Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

O drama dos que chegaram atrasados ao Enem 2011

Estudante correm, mas perdem a prova no Rio e em São Paulo. Pontualidade foi a primeira competência medida pela avaliação

Por Luís Bulcão, do Rio, e Nathalia Goulart, de São Paulo
22 out 2011, 13h12

Enem: cobertura completa

Orientações:

Confira seu local de prova na internet

Saiba o que pode e o que não pode

Continua após a publicidade

Nutricionistas dão dicas do que comer

Como driblar a ansiedade antes da prova

Imprima o manual do candidato do Enem

Onze temas atuais que podem aparecer

Continua após a publicidade

Confira todas as notícias sobre o Enem aqui

Não deu para Joana Cristina de Souza Martins, 26 anos. Ela pagou cursinho, estudou de forma séria, faltou ao plantão de técnica de enfermagem. Tudo para caprichar no Enem e conseguir uma bolsa na faculdade. Os últimos instantes foram os piores. Moradora do bairro Catumbi, próximo ao centro do Rio, ela saiu de casa e pegou o ônibus com antecedência, garante. Mas o trânsito complicado da avenida Presidente Vargas, perto da Sociedade Unificada de Ensino e Cultura (Suesc), onde faria prova, fez com que Joana perdesse tempo. Ela resolveu, então, descer em frente à Central do Brasil e correr. Foi aproximadamente 1 quilômetro de puro atletismo até a Praça da República, número 50.

Cobertura completa do Enem 2011

Apesar dos gritos de incentivo das pessoas que estavam em frente à Suesc, ela atingiu os portões, já fechados, às 13h01. “Poxa vida, por um minuto?”, reclamou para os fiscais. Um minuto que valeu um ano para Joana. Enem novamente, só em 2012. “Aprendi a lição. Tenho uma prova para servidora pública em novembro, vou chegar três horas antes”, desabafou, ainda nervosa.

Continua após a publicidade

Minutos antes das 13h, parecia que mais pessoas fariam companhia a Joana. A fila para os elevadores que levam do 11o. ao 17o. andares do prédio da Suesc dobrava a esquina do lado de fora da construção. Os fiscais começaram a gritar avisando que os portões seriam fechados. O clima ficou tenso.

Uma das últimas da fila, Nathalia Fernandes, de 17 anos, tinha que chegar ao 13o. andar. Ela já olhava para o acesso às escadas quando a fila do elevador voltou a andar rapidamente e ela atravessou os portões para o seu segundo Enem. Ela tenta pontuar para o curso de design de interiores. Não teve tanto juízo, mas certamente teve mais sorte do que Joana. “Foi o trânsito. Mas, na verdade, saí meio tarde mesmo”, disse ao entrar.

Depois, sem fila, foi correria mesmo. “Vai fechar, vai fechar!”, alertavam os fiscais enquanto dezenas testavam o fôlego antes de testar o conhecimento. Quando parecia que ninguém mais apareceria, Joana dobrou a esquina em uma já desnecessária correria.

São Paulo – Na Zone Oeste da capital, uma confusão impediu que dezenas de candidatos entrassem no prédio de uma universidade particular onde a prova está sendo aplicada. O campus conta com quatro prédios com diferentes entradas, mas o ingresso dos participantes só poderia ser feito pelo portão principal. Fabíola Souza, que veio de Osasco, chegou três minutos antes das 13h, mas se dirigiu à portaria errada e perdeu a avaliação. “Quando cheguei ao portão principal, já era tarde”, contou a jovem. “Perdi a chance de entrar na universidade.”

Continua após a publicidade

Carina Barreto, que veio de Parada de Taipas, na Zona Oeste, enfrentou o mesmo problema. “Em um trajeto que normalmente levo 40 minutos, hoje demorei quase duas horas”, disse a estudante. “Cheguei em cima da hora e fui para a portaria errada. Perdi o Enem por um minuto.” Mesmo desclassificada, ela permaneceu em frente ao local de prova. “Não vão reabrir os portões, mas vou esperar mais um pouco aqui.”

Gildeane Lopes contou que enfrentou muito trânsito. “Os terminais de ônibus estavam lotados. O transporte público estava carregado de participantes do Enem. Isso atrasou minha viagem”, disse, desolada. “Ao chegar aqui, ainda me dirigi à entrada errada. É muita confusão para um dia só.”

Bruno da Silva não errou a portaria, mas chegou tarde demais. Às 13h01, encontrou os portões fechados. “Perdi um ano inteiro de preparação. Estou concluindo o ensino médio e o Enem era a minha única oportunidade de entrar na universidade. Não me inscrevi em nenhum outro vestibular”, relata.

Bruno saiu de casa, na Vila Brasilândia, na Zona Norte, 1 hora e 20 minutos antes da prova. “Geralmente, demoro 30 minutos para percorrer essa distância. Hoje, levei mais de uma hora.” Mesmo sabendo que já não tem chances de disputar uma vaga no Sistema de Selação Unificada (SiSU), vai voltar no domingo para a segunda etapa da prova. “Vou sair de casa às 10h. Quem sabe chego a tempo do exame.”

Continua após a publicidade

Leia também:

Em escola do Rio, Enem começa atrasado e será encerrado às 18h15

Primeiros a encerrar prova acham o Enem ‘fácil’

Estudantes usam Enem como teste para o vestibular em Brasília

Inep elimina candidatos flagrados ao usar Twitter

Receba a correção do Enem 2011 no seu e-mail

Carregando…

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.