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Meritocracia e cooperação: a receita do sucesso do Ceará

Após uma década de investimentos maciços em educação, estado alcança metas do Ideb em todos os municípios

Por Maria Clara Vieira Atualizado em 9 set 2016, 16h51 - Publicado em 9 set 2016, 16h51

Na contramão da maioria dos estados brasileiros, que mostraram péssimos resultados na avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) divulgada esta semana, o Ceará bateu todas as metas propostas há dois anos. Nos seus 185 municípios, entre mais de 5 000 avaliados, as notas de português e matemática de todos os alunos do 1º ao 5º ano aumentaram, façanha espetacular em um país de educação tão debilitada.

A virada para o bom rendimento escolar começou em 2006, com a criação do Programa de Alfabetização na Idade Certa (Paic). Graças a um acordo entre estado e prefeituras, a formação dos professores da rede pública se tornou responsabilidade do governo estadual, que também oferece assessoria técnica aos municípios com baixos indicadores de aprendizagem. O programa deu tão certo que, no ano passado, serviu de base para a elaboração de um projeto para o país todo, o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC).

Na base do avanço cearense está a adoção da meritocracia em ampla escala. A cada ano, o estado gasta cerca de 25 milhões de reais em premiações para as melhores escolas e alunos. Além disso, desde 2007 o repasse aos municípios do Imposto sobre Circulação de Mercadorias, o ICMS, está subordinado aos resultados obtidos em educação, saúde e meio ambiente. Segundo o secretário estadual de Educação, Idilvan Alencar, uma das maiores preocupações do programa atualmente é melhor as escolas que estão no fim da lista. “As cidades com notas mais baixas recebem atenção especial. Incentivamos os coordenadores das boas escolas a visitar aquelas de desempenho pior e participar de reuniões pedagógicas para repassar sua experiência”, explica.

O próximo passo do Paic cearense é investir nos alunos do 6º ao 9º ano e, em paralelo, instituir o período integral no ensino médio. Alencar garante que os recursos para esta empreitada, que tem o ambicioso objetivo de atacar a parcela mais prejudicada do ensino brasileiro, já estão reservados “É uma questão de organização e prioridade. Sem investimento não há bons resultados”, diz.

Para o professor Claúdio Albuquerque, especialista em fundamentos da educação e pró-reitor de graduação da Universidade Federal do Ceará (UFC) – responsável pela elaboração das provas de diagnóstico até 2010 -, outra importante mudança no cenário do estado foi a substituição de políticos por técnicos nos cargos do setor. “Os secretários hoje são mestres e doutores em educação. É uma mudança cultural, para a qual fizemos muita pressão”, diz. Pelo jeito, está dando certo..

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