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Quadrilhas cobravam até 80.000 reais para fraudar vestibular de medicina

Em 18 meses, sete organizações burlaram mais de 50 processos seletivos

Por Lecticia Maggi
12 dez 2012, 18h46

A Polícia Federal (PF) prendeu nesta terça-feira pelo menos 46 suspeitos de fazerem parte de quadrilhas que fraudavam vestibulares de medicina. Ao todo, 70 pessoas tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça. Segundo o delegado responsável pela Operação Calouro, Leonardo Damasceno, da PF do Espírito Santo, as organizações criminosas chegavam a cobrar 80.000 reais dos interessados em obter uma vaga no curso de medicina.

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As quadrilhas atuavam de duas maneiras diferentes, e o valor cobrado do candidato dependia do modelo de fraude escolhido por ele. No mais elaborado, um integrante da organização falsificava documentos e realizava a prova no lugar do estudante. Nesse caso, o montante cobrado pelo golpe variava entre 45.000 e 80.000 reais. “O indivíduo era aprovado sem sair de casa”, diz Damasceno.

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No segundo caso, um membro do grupo realizava a prova rapidamente e, após deixar a sala de exame, passava o gabarito aos candidatos por mensagens no celular, via rádio ou ponto eletrônico. O serviço era mais barato: de 25.000 a 45.000 reais. Na maioria das vezes, segundo o delegado, as provas eram realizadas por estudantes de medicina de instituições federais, e o pagamento só acontecia após a aprovação ser confirmada.

Em um ano e meio, as organizações criminosas burlaram mais de 50 processos seletivos. Com exceção de uma tentativa de fraude no vestibular da Universidade Estadual do Amazonas (UEA), todos os golpes foram aplicados em instituições privadas. “Eles preferiam universidades particulares porque elas têm muitos alunos interessados, poucas vagas disponíveis e um vestibular não tão rígido e seguro como o de uma universidade pública”, explica Damasceno.

Em cerca de 18 meses de investigação, a Polícia Federal chegou a sete quadrilhas, que atuavam em dez estados (GO, MG, ES, RJ, SP, TO, RS, AC, MT e PI) e no Distrito Federal. “Os integrantes dos grupos se conheciam, mantinham um bom relacionamento e, eventualmente, faziam parcerias para fraudar juntos”, afirma o delegado.

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Segundo Dasmaceno, entre os suspeitos há médicos, enfermeiros, estudantes da área de saúde e de direito e empresários. Cada grupo possuía uma estrutura própria, mas em geral se dividia da seguinte maneira: havia um líder, uma pessoa com boa capacidade intelectual responsável por realizar as provas, integrantes encarregados de fraudar documentos e de treinar candidatos para o uso de tecnologias dentro das salas de prova e os chamados “corretores”, cuja incumbência era aliciar interessados pelo serviço.

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