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Pisa 2018: o que o Brasil pode aprender com a China

As províncias de Pequim, Shangai, Jiangsu e Zhejiang foram campeãs absolutas na avaliação do ano passado. Saiba o que os brasileiros podem aprender com elas

Por Maria Clara Vieira Atualizado em 3 dez 2019, 15h57 - Publicado em 3 dez 2019, 15h56

Não é de hoje que os asiáticos abocanham sem cerimônia as primeiras posições do Pisa, avaliação internacional promovida pela OCDE que mede o desempenho em matemática, leitura e ciências em mais de 70 países do mundo. Os resultados da última edição da prova, divulgados nesta terça-feira, trouxeram a China no topo dos três rankings (veja aqui), seguida de perto pela campeã anterior, Singapura.

O gigante asiático tem suas particularidades: a prova considera como um bloco só as províncias de Pequim, Shangai, Jiangsu e Zhejiang – as estrelas do Pisa 2018 – e avalia separadamente as economias de Macau, Hong Kong e Taipei. Ressalte-se também que a imensa zona rural chinesa, que compõe mais de 80% do país, fica de fora do exame. Ainda assim, a experiência da China pode oferecer valiosas para os brasileiros, que figuram na lanterninha da corrida pela excelência.

O grande trunfo do país, por sinal, é justamente uma área onde o Brasil sequer começou a fazer a lição de casa: a profissionalização da carreira docente, tornando-a mais atraente para os melhores cérebros que saem do Ensino Médio. “Há um investimento maciço e contínuo para fazer com que o trabalho dos mestres seja intelectualmente desafiador e compensatório. Os professores passam bastante tempo fora da sala de aula em cursos e atividades de aperfeiçoamento. Por essa razão, são vistos como trabalhadores do mesmo nível que um médico”, afirma Vikas Pota, presidente da Varkey Foundation.

Sistemas de avaliação contínua dos mestres e feedback entre os profissionais também estão entre os pontos altos da educação na China. “Em Shangai, os professores contam com espaços individuais de trabalho e espaços de colaboração. Os que alcançam melhores resultados alcançam cargos melhores, sem deixar a sala de aula, e passam a dar formação aos colegas”, conta Cláudia Costin, diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Públicas Educacionais da FGV. Vale ressaltar também que, via de regra, os docentes chineses trabalham com regime de dedicação exclusiva a uma escola.

Apesar das avaliações irretocáveis, é impossível fazer vista grossa à principal vulnerabilidade chinesa: a ausência de liberdade para o pensamento crítico, habilidade apontada pela OCDE como crucial para a “era dos smartphones” e das fake news. “A China não é um padrão a ser alcançado neste aspecto; porque sequer se pode discordar”, afirma Potas, que, contudo, aponta para os exemplos de nações vizinhas bem-sucedidas, como Singapura e a Coreia do Sul: “Em qualquer um desses países, a ideologia vem em segundo lugar. Em primeiro, vem a técnica. Ninguém está pensando em qual heroi nacional vai resgatar ou enterrar”.

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