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MEC abre investigação sobre manipulação de notas do Enade

Mas mantém a prova marcada para o próximo dia 20

Por Fernanda Allegretti 30 out 2016, 12h35

Publicada na edição passada de VEJA, a reportagem “Escola de fraudes” revelou que duas das maiores universidades privadas do país, Uninove e Unip, manobraram para se sair bem no Enade, o exame que pretende radiografar a qualidade do ensino superior no Brasil. Apesar do compromisso de investigar as denúncias — a Consultoria Jurídica da Advocacia-­Geral da União (AGU) foi encarregada da tarefa —, o Ministério da Educação decidiu não tomar nenhuma medida drástica. O próximo Enade, marcado para 20 de novembro, foi mantido, mesmo diante das evidências de que o resultado poderá ser fruto de uma distorção. Em 2009, o MEC cancelou o Enem, o exame que mede a qualidade do ensino médio, depois que se noticiou o vazamento de algumas questões da prova, que seria realizada dali a dois dias. Naquela ocasião, o novo exame só foi aplicado dois meses mais tarde.

Após a publicação de sua reportagem, VEJA recebeu mais de meia centena de manifestações de alunos e professores que ratificaram as manipulações detalhadas nas páginas da revista — como a providencial reprovação de alunos cujo desempenho poderia prejudicar a nota final das instituições. Um estudante de nutrição do câmpus Rangel Pestana da Unip, em Santos, no litoral de São Paulo, relatou que, dos 37 alunos de sua classe, apenas cinco foram encaminhados ao Enade deste ano — no próximo mês, serão inspecionados os cursos da área de saúde. Disse o estudante, que não quis ser identificado por receio de sofrer represália: “Dos 32 alunos retidos, aquele que tem menos DPs foi reprovado em nada menos que quatro disciplinas”.

Em nota enviada a VEJA na ter­ça-fei­ra 25, a Uninove afirmou ser uma das instituições que mais inscrevem estudantes no Enade e atribuiu os “excelentes resultados apresentados” ao “empenho de cada aluno” e à “dedicação de seus professores”. Em nenhum momento a instituição menciona as suspeitas de que seus diretores reprovaram estudantes com o propósito de impedi-los de fazer o exame, tampouco cita a acusação de ter adulterado questionários socioeconômicos dos alunos selecionados para o Enade. A Unip não voltou a se manifestar. Na reportagem, a instituição defendeu seus professores envolvidos nas manobras afirmando que eles haviam sido “mal interpretados”. A Uninove e a Unip estão entre as cinco maiores universidades privadas do país. Juntas, as duas têm mais de 400 000 estudantes matriculados.

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