRJ, por exemplo, oferece 180 vagas. Metade vai para o pacote preferencial. Dessas, 24 (54%) ficam com as cotas raciais porque, segundo o IBGE, a população do Rio de Janeiro é formada por 54% de negros, pardos e indígenas. “Só agora entendi o sistema. Sempre fui contra cotas, porque que achava injusto que um estudante negro de uma boa escola particular pudesse se beneficiar dela. Não sabia que era só para alunos de escolas públicos”, diz Mariana Ortiz, aluno do segundo ano do ensino médio de um dos melhores colégios do Rio de Janeiro. “Assim é menos injusto. Ou mais justo”.

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