MEC vai mudar forma de ranquear escolas no Enem
Instituições serão avaliadas a partir de cinco critérios, como nível socioecônomico dos alunos e taxa de participação no exame federal
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) vai mudar a forma de divulgar o desempenho de escolas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). De acordo com Francisco Soares, presidente Inep, o ranking de instituições vai ser “mais amplo”. “Vamos divulgar outros dados além da média dos alunos na prova”, disse Soares durante apresentação no 1º Congresso Abril Educação, realizado nesta sexta-feira.
Segundo Soares, o objetivo das mudanças é aumentar a transparência dos dados e evitar “comparações injustas” entre as escolas. “Ao menos cinco dimensões serão avaliadas, como taxa de participação no Enem, nível socioeconômico dos alunos, formação dos professores, complexidade da gestão escolar e desempenho dos alunos na prova, que abrange as demais dimensões. A ideia é que não seja apresentada uma lista única que considera apenas a média de notas dos estudantes, mas sim uma relação que forneça mais filtros para analisar o desempenho de cada unidade.”
Com isso, uma escola poderá aparecer no topo de uma lista quando observada apenas a nota média dos alunos, mas perder posições quando for analisada a taxa de participação dos estudantes no exame federal. Dessa maneira, acredita o Soares, será mais fácil compreender a situação de cada escola.
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Para Mario Ghio Junior, CEO da Abril Educação, a nova abordagem vai evitar que escolas particulares forjem resultados no Enem. “Sabemos que algumas instituições fazem uma seleção apenas com os melhores alunos para conseguir média mais alta no teste. Algumas chegam a criar novas unidades, com CNPJ diferente, e que atendem apenas aos alunos com melhor desempenho, conseguindo assim melhor posição no ranking. Quanto mais acesso aos dados nós tivermos, mais fácil será para identificar fraudes como essas.”
O desempenho das escolas no Enem é divulgado anualmente pelo MEC, aproximadamente um ano após a realização do exame. São consideradas escolas em que pelo menos metade dos alunos concluintes do ensino médio tenham participado do exame. Unidades com menos de dez alunos são desconsideradas do levantamento.
No último ranking, referente a 2012, foram listadas 11.239 das 25.744 escolas que oferecem o terceiro ano do ensino médio no país – ou seja, 43,6% do total. Foram 6.140 instituições públicas e 5.099 privadas. Segundo Soares, o próximo levantamento, referente ao Enem 2013, será divulgado em novembro.
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